tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post6171009271928867327..comments2024-03-21T07:34:30.258+00:00Comments on Ler BD: Jim Del Mónaco: O cemitério dos elefantes. Tozé Simões e Luís Louro (ASA).Unknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7498791.post-45118167262317483192015-12-22T08:39:36.671+00:002015-12-22T08:39:36.671+00:00Olá Pedro,
Quando começaste esta entrada pela defi...Olá Pedro,<br />Quando começaste esta entrada pela definição de “leitura próxima”, eu de imediato associei que para mim esta obra seria logo à partida uma “leitura afastada”. Imagina a gargalhada ao perceber uns parágrafos mais adiante que esta piada fácil, salvaguardado o desrespeito, já tinha sido inventada pelo Franco Moretti. Certamente, cometi aquilo a que se costuma chamar de “plágio subconsciente”. Ora esta última noção também me parece muito ligada ao universo do “Jim del Monaco”, para dizer o menos da sombra que a percorre e que, penso, referes de forma timidamente sucinta, desde logo pela homenagem ao Daniel Torres que se percebe na reprodução escâncara da abordagem deste à linha clara, já ela própria uma vénia também a outros autores, como num “mise en abyme”, um truque optico também de outros tempos. Mas a lembrança automática de Roco Vargas e de Opium que bastam duma observação distante sem tocar as páginas do livro, pelo que percebo do pouco que vi e do muito que nos dizes, adensar-se-á (se não resistirmos) a cada aproximação da leitura por ter demasiados pontos de contacto com o universo satírico do autor catalão valenciano, percorrido por personagens clichés a debitar desenfreadamente lugares comuns a 100 vinhetas à hora.<br />Confesso que aprecio moderadamente os dibujos do espanhol e só mais um “poucachinho” a forma sortida mas equilibrada como ele distribui pancada entre o bem e o mal nas suas histórias. Esse equilíbrio é a chave, doses iguais de afrontamento revelam, paradoxalmente, respeito pelas personagens e pelo leitor. O Jim Del Monaco and friends sofre inevitavelmente na comparação e assim o retro dá lugar ao serôdio, duma vetustez confrangedora que não sobrevive à erosão do tempo, mas cuja análise, vê lá tu :-), tem importância relevante e não pode ser ignorada face ao sucesso aparente que a obra teve/tem(?) junto do público. As filas para as bancadas de autógrafos e volumes do “cemitério” que vi debaixo do braço no Amadora BD pareceram-me um indicador da adesão do público e revelam que, em comparação com um elefante, o passado é uma coisa muito mais difícil de ser enterrada por mais Kannemeyers que do outro lado apareçam a fazer-lhes um conguito.<br />Mais uma vez parabéns e obrigado pela lucidez e pela objectividade.<br />Aquele Abraço<br />José<br />José Sánoreply@blogger.com