Introdução. Apesar de se poderem apontar outras plataformas, é a editora da Universidade do Mississippi que, indiscutivelmente, mais tem contribuído nos últimos anos para o crescente catálogo de obras académicas, monográficas ou colectivas, em torno da banda desenhada. Nos Estados Unidos da América, outras editoras universitárias ou de outra natureza oferecem títulos dignos de muita atenção e cuidado estudo, por vezes sob a forma de números especiais de journals com arbitragem, mas é a UPM aquela que mais títulos vai colocando em circulação. A Continuum é outra, tendo já antes editado How to read Superhero Comics and Why, de Geoff Glock, que ainda hoje continua a ser uma referência obrigatória para o estudo desse género em particular, e mais uns quantos títulos (Graven Images parece ser interessante). E são esses gestos a prova de que a banda desenhada não é de modo algum um território monolítico, desprovido de interesse e pertinência de investigações o mais diversas possível, incapazes de se desdobrarem em interpretações alternativas, alheias ao pensamento contemporâneo. (Mais)
Estes dois títulos são ambos colecções de ensaios diversos, cada um tentando fornecer um conceito nuclear em torno do qual os discursos são construídos. Aliás, muitas vezes estes títulos são fruto de conferências dedicadas a um tema, em que o “Call for Papers” (o convite à submissão de ensaios) é explícito; Comics and the City, por exemplo, nasceu numa conferência em Berlim; mais, este livro permite-nos aceder aos textos de alguns dos investigadores alemães e a uma forma de consultar a bibliografia existente na sua língua, a qual é - para nós, com pena nossa, que não lemos alemão - um território fora do alcance.
O que é importante em ambos estes títulos é a presença de relativa amplitude dos mais diversos géneros, tipos e naturezas da banda desenhada encontrada na selecção estudada. Dizemos relativa, pois gostaríamos de apontar, e nada de mais natural, sem criar problemáticas de maior, se isso se verificasse, que o livro dedicado à cidade tinha uma maior diversidade de objectos do que aquele explicitamente estruturado em torno da banda desenhada norte-americana mais moderna. Todavia, não é isso o que acontece. Repare-se: Comics and the City apresenta 16 ensaios (excluímos as introduções e outros suplementos, se bem que sejam importantíssimos de ler, mananciais que são de informação e conceitos); The Rise of the American Comics Artist apresenta 13. Mas do primeiro, 12 são criações norte-americanas (ou de ingleses na indústria norte-americana), estando 4 mesmo concentrados numa secção sobre super-heróis; temos 1 obra infantil (Barks) e 4 francófonos, se bem que 3 sejam sobejamente conhecidos - e não por isso menos dignos de estudo, atenção - Schuiten e Peeters, Tardi e Bilal (o 4º é M.-A. Mathieu). O segundo, porém, se bem que vogue em torno de autores quase canonizados (é mesmo um termo empregue) - Spiegelman, Ware, Sacco - ou temas bastante estudados mas sempre necessitados de novos desdobramentos - representação feminina, os underground comix, relações com estudos literários, transformação da indústria/arte - acaba por ser bem mais amplo nos seus instrumentos e resultados.
