tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post4189489987421484826..comments2024-03-21T07:34:30.258+00:00Comments on Ler BD: Sobrevida. Carlos Pinheiro e Nuno Sousa (Imprensa Canalha)Unknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-20464477450542886132012-09-09T11:43:37.249+01:002012-09-09T11:43:37.249+01:00Óptima análise, Pedro. Aquilo que dizes sobre a &q...Óptima análise, Pedro. Aquilo que dizes sobre a "moral" dos artistas do Porto, ou pelo menos daqueles que pertencem à geração que fundou os espaços alternativos em 2000\01, é por demais evidente. Estamos a falar de pessoas que desde muito novas, ainda estudantes, perceberam que nada podiam esperar do poder local para desenvolver as suas actividades, que vivem numa cidade a cair aos bocados, e que perceberam que a sobrevivência depende das redes que estabelecem entre si, para cumprir os seus objectivos. Das grandes cidades do nosso país talvez o Porto seja aquela onde a crise, o desemprego e a pobreza mais se nota - as lojas todas fecham, só abrem negócios de compra e venda de ouro,os empregos são poucos, curtos e mal pagos, as casas estão vazias e podres, (visto de cima o Porto parece uma cidade bombardeada, com tanto telhado caído), há cada vez mais desalojados e pedintes, para além dos habituais junkies, ao ponto de já não se poder fumar na rua sem que nos venham pedir um cigarro. Para além disto, o acesso a subsídios estatais, aos consumidores do mercado da arte, e ao próprio escrutínio dos media, é muito mais difícil aqui do que em Lisboa, tornando ilusória qualquer tentativa de "fazer carreira". Todas as coisas positivas que aconteceram nos último anos nesta cidade, foram fruto da iniciativa privada ou popular, representando o poder local, na personagem odiosa de Rui Rio, sempre um empecilho: a renovação da baixa com o florescer dos bares e da vida nocturna, povoando as ruas como há muito não se via, os diversos grupos de pessoas que ocupam espaços públicos e privados ao abandono e os reabilitam para desenvolver actividades cívicas e culturais, os espaços artísticos alternativos, tudo isso foi de alguma forma reprimido pelo executivo camarário. Já para não falar da cedência do Rivoli a privados, a custo zero (La Féria), do projecto de construção de condomínios de luxo no mercado do Bolhão, da demolição do Aleixo, e por aí fora. E se por um lado se perdeu a esperança, como tu dizes, por outro lado menos se tem a perder, em qualquer coisa que se arrisque. AbraçoMarco Mendeshttps://www.blogger.com/profile/13865862494414947773noreply@blogger.com