tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post9168880145475864613..comments2024-03-21T07:34:30.258+00:00Comments on Ler BD: Graphic Novel. An Introduction. Hugo Frey e Jan Baetens (Cambridge University Press)Unknownnoreply@blogger.comBlogger13125tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-11920664292552922232015-12-04T12:08:43.457+00:002015-12-04T12:08:43.457+00:00O contexto é (quase) tudo. Esta discussão só faz s...O contexto é (quase) tudo. Esta discussão só faz sentido no contexto norte-americano (e, por uma vez, é mesmo norte-americano porque a iniciativa partiu do Canadá). Existe noutros países apenas porque o resto do mundo Ocidental segue sempre o que se passa na capital do império. Vou mesmo mais longe e digo mesmo que esta discussão só faz sentido no seio do BISAC (e não se pense que, como tenho dito, Chris Oliveros conseguiu tudo o que queria, longe disso). De resto, um romance gráfico, ou o que se queira chamar, é banda desenhada autoconclusiva publicada em livro. Pela minha parte, e porque pertenço ao partido do Oliveros, acho que é "um livro autoconclusivo de banda desenhada de temática adulta", para outros poderá incluir tudo o que se quiser...Isabelinhohttps://www.blogger.com/profile/07507303808891054319noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-80899633706557432392015-12-04T11:46:15.102+00:002015-12-04T11:46:15.102+00:00Pedro,
Falei do Tatsumi e do Gekigá porque me pare...Pedro,<br />Falei do Tatsumi e do Gekigá porque me pareceram um elefante na sala desta discussão. É claro que li o teu post de 2009, talvez em 2012, sei perfeitamente que quando aqui refiro alguma coisa, a ti estou simplesmente a mostrar fotografias antigas das estrelas :-) e digo isso com uma grande admiração pelo teu trabalho e talento, como tu sabes.<br />Não tenho o sonho juvenil de aspirar ao ecletismo de que poucos como tu são capazes, não está ao alcance de todos, certamente não estará ao meu, e assim há que dosear a "roda dos alimentos" segundo aquilo que me fará sentir melhor. Parecerá pouco ambicioso? Talvez para quem está a começar, mas da minha perspectiva penso que toda a discussão é algo serôdia para quem começou há muito, como no caso da BD. E, perdoa-me a provocação, mas relativamente à utilização que fazes do termo poderemos dizer que estás já num momento de sístole quanto ao mesmo e que os teus distintos colegas na diástole? Duma maneira ou de outra, parecem-me ambos uma forma de pressão sobre a BD ou pelo menos sobre os leitores (se não mandasse esta morria eheheheh). <br />Outro Abraço,<br />JoséJosé Sánoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-48225570292926922592015-12-04T09:34:32.985+00:002015-12-04T09:34:32.985+00:00Olá, José.
Bom, com todo o respeito, mas o argume...Olá, José. <br />Bom, com todo o respeito, mas o argumento de que não se mencionou "x" numa conversa complexa desta natureza é algo inoperante, já que falta também citar "a", "b", "c" e muito provavelmente teríamos de ir a outros alfabetos e sistemas de escrita. Um exemplo é um exemplo é um exemplo, e se falei desse tipo de textos, era apenas para assinalar a ausência quase completa de considerações sobre a banda desenhada japonesa, que continua a ser ainda o pólo mais significativo e influente da Ásia, apenas contrabalançado pela França-Bélgica e os Estados Unidos. Seja como for, eu havia escrito sobre esse livro do Tatsumi (aqui: http://lerbd.blogspot.pt/2009/09/drifting-life-yoshihiro-tatsumi-drawn.html), e parto sempre do pressuposto que as discussões tidas aqui são feitas por pessoas com capacidade de esgrimir vários argumentos e de navegar por estas complexas águas (como tu, sem dúvida). <br />Dito isto, à Cavaco Silva, raramente ou quase nunca utilizo este termo "romance gráfico", mesmo que em francês o faça para me reportar à colecção (A Suivre) e a alguns títulos específicos, mas num contexto de especificação, nunca de generalização. <br />Por outro lado, abandonar uma coisa em nome de outra não me parece o melhor caminho: mais de tudo. <br />Abraços.<br />PedroPedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-18306503069454806872015-12-04T00:38:33.820+00:002015-12-04T00:38:33.820+00:00Olá Pedro,
Confesso que a mim esta discussão diz-m...Olá Pedro,<br />Confesso que a mim esta discussão diz-me pouco ou nada e que concordo (e aprendo) em absoluto com o que escreveste na tua entrada e com os comentários do Domingos Isabelinho e do Hugo A. Só apareço aqui por estranhar que surja a referência longínqua aos Kibyōshi e que não se aproveite para recordar o testemunho mais próximo do Yoshihiro Tatsumi que podemos encontrar no seu “A Drifting Life” acerca da mesma ansiedade de definição por uma banda desenhada mais adulta. <br />Na década de 50 do século passado, também os autores de banda desenhada japonesa quiseram criar a ideia de uma mangá mais à frente e romperam com a temática infantil do argumento e do traço. Os termos “Komaga” e o mais reconhecido “Gekigá”, não se traduzem por novelas gráficas, mas revelam até uma maior preocupação na caracterização da estrutura da página e da proximidade do desenho à realidade, ou pelo menos à realidade cinematográfica.