O primeiro efeito global, contudo, é de facto essa mesma amplificação, quer histórica quer conceptual. Apesar do que os fãs de determinados sectores da banda desenhada - sobretudo aqueles sectores que mais parecem estar presentes nas repetidas visitações mais públicas desta área da criação, dos super-heróis a Astérix, do Tintin ao Tex, aos produtos Disney ou Maurício de Sousa - possam crer, ou ainda aquele público mais ou menos alheio à diversidade contemporânea (ou mesmo histórica), esta área nem sempre se pautou pelos mesmos géneros, nem os géneros mais famosos são os que garantiam mais popularidade ou vendas, nem os mais populares ou os mais vendidos são aqueles que garantem a sua maior circulação cultural. É aí que a abordagem académica triunfa em relação a posicionamentos que não querem ultrapassar as primeiras impressões da nostalgia e da sobrevivência das leituras de infância, o coleccionismo, ou a atenção limitada do fã. Deverá ser claro que o coleccionador, o fã e o comentador (que podem ou não coincidir) poderiam moldar as suas forças através de um conhecimento mais alargado da sua área de interesse, e existem mesmo casos de coincidência total entre esses papéis e o do investigador ou pelo menos do leitor académico, mas o estudo universitário, a investigação balizada, permitirá sempre resultados mais profundos e amplos. Se bem que temos em perfeita conta que nem todas as pessoas - sobretudo as mais importantes, a saber, os leitores de banda desenhada - estarão interessadas, nem tem de o estar, em ler catrapácios desta natureza. E se sublinhamos essa categoria de pessoas, é porque, mais uma vez ao contrário do que poderá parecer aos mais empedernidos divulgadores de uma certa banda desenhada (que também amamos, mas não exclusivamente), interessará mais exponenciar a leitura em verdadeiros novos leitores do que formar novos fãs ou coleccionadores. Como escreve Ian Gordon no seu ensaio a propósito de Maus e o importante ano (para a banda desenhada contemporânea norte-americana) de 1986, “Watchmen e The Dark Knight Returns [Batman] reinventaram a banda desenhada para os fãs de super-heróis - Maus reinventou a banda desenhada para os não-leitores de banda desenhada” (in The Rise, pg. 179).
Comics and the City. Este livro apresenta logo à partida alguma coerência interna no sentido em que o tema é bastante explícito: a relação entre a banda desenhada e a cidade, não apenas enquanto local (e sua especificidade cultural), mas enquanto espaço (problemas conceptuais), e quer nas suas relações históricas quer nas suas projecções utópicas, ou outras relações. O tema em si, logo à partida, não é particularmente novo. Em Portugal, temos por exemplo o trabalho de João Miguel Lameiras e João Ramalho Santos, quer num artigo intitulado “Urbanismos de papel: as cidades na Banda Desenhada”, publicado na revista Bibliotecas (no. 3/4, 1999), quer no livro (de um irreal mas tão justo Congresso) dedicado às Cidades Obscuras de Peeters e Schuiten, chamado As Cidades Visíveis (Cotovia/Bedeteca de Lisboa), ambos levantando muitas das questões que são abordadas nestes vários ensaios, se bem que, compreensivelmente e não em detrimento dos trabalhos dos autores portugueses, a concentração destes artigos e a utilização de instrumentos específicos e balizados academicamente escavam o tema de maneiras muito particulares, com resultados próprios e de maior questionamento.
O livro está dividido em 5 secções, cada uma operando no interior de um foco especial. A primeira secção é “History, Comics, and the City”, fazendo emergir questões que têm a ver com essa primeira disciplina, a História: ora a da própria banda desenhada ora o modo como as correntes da História podem encontrar nela um veículo particular. Nessa primeira acepção, temos dois artigos, um de Jenz Balzer e outro de Ole Frahm. Balzer concentra-se sobretudo na criação de Outcault, The Yellow Kid, e explora o modo como o seu plano de composição se abria para uma complicação entre os espaços da imagem e os espaços do texto, não somente presentes nas legendas e na famosa camisa de dormir do que se tornaria o protagonista de Hogan’s Alley, mas noutros espaços como as superfícies das paredes, os objectos na diegese e até as nuvens… De certa forma, este é um artigo que deve ser lido em conjunto com aquele que Smolderen dedicara aos balões, se bem que a proposta de Balzer se apresente com consequências teóricas mais complexas. Frahm, por seu lado, também traz Little Nemo e Krazy Kat à baila, para estudar não apenas as relações dessas séries com a cidade ou a ideia de cidade (já que a obra de Herriman se passa num deserto), mas até aspectos formais das próprias criações. Ao mesmo tempo, estes dois artigos são excelentes contributos para a eterna discussão sobre a origem ou emergência da banda desenhada. Haja um posicionamento que englobe experiências medievais ou mesmo anteriores, que se concentre nos ciclos de imagem da imprensa dos séculos XVI a XVIII, na obra peculiar de Töpffer ou outras possibilidades de “origem”, a verdade é que a imprensa mais popular dos Estados Unidos no final do século XIX trouxeram uma inflexão importantíssima para a modelagem da banda desenhada que viria. A concatenação destes temas, a cidade e a emergência da imprensa moderna, as novas relações entre texto e imagem e as determinações tecnológicas envolvidas, a ideia de velocidade e distracção, são temas muito queridos a Walter Benjamin, por isso não é nada de surpreendente que esse autor (mas também outros, claro) surja como uma referência central a ambos os escritores.
