tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post75249276905536509..comments2024-03-21T07:34:30.258+00:00Comments on Ler BD: Terminal Tower. Manuel João Neto e André Coelho (Chili Com Carne)Unknownnoreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-80943813082494128102014-10-17T13:45:56.524+01:002014-10-17T13:45:56.524+01:00Nesse caso, farei uma correcção no texto: para alé...Nesse caso, farei uma correcção no texto: para além do "esclareça", coloco entre aspas essas outras expressões, para deixar claro que eu próprio consideraria essa abordagem apenas um primeiro embate superficial, que não procura, ou é mesmo incapaz, de ir além dessa fuga de estruturas mais normalizadas para encontrar ritmos mais dilatados e modos de estabelecer sentidos mais complexos.<br />Seja como for, agradeço a atenção, como sempre. <br />pedro Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-48619405939789167302014-10-16T18:28:17.306+01:002014-10-16T18:28:17.306+01:00Caro Pedro Moura,
se fiz referência àquelas duas e...Caro Pedro Moura,<br />se fiz referência àquelas duas expressões em concreto é porque me parece que elas atentam contra o próprio texto, havendo nelas ecos de um facilitismo crítico muito habitual em Portugal e não só - quando o teu ensaio sobre o livro é precisamente o oposto desse facilitismo. Mas também porque há nelas algo de sintomátio porque, apesar de o livro não ter sido objecto de muitas recensões, sinto que essa é uma crítica recorrente a este trabalho - incmpreensibilidade, hermetismo, pós-modernismo (no sentido pejorativo do termo, que é o mais corrente). Como se a banda desenhada não pudesse ser mais do que um plot ilustrado por desenhos em vez de uma mera linguagem ou forma de expressão artística ou, como dizes, uma potência de expansão do território criativo.<br />A problemática dos limites da forma é, de entre todas, e na arte em geral, a que menos me interessa pessoalmente. A forma é instrumental, serve um propósito discursivo ao qual este se pode adapatar ou não - o que quer dizer que, à partida, nada me move nem a favor nem contra os formatos mais clássicos e, por maioria de razão, os mais experiemtais. Na ressaca de todas as vanguardas e na era da horizontalidade absoluta, talvez a forma seja um mero veículo de expressão, já muito desligada da questão do conteúdo e das ressonâncias de sentidos e emoções nele contidos.<br />Mas essa seria uma outra conversa.<br />Obrigado novamente pelas tuas palavras e um abraço.<br />manuelmanuel j. netonoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-33828041125746995292014-10-15T20:48:09.621+01:002014-10-15T20:48:09.621+01:00Olá, MJ Neto,
Agradeço muito as tuas palavras (pas...Olá, MJ Neto,<br />Agradeço muito as tuas palavras (passemos esse obstáculo), que muito me honram. Numa segunda leitura, mais distante do texto, entendo porque fales de falta de "empatia", pois de facto o tom é algo seco, mas isso não se deve a qualquer tipo de animosidade contra o livro. Bem pelo contrário, e até provado por um historial particular, aprecio muito experiências que tentam alguns dos limites da forma e não receio as ambivalências de sentidos e o abraçar da irresolução. <br />Penso que as expressões que apontas são claramente empregues num sentido superficial, que é totalmente negado precisamente pelo objecto na sua totalidade - este é, em especial, um objecto que deve ser tomado na sua totalidade e não como uma flecha linear que se vai explicitando - e é por isso que sublinho no final as "promissoras, mas jamais testadas e acabadas, linhas narrativas". Quer dizer, elas estão lá, prometem um novelo, mas negam-se à tentativa, digamos policial (final, de causalidade estreita, "explicativa"), de a encerrar numa forma definitiva.<br />Realmente, discutir banda desenhada (ou outro descritivo que se desejasse) sob os auspícios de Blanchot não é o exercício mais usual de pensamento, pelo menos na nossa praça, mas o modo como ele aponta para a forma o desastre, nesse seu entendimento, é aquilo que nos impede sequer de colocar questões organizadas, como aquilo que nos tira o tapete de todas as categorias, é uma potência precisamente para expandir, cada vez mais, o território criativo desta área.<br />Obrigado e um abraço de volta,<br />Pedro Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-29802801701414652042014-10-15T16:12:12.884+01:002014-10-15T16:12:12.884+01:00Caro Pedro Moura,
queria agradecer-lhe o belíssimo...Caro Pedro Moura,<br />queria agradecer-lhe o belíssimo e lúcido texto que dedicou ao nosso livro.<br />Permita-me um reparo apenas. Julgo que as expressões "caos de referências" e "empilhamento de ambientes" não são consonantes com a própria interpretação que o Pedro Moura fez do livro. Parece-me que a sua crítica, densa e complexa, ao Terminal Tower, bem cmo o domínio das referências visuais e textuais nele presentes, revela da sua parte uma compreensão dos nossos propósitos - ou seja, a tentativa de não "encerrar" a narrativa (indo assim de encontro, como o Pedro Moura assinalou, ao ensaio de Blanchot acerca da impossibilidade da inscrição e incognoscibilidade do desastre) e também de criar uma cosmologia discursiva capaz de amplificar os sentidos, os vários níveis de "realidade" e a visão poética já contidaos nos próprios desenhos. Não querendo ser juíz em causa própria, tenho a convicção que, apesar do seu hermetismo, inconclusividade e complexidade,e não obstante os seus defeitos e fragilidades, o texto do livro será tudo menos aleatório ou caótico.<br />Feita esta nota, não queria terminar sem deixar de escrever que este seu ensaio é para mim um exemplo de pensamento crítico sério sobre, neste caso, banda desenhada e um texto que, apesar da sua falta de "empatia" com o Terminal, é um contributo muito valioso à sua compreensão e dignificação.<br />Com os meus melhores cumprimentos e um abraço<br />manuel joão netomanuel j. netonoreply@blogger.com