<br />Não me parece nada assim de tão diferente que uns anos mais tarde, do outro lado do Pacífico, outros autores aspirassem à maioridade artística do seu trabalho e aproximassem a banda desenhada desta vez à literatura. Também na Europa franco-belga encontraríamos uns anos anos um movimento paralelo.<br />No Japão o “Gekigá” já estará em desuso, parece que sopram ventos de nouvelle vague mangá, e o romance gráfico seguirá provavelmente o mesmo caminho. Talvez o único contexto em que se encontrará interesse nesta discussão será o histórico e mesmo assim, se passarem as décadas suficientes, adivinha-se que se deixará cair o tema da mesma forma que se deixou cair a controvérsia à roda da palavra “romance” - escrever à moda de Roma. É um pouco ambíguo como classificação de um género e também parece confundir-se com o meio.<br />Se de alguma coisa servirá a eternização desta discussão será pelo efeito Lenny Bruce que poderá produzir nos seus espectadores: após a saturação semântica do termo “graphic novel” (graphic novel graphic novel graphic novel), pode ser que a definição perca o seu peso e sentido.<br />Admito sem nenhum embaraço que me tenho descolado cada vez mais dos consumos de cinema e literatura substituindo-os pela banda desenhada e que me sinto mais adulto por isso. Talvez a banda desenhada possa também fazer isso por ela própria.<br />Obrigado e um Abraço.<br />José<br />José Sánoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-15958545073484055862015-12-03T18:27:31.645+00:002015-12-03T18:27:31.645+00:00Sem dúvida. Aliás, eu discuti aspectos do livro co...Sem dúvida. Aliás, eu discuti aspectos do livro com um dos autores antes de o ler, e assisti mesmo a uma curta discussão pública. O aspecto do anglocentrismo deveria ser claro no próprio livro, em detrimento de um discurso sério. Se se pretende - e eu e tu e muitos outros sabem que estes são dos autores cultos, sérios e de gostos "não-heterodoxos" - criar um manual académico para ajudar à transformação da percepção social da banda desenhada, dever-se-ia começar por instrumentos claros... Há aqui um ponto de partida algo manco. Vou ler agora um livro imenso elogio ao Eisner. Provavelmente será mais "honesto", digamos assim, nos seus propósitos e instrumentos, mesmo que vá seguramente sublinhar os mitos. Mas é com eles que se cria a História?Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-16586458142373223242015-12-03T11:18:18.254+00:002015-12-03T11:18:18.254+00:00Olá Pedro:
De forma menos contundente, é verdade,...Olá Pedro:<br /><br />De forma menos contundente, é verdade, acabas no teu texto, sobretetudo na parte final, por dizer o mesmo que eu digo: os autores não focam o que deviam focar com a atenção que aquilo que deviam focar merece (então aquela do Floc'h brada aos céus!). Mas essa não é a parte mais importante. A questão de fundo é a tal da "graphic novel for kids". E aqui eu acho que fui claro ao dizer que se trata de uma questão de política editorial. Retiraria até o editorial (porque soa demasiado a jornalismo) e diria mesmo que se trata de uma questão de política tout court. Ou de política comercial, para ser mais exacto. Só que os académicos não podem ter cor política; não podem defender umas causas em detrimento de outras. Compreendo esse escolho, mas os autores podiam pelo menos ter tentado contorná-lo. Não vi o mínimo esforço da parte deles para o fazerem. Antes pelo contrário e, o que é pior, não evitaram servir a causa opposta porque isto da virgindade e da objectividade e etc... e tal... é tudo treta. Isabelinhohttps://www.blogger.com/profile/07507303808891054319noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-70454650523840983222015-12-03T09:52:05.398+00:002015-12-03T09:52:05.398+00:00Olá, Domingos. Em primeiro lugar, obrigado pelos l...Olá, Domingos. Em primeiro lugar, obrigado pelos links. Tenho quase a certeza absoluta que a maioria, senão a totalidade, dos leitores deste espaço conhecerão o teu, e acompanharam essa discussão. Deveria ter entrado em melhor diálogo com os teus textos, na verdade, mas há sempre pequenos focos diferentes. A denominação está aí e vingada, mas infelizmente cria de facto mais problemas do que soluções, se bem que tenha permitido, qual pé-de-cabra, a entrada da banda desenhada num mercado do qual estava afastado há décadas, senão "desde sempre". Todavia, não me parece que seja particularmente preocupante que o termo seja empregue para géneros, estilos ou até mesmo "graus de seriedade" diferentes, já que o mesmo ocorre noutras áreas artísticas, e é responsabilidade da crítica entender que valores se esgrimam em cada texto, em vez de empregar o termo como uma palavra mágica de distinção. <br />Não me faz confusão nenhuma que existam "graphic novels for kids", tal como não me faz confusão que existam romances, filmes (curtas ou longas-metragens), etc., cujos elementos possam ser pensados com leitores distintos. Existem de fato modos de aproximação aos objectos e artes, e a existência de gradientes não me parece ser problemática, em termos artísticos e democráticos (ainda que acredite que uma e outra senda possam, sem dúvida, ser incompatíveis).