É, todavia, no artigo de Suhr, mais à frente, que encontramos esta súmula de todo este projecto: “Quando a ‘banda desenhada’ surgiu nos jornais pela primeira vez, isto coincidiu com o pináculo da modernidade cultural do fim do século XIX e início do século XX, um momento que viu o seu locus paradigmático no seio da cidade moderna. A evolução paralela da cidade moderna e da banda desenhada não é apenas uma coincidência espácio-temporal - os jornais e, assim, a banda desenhada, eram de facto um meio principalmente localizado nas cidades. Na verdade, este local específico de origem influenciaria profundamente as histórias, a estética e a aparência estrutural da banda desenhada, de tal modo que a sua retórica visual imita e informa, a um só tempo, os modos característicos de percepção da cidade” (pg. 231). Já antes, no prefácio, se havia escrito também que “a banda desenhada [ou melhor, o comic book, como um meio inerentemente moderno e urbano, situa-se a si mesmo nessa mesma tensão, numa sobreposição de signos produzidos em massa e incompatíveis, nos quais imagens e textos interligados se perturbam e complementam a um só tempo entre si” (pg. 13).
Segue-se um estudo de Anthony Enns sobre o magistral (palavra que não dever ser entendido de ânimo leve em relação a esta obra, mas que quer dar conta a um só tempo todos os aspectos do seu modo) Berlin, de Jason Lutes, obra a qual levanta ainda outras questões também muito próximas das pesquisas de Benjamin, e tão em voga nos nossos dias em certos círculos das artes contemporâneas e seus discursos, como a questão do arquivo, dos Atlas, e da memória enquanto ferramenta de reescrita da História.
A segunda secção intitula-se “Retrofuturistic and Nostalgic Cities”, e (respectivamente) Henry Jenkins, Stefanie Diekmann e Michael Cuntz estudam a obra multifacetada de Dean Motter (com grande destaque para as histórias em torno do arquitecto Mr. X), a da dupla - é óbvio que esta referência tinha de surgir - Peeters & Schuiten, e a de Jacques Tardi. Nos casos de Motter e Peeters-Schuiten, estamos perante casos em que as próprias cidades visitadas são, senão as protagonistas, então a matéria que estrutura as ficções. Não são meras paisagens interessantes, mas parte integrante das intrigas, no caso do norte-americano com fortes ligações ao policial ou à novela de mistério, mas também da ficção científica e a literatura utópica (tudo temas abordados por Jenkins, que oferece ainda aqui uma entrevista com Motter que levou a este artigo), e no caso da dupla francófona, palco de explorações conceptuais e metafísicas sobre a natureza das cidades e, por consequência, da natureza humana (se bem que em muitos aspectos da representação humana, quer visual quer emotivamente, a dupla não tenha criado algo de muito forte). Em ambos estes casos, os gestos dos arquitectos (e dos urbitectos) são interpretados como algo que vai bem mais além da mera projecção de um edifício num local específico. Ainda que isso seja óbvio, na palavras de Diekman, “…o político e o arquitectónico não devem ser tratados como dois aspectos diferentes da urbanidade” (pg. 89) é um princípio que se desdobra de um modo particularmente denso nessas obras. O artigo de Cuntz, dedicado à Paris de Tardi, tanto nos álbuns de aventuras de Adèle, como nos policiais de/com Malet e Siniac, ou nas reescritas da História com Le cri du peuple, pretende mostrar também o papel dessa cidade enquanto protagonista, mas não é muito convincente nesse sentido. No entanto, é a sua análise narratologia que nos faz entender que as representações de Tardi atingem um grau de “efeito do real” superior àquele que faria se tivesse representado a cidade através dos seus marcos mais reconhecíveis (logo, segundo Cuntz, tornados “signos esvaziados”) ou de “postais”… A ausência dos escritos de Lecigne e Tamine, porém, levam à ideia de que a consequente falta de diálogo entre essas análises - a mais antiga e então contemporânea do auge da novidade de Tardi e esta contemporânea - é uma oportunidade perdida no fortalecimento internos dos estudos de banda desenhada.
