15 de outubro de 2005
Campanha anti-bélica. Unicef/IMPS, d'aprés Peyo
Como alguns de vocês, não sei muito bem que relação terá a ver isto com ler banda desenhada. Talvez se prenda ao interesse, ainda que muito secundário, pelo uso que as hegemonias comerciais, culturais, e até mesmo políticas, podem fazer com esta linguagem ou o que com ela se relaciona. Talvez se relacione com como, do próprio interior da produção mais comercial ou convencional da banda desenhada, é possível criar linhas de estranheza.
Seja como for, esta campanha desejada pela Unicef, produzida pela companhia IMPS e, de acordo com as notícias (googlem), aprovado por Peyo - apesar de terem sido recusados abusos - é por uma boa causa. Leia-se na imagem: ne laissez pas la guerre détruire l'univers des enfants. "Não deixem a guerra destruir o universo das crianças". O vídeo (má qualidade, enviem-me novo link se houver melhor), que mostra o idílio normal da aldeia dos Estrumpfes ser interrompido por bombas pouco-espertas, tenta mostrar as vítimas mais frágeis dos conflitos armados. Bom, seria discutível se este tipo de instrumentalização das crianças funciona, já que uma vítima não é, a meu ver, contabilizável, e não julgo existir hierarquias de "inocentes" (ou o são, ou não). Por outro lado, num momento em que o próprio Exército dos E.U.A. lança um jogo de computador para seduzir os mais jovens e conseguir recrutá-los (jogo em que se mata e morre no conforto do lar), novos canais de educação não são lançados nas nossas sociedades mais "avançadas", quando a ignorância continua a ser o prato do dia, pergunto-me se são os duendes azuis que nos ajudarão a despertar as consciências.
Mas isto nada tem a ver com "ler bd"... Ou, ao ser-se fã de títulos como The Authority e Sleeper, ou autores como Warren Ellis e Frank Miller, talvez no fundo seja também...
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