tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post2613555821705249694..comments2024-03-21T07:34:30.258+00:00Comments on Ler BD: Alpha... Directions. Jens Harder (Carlsen/Actes Sud/Knockabout Comics)Unknownnoreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-57187732391671912872016-04-12T09:46:12.672+01:002016-04-12T09:46:12.672+01:00Olá, Hugo.
Vou tentar responder à pergunta, difíci...Olá, Hugo.<br />Vou tentar responder à pergunta, difícil, porque obriga a um exercício de ficção autoral, que não me cabe, mas antes uma palavra sobre o teu primeiro parágrafo. <br />Não penso que seja a existência de texto em si que se torna determinante na interpretação, se bem que ela fique mais clara. De um ponto de vista religioso, ou aceitamos um dogma ou não, logo, a utilização de várias mitologias, mais do que criar uma espécie de "abertura" (New Age, ou seja o que for), coloca todas elas num mesmo campo, o da "ilustração", o da "simplificação", que apenas têm associações superficiais à verdade científica. O próprio autor fala das suas preocupações de que nos Estados Unidos e, surpreendentemente, na Alemanha (!), o Criacionismo (Intelligent Design, etc.) começa a ganhar terreno em relação à abordagem da ciência (basta ver a forma como as pessoas não compreendem o que significa a palavra "Teoria" no campo científico, julgando que se trata do seu uso mais corrente). Isso cria um paradoxo, porém: se a sua preocupação é dar a ver os modelos mais consensuais da ciência, porquê "ilustrá-los" com cenas mitológicas e/ou da produção humana? O meu grande "beef" com o livro é antes a sua teleologia, a subsunção de existência de tudo à razão de ser humana. Mesmo que veja no "milagre termodinâmico" uma imagem relativamente delicodoce, e seja um prisma bom para reflectir na nossa frágil existência à escala universal, é difícil acreditar que há uma "razão" para que os aminoácidos se juntem em cadeias "significativas", ou que o carbono se junte à vontade com outros elementos para que possa surgir a carne, ou que sol está em combustão para irmos à Costa da Caparica...<br />Quanto à pergunta, directamente: não sei. O uso apenas de imagem tornaria ainda mais confusa a associação que se pretende entre as faixas concorrentes, e provavelmente criaria um puzzle - nestas condições precisas - inexacto e opaco. Teria de ser outra combinação, parece-me. Já sobre o "carácter fundamentalmente interpretativo da ciência", é muita fruta, parece-me. Mesmo os livros do Larry Gonick, apesar de tudo, apresentam as cadeias subsequentes da "evolução" dessas interpretações. Ainda está por fazer, digo eu, uma narrativa popularizante que demonstre os pára-arrancas das ciências, mas ao mesmo tempo confirmando que é ela própria quem providencia os melhores mecanismos da sua correcção. Noto que há cada vez mais uma desconfiança para com a ciência, que nasce de problemas reais e válidos, mas que começam a transbordar para questões mais ontológicas do próprio enquadramento da razão. Em parte, diria que a "culpa" está nas mãos da falta de capacidade da comunicação da ciência... Mas "Alpha" não está ainda aí.<br />pedro Pedro Mourahttps://www.blogger.com/profile/13850102500313668884noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-56226740981203465722016-04-11T18:57:44.543+01:002016-04-11T18:57:44.543+01:00Olá Pedro,
Como te disse, ainda não li isto, mas ...Olá Pedro, <br />Como te disse, ainda não li isto, mas já o tinha folheado. Com o folhear, tinha ficado com a sensação que um dos objectivos era explodir com as hierarquias entre os diferentes 'sistemas de conhecimento', porque as origens mitológicas pareceram-me apresentadas ao mesmo nível das origens fundamentadas na ciência (que também podem ser 'mitológicas', claro, quando se dão a muitas liberdades criativas ou quando estão contaminadas com ideias feitas, etc.). Na verdade, nem reparei que havia uma faixa de texto, que, como dizes, determina uma interpretação mais específica das imagens e que força a leitura científica. <br /><br />A mim, interessava-me essa ideia de justapor opções concorrentes e de evidenciar o carácter fundamentalmente interpretativo da ciência. Achas que está muito longe disso? Achas que seria mais bem sucedido se não tivesse a tal faixa de texto, se fosse só imagem? Hugohttps://www.blogger.com/profile/05284948152496462925noreply@blogger.com