Todos os leitores de super-heróis, clássicos ou não, sabem a importância que as cidades tem com essas personagens. Essas mesmas cidades ganham mesmo um estatuto especial no imaginário dos seus leitores, sejam totalmente fictícias (Opal City), sejam avatares de cidades reais (Gotham, Metropolis), sejam retratos fidedignos de cidades existentes (Nova Iorque). As relações de simbiose, de figuração, simbólicas e ideológicas entre as cidades e os seus heróis são então aqui exploradas, na secção “Superhero Cities”, por quatro artigos: William Uricchio fala da Gotham de Batman, Arno Meteling das Novas Iorques de Starman e Ex Machina, Anthony Lioi da Nova Iorque “ecotópica” de Promethea, e Jason Bainbridge de uma outra Nova Iorque, a do Homem-Aranha… É curioso como todos os artigos são sobre Nova Iorque (Gotham é essa mesma cidade, ou melhor, é “Manhattan abaixo da rua 14 à meia-noite e onze na noite mais fria de Novembro”, escreveu uma vez Dennis O’Neil), ou bem pelo contrário, pouco surpreendente, mais uma vez pelo seu papel enquanto palco de muitos dos episódios principais do desenvolvimento da banda desenhada norte-americana, quer aquela da imprensa (comic strips) quer a das revistinhas (comic books). E, dependendo de cada um desses títulos e dos instrumentos dos ensaístas, essa cidade demonstra a capacidade de se mostrar como um complexo prisma, cuja configuração, cor e brilho dependem muito da ficção que a transmite (de um ponto de vista muito pessoal, desejaríamos ter visto um artigo sobre a Nova Iorque “provinciana” do Demolidor, quando este foi escrito por Brian Michael Bendis, um tratamento que - salvas as distâncias, a começar pelo irrealismo dos super-heróis contrastando com o realismo da série de televisão, - nos recorda parcialmente o tratamento da Baltimore de The Wire). Apesar de Uricchio apenas escrever sobre Gotham, quando ele escreve que ela é “um espaço cujo fluxo dinâmico é a fonte da sua vitalidade, respeitando complexas “lógicas dinâmicas de performance mais do que o terreno fixo do artefacto material” (pgs. 130-131), estamos em crer que essa expressão poderá ser aplicada às outras Novas Iorques, nas suas existências semi-ficcionais.
Os vários elementos típicos deste género de banda desenhada (desde os uniformes brasonados às duplas identidades, às mesclas psicóticas entre defensor e cidade defendida) são exploradas em cada um destes textos, elaborando assim instrumentos que se cruzam com o desenvolvimento do meio, do género, de obras particulares e que servirão decerto para futuros desenvolvimentos.
A quarta secção intitula-se “Locations of Crime”, e apesar de falar de pelo menos dois títulos do género crime/policial - From Hell de Alan Moore e Eddie Campbell e 100 Bullets de Azzarello e Risso, ou até mesmo pelo facto de incluir esses dois títulos em particular - faz alargar a categoria da “crime graphic novel” a outros patamares ou entendimentos. O primeiro artigo, de Greg M. Smith é dedicado às raízes entre o trabalho de Will Eisner e o vaudeville norte-americano, encontrando aí muitos dos elementos que influenciariam o autor de The Spirit e de muitos outros títulos sobejamente famosos no território das “graphic novels” (sem entrarmos em quezílias de nomenclatura, emergências e consistência). De certa forma, deveríamos ter lido este artigo antes de ter tecido algumas considerações sobre Eisner a propósito do mais recente título de James Sturm, mas o que afirmáramos ali com alguma inépcia é explícito, confirmado e muito desenvolvido neste texto de Smith. Este artigo é aquilo que se apelida justamente de “crítico” pois, apesar de analisar as características que tornaram Eisner não apenas numa grande referência como num “mestre a imitar” e uma referência solidíssima no seu território, não o impede de analisar e desmontar precisamente aquelas características que o enfraquecem mais de um ponto de vista mais informado em termos de estética, capacidade de entendimento sobre a complexidade do ser humano na sua expressividade e até mesmo nos modos formais de apresentar os seus sentidos.
