27 de junho de 2005
Capitão América. AAVV (Devir/Panini)
Não serão muitas vezes que darei notícias de publicações. O Correio da Manhã volta a distribuir a cada Domingo, a partir de 26 de Junho até 6 de Novembro, uma nova série de revistas ou livros (conforme desejarem entender) de banda desenhada. Once again, são publicadas pela Panini, mas com a ajuda preciosa da equipa da Devir. Chamar-se-á Série Ouro, os Clássicos da Banda Desenhada, mas pela lista apresentada parece-me que o “ouro” está mais na relação formato-impressão-preço do que na escolha propriamente dita. A esmagadora maioria dos volumes serão dedicados a personagens (18 de 20), mais de metade norte-americanas, do universo dos super-heróis (com excepção para Gardfield e uma coisa qualquer chamada de Star Wars). Há reincidências em relação à colecção anterior (Mônica, Hulk, Homem-Aranha), mas algumas novidades, com os clássicos franco-belgas Spirou, Gaston e banda desenhada verdadeiramente alternativa, com Michel Vaillant (porque só um outsider a todos os níveis ainda pode ler tal coisa). O mais estranho dos volumes incluídos será, sem dúvida alguma, o de Jirô Taniguchi. Se bem que também dá uma valente paulada na palavra “clássico”, este será, na minha pouco humilde opinião, a obra de maior qualidade a vários níveis desta colecção. A estreia em português deste autor japonês será com O Homem que Caminha, e é uma excelente introdução à sua obra (ver abaixo notas sobre Le Journal de Mon Père). Outra surpresa, discutível em termos críticos mas inteligente e bem-vinda em termos estratégicos e comerciais (“quem pode, pode”), é a inclusão de um volume de José Carlos Fernandes.
Os textos estarão a cargo sobretudo de João Miguel Lameiras, com o seu estilo claro e informativo, entre outros, o que garantirão uma excelente qualidade das publicações enquanto livros a guardar pelos reincidentes e pelos novatos a descobrirem estas leituras. A tradução do Paulo Moreira já deste volume é, como sempre, escorreita, e teremos certamente outras razões para esta ser uma daquelas colecções facilmente nas mãos de muita gente. Não é muito diversificada a colecção no seu interior, e isso agregar-se-á a circunstâncias editoriais, de mercado, etc., mas ainda assim...
Eu estava curioso por começar a ler BD, e esta coleção foi mesmo o incentivo que precisava. Enfim, talvez quando a coleção acabar comece a procurar outras coisas, mas até lá vou é aproveitar esta "borla" do CM...
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