<br />O livro do Baetens e Frey era promissor enquanto projecto, mas a sua elaboração traz alguns escolhos, senão mesmo uma nova bateria de problemas, sobretudo se tivermos em conta que pode correr o risco de ser visto como uma "autoridade" e velará sobre as suas "novas verdades", contra as quais "blogueiros maldicentes e chatos" (desculpa arrastar-te!) não poderão muito... As tuas farpas são, como sempre, contundentes e bem lançadas, e provavelmente eu sou um nadinha "paninhos quentes". Dito isto, continuo a achar que vale a pena marchar... <br />Obrigado!Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-43055156446475731192015-12-01T12:06:48.276+00:002015-12-01T12:06:48.276+00:00Olá Pedro:
Pode ser de interesse para os teus lei...Olá Pedro:<br /><br />Pode ser de interesse para os teus leitores (e só agora é que percebi como os dois posts estão intimamente ligados):<br />http://tinyurl.com/pvvuve3<br />http://tinyurl.com/nfcsr5n<br /><br />Isabelinhohttps://www.blogger.com/profile/07507303808891054319noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-39913635096780253972015-11-27T16:10:17.389+00:002015-11-27T16:10:17.389+00:00Vou escavar...Vou escavar...Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-8192018678843154082015-11-27T10:25:43.351+00:002015-11-27T10:25:43.351+00:00I'll third that!
Tens esse texto do Ian Hague...I'll third that! <br />Tens esse texto do Ian Hague em .pdf, que mo possas enviar?Hugohttps://www.blogger.com/profile/05284948152496462925noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-18557166632785245122015-11-27T09:53:51.963+00:002015-11-27T09:53:51.963+00:00Ha, já agora... o Ian Hague tem um texto excelente...Ha, já agora... o Ian Hague tem um texto excelente em que analisa essa mesma ansiedade da definição, vale a pena lê-lo. Quanto a mim, cada vez mais estou convencido pelo Noël Carroll e outros filósofos que menos do que uma "definição", mais vale uma "descrição histórica".Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-67051694572320242582015-11-27T09:52:27.444+00:002015-11-27T09:52:27.444+00:00Na verdade, os autores não procuram uma "defi...Na verdade, os autores não procuram uma "definição geral", como exprimem directamente, mas procuram estipular vários "níveis" de discussão que levariam então a essa distinção dos objectos cobertos por este termo e as outras coisas: e assim falam de aspectos formais (passando desde a composição de página, as formas de publicação e até os estilos), de conteúdo (basicamente insistindo não em "géneros literários" mas na seriedade e sofisticação dos discursos e representações), depois voltam aos formatos de publicação (para falar de serialização, por exemplo), e terminam a falar de modos de produção e distribuição... Basicamente os autores acreditam no adágio de "não deitar a água do banho fora com o bebé", sendo o bebé o próprio termo e a água do banho a canga "essencialista" e "elitista" que criaria as distinções. Eles querem argumentar por um termo "aberto", "flexível", "sensível ao contexto", etc., precisamente para evitarem que seja um termo somente discutido ou proposto por "jornalistas, editores e livreiros", procurando então criar uma boa base académica. <br />Dito isto, penso que é uma pena tremenda que não se tenha permitido a académicos desta craveira (estamos a falar de dois gigantes!) pensarem transversalmente esta questão, criando mais uma vez uma divisória insustentável entre os dois lados do Atlântico (e nem vamos falar da ausência de outros pólos, ok?), e insistindo, até certo ponto, num determinado cânone, independentemente das menções a outras obras.<br />P.Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-71730924765635884842015-11-27T01:42:10.053+00:002015-11-27T01:42:10.053+00:00Ai a questão da definição causa tantas ansiedades....Ai a questão da definição causa tantas ansiedades. <br />Ia escrever um rant sobre a graphic novel, mas depois de ter lido o teu texto todo, percebi que já partilhas todos os problemas que eu tenho com o termo, ou pelo menos com a sua sobreposição ou diferenciação dos comics (e que os discutes de uma forma mais completa do que eu poderia ter feito). <br />Faz-me confusão que (julgando pelas passagens que citas) que a argumentação que os autores apresentam para justificar a elevação da graphic novel ao nível do meio, separado dos comics, parece coincidir na perfeição com a descrição de um género.<br /><br />Hugo A. Hugohttps://www.blogger.com/profile/05284948152496462925noreply@blogger.com