Seguem-se então os artigos de Björn Quiring sobre From Hell, e de Jörn Ahrens sobre 100 Bullets. O primeiro propõe-nos ler a Londres do “Jack the Ripper” de Moore e Campbell como um espaço muito prismático, aberto às flutuações da sua própria história (que é explorada de um modo integradíssimo, num padrão mágico-histórico, no livro), aos passeios psicogeográficos de Gull, e dos seus perseguidores - os diegéticos mas também os investigadores reais, os “gull-catchers”, e depois ás interpretações políticas, económicas, maçónicas, e até em relação às representações gráficas do século XIX, recriadas pelo estilo de Campbell. Ahrens atravessa o seu título de uma maneira totalmente diferente: partindo de uma leitura crítica “contra” 100 Bullets que a vê como uma obra cheia de clichés, o ensaísta utiliza os mesmos elementos apontados para criar um elogio a essa banalidade, bebendo de Kracauer, sobretudo, para falar dos seus “distintos processos de simbolização cultural”.
A última parte, “The City-Comic as a Mode of Reflection”, tenta falar de especificidades muito próprias da banda desenhada, a nível formal, narratologia e até de circunstâncias do seu mercado. É assim que se analisam as séries de Corentin Acquefacques, de Marc-Antoine Mathieu, as histórias dos patos Disney de Carl Barks e A Mulher Armadilha de Bilal, respectivamente por André Suhr, Andreas Platthaus e Thomas Becker. O primeiro artigo concentra-se, sem surpresa mas com profunda inteligência, nas características e experimentações formais (mas ainda assim no interior de uma experiência claramente narrativa e líquida), da obra onírica e absurda e metalinguística de Mathieu. O último artigo investiga as escolhas narrativas-formais de Bilal para fazer emergir, mas com alguma fraqueza, os pontos de interesse dessa mesma obra, sob a perspectiva da representação da(s) cidade(s) como sinal distópico, ainda que bem diverso do seu uso na ficção científica.
Já o segundo, mais surpreendente e seguramente que passível de vir a influenciar muitas linhas de investigação, explora a forma como as traduções em alemão das histórias de Barks, sobretudo com uma atenção particular para a transformação de “Duckburg” para “Entenhausen” implica iguais alterações ou pronunciações ideológicas diferenciadas (a opção por “Patópolis” revelaria, sob a mesma luz, acreditamos, uma menos inflexão). Platthaus explica como essa cidade fictícia oscila entre o rural e o cosmopolita, e como não é um terreno absolutamente fixo; bem pelo contrário, existindo agora um rio a atravessar a cidade e agora não, elevando-se nesta história a caixa-forte de Patinhas num monte e nesta outra numa planície, Patópolis é uma cidade bem mais fluída e dinâmica que Gotham, por exemplo. Mas as traduções alemãs fixam-na não apenas em circunstâncias locais e reconhecíveis, como a delimitam politicamente (o autor opta por não colocar na discussão os vários mapas que tentam fixar Duckburg de uma forma ou outra - eis aqui um numa edição tailandesa, mas de origem italiana, pensamos - , e é curioso que tenha entretanto surgido um guia-mapa em alemão de Enthausen). A qualidade "líquida" desta cidade torna-a um case study muito interessante.
Bom dia,
ResponderEliminarAntes de mais, parabéns pelo artigo que é interessante e util Tenho andado à procura deste livro, e aparentemente, não está ainda em bibliotecas, estando á venda na Bertrand (acho). Tenho intenção de fazer pequeno trabalho sobre a cidade na banda de desenhada e tenho tido algumas dificuldades em encontrar bibliografia, já que não me entendo com o alemão. será que me pode dar alguma pista de como o poderei consultar (ao menor custo)? Obrigada
sofia_silvano@yahoo.com