1 de julho de 2004
Leviathan. Jens Harder (L'an 2)
Este é talvez o melhor livro do artista alemão JH. Ainda que não seja mais do que um exercício de adaptação filosófica e ambiental do enciclopédico e “bigger than life” Moby Dick, de H. Melville, e do tratado homónimo de T. Hobbes, cruzada depois com outros acontecimentos e colocando o cachalote no centro das atenções, é ainda assim um válido exercício da potencialidade (e limites) dos fundamentos da bd. Os desenhos das figuras humanas poderão lembrar um cruzamento entre Charles Burns e Nick Bertozzi, autor de que se aproxima mesmo pelos experimentalismos formais que regem as histórias, mas sem atingir a qualidade de ambos. O mais interessante de tudo é, a meu ver, a forma como os saltos entre referências diferentes funciona apesar de tudo e como o autor consegue integrar imagens de outras fontes na sua própria narrativa aberta. A bd propriamente dita não tem palavras, mas cada secção está separada por citações literárias diversas em francês, inglês, alemão e japonês. Veja-se ainda o portfolio em http://www.monogatari.de/.
Éditions de l’An 2: Angoulême Novembro 2003. 25 Euros.
(artigo publicado em Mondo Bizarre 19, Junho de 2004)
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