Frederick Luis Aldama é professor na Universidade de Ohio, de áreas tais como Literatura Comparada, Estudos Latinos e o ponto de encontro entre as Ciências Cognitivas e a Literatura ou, pelo menos, a Narrativa. No interior desses interesses académicos, o seu gosto pela banda desenhada encontra também formas de se tornar matéria de estudo. Nos seus volumes sobre autores latinos de várias áreas (da literatura ao cinema), discute sempre alguns autores de banda desenhada, e utiliza mesmo os seus textos nas suas aulas. Estes dois volumes são o corolário desse trabalho no que diz respeito à área de estudo que nos interessa. Your Brain on Latino Comics. From Gus Arriola to Los Bros Hernandez (UTP: 2009) é um volume da sua própria autoria, dividido em três partes: a primeira faz uma história concisa da representação dos cidadãos norte-americanos de descendência de países da América Latina, ou de imigrantes desses países (o que em inglês se conjuga na palavra “latino”, e que empregaremos aqui apesar de incorrermos em problemas de interpretação com o seu significado em português, isto é, associado ao latim ou a uma certa forma de estar dos sul-europeus); a segunda parte estuda com mais precisão as formas de funcionamento específico desta banda desenhada, mesclando estudos cognitivistas e aspectos formais da banda desenhada - e cuja aplicabilidade nos parece ser transversal e produtiva -; e a terceira e última parte consiste em entrevistas feitas a 22 artistas latinos de banda desenhada, desde os mais veteranos aos mais jovens, dos mais famosos a alguns nomes mais obscuros, desde profissionais do mainstream norte-americano até cultores do alternativo. Multicultural Comics. From Zap to Blue Beetle (UTP: 2010) é uma colecção de 13 ensaios de vários autores convidados por Aldama para se debruçarem sobre um vastíssimo e diverso corpus de bandas desenhadas, estudadas da(s) perspectiva(s) proporcionada(s) pela questão da etnicidade, do multiculturalismo, ou outras contíguas. Essa colecção está dividida em duas grandes partes, sendo a primeira em torno da “história, conceitos e métodos” e a segunda sob o signo de uma “caixa de ferramentas” específica a este mesmo conjunto de trabalhos e perspectivas.
Se o livro do próprio Aldama é mais circunscrito em termos de foco - se bem que ele não possa ser reduzido a nenhuma definição clara e fechada, como se verá na entrevista que nos proporcionou -, pois centra-se somente no que se entende por autores “latinos” ou obras “latinas”, já a colecção de ensaios, como indicado pelo próprio título, expande a sua focalização. O primeiro ensaio, de Leonard Rifas, coloca de imediato a questão em termos abertos, com “Race and Comix”, abordando sobretudo a representação dos negros nos Estados Unidos (inclusive na obra de Robert Crumb, clássico exemplo das problematizações mais apaixonadas entre o racismo e o humor, o preconceito e a liberdade expressiva, etc.). Matérias como a homossexualidade, os afro-americanos, os asiáticos-americanos, os nativos americanos, os mestiços, o nacionalismo negro (um movimento específico nos EUA), a representação dos outros países, outras nacionalidades, os estereótipos clássicos ou contemporâneos, encontram o seu lugar em textos que se debruçam desde a banda desenhada da Marvel (The Tomb of Dracula e Blade) e o Vimaranama de Grant Morrison e Philip Bond a clássicos alternativos como Adrien Tomine a autores contemporâneos muito sedutores junto a um vasto e novo público, como Derek Kirk Kim e Gene Luen Yang, passando por banda desenhada mais obscura, criada por autores das várias etnias nativas americanas, à banda desenhada indiana, a uma obra-prima da expressividade pessoal como My Darkest Hour de Wilfred Santiago, mas também abordando o cinema e a música (The Birth of a Nation, de Griffith, e a música de DJ Spooky, num estudo comparativo das adaptações desse filme do pai do cinema norte-americano feitas pelo famoso DJ experimental e na banda desenhada por Mcgruder, Baker et al., estudo assinado por James Braxton Peterson).
A questão da etnicidade apenas faz sentido quando essa se levanta como uma questão de alteridade, isto é, de uma comunidade em minoria em relação àquela que reclama “direitos maiores” ou pelo menos “hegemónicos”, no local em que se inserem, levantando questões e problemas extremamente complexos que dependem sempre muito das mais exactas circunstâncias em que se coloca. Isto é, a clássica resistência à hegemonia. Nesse sentido, e aproximando-nos mais dos temas estudados pessoalmente por Aldama, interessarão mais os trabalhos associados a autores, personagens ou contextos de pessoas etnicamente associados a origens latino-americanas vivendo nos Estados Unidos, do que autores propriamente mexicanos, argentinos, brasileiros, etc. O foco, porém, nos ensaios, pode-se dirigir para locais que poderão parecer, para nós, que não pertencemos a eles, totalmente outros, “exóticos“, preenchidos pela alteridade, mas que na verdade, bem investigados, poderão revelar fracturas na sua própria, afinal, hegemonia construída. Por exemplo, o ensaio de Suhaan Mehta, em Multicultural Comics, discute como “a banda desenhada [graphic novel] indiana problematiza noções monolíticas de lar, identidade e a história de povos marginalizados pela apresentação junto aos leitores com uma escolha de opções representativas” (pg. 173). O mesmo poderia ser aplicado noutras circunstâncias, inclusiva a nossa mesma, portuguesa.
A questão não é totalmente respondida na leitura de ambos os livros, não porque a argumentação seja fraca, as conclusões ausentes, ou as pesquisas inoperantes, mas porque ela tem necessariamente de ser continuamente debatida, questionada e reinventada. Como se perguntam J. E. Robb e Rebecca Wanzo num texto que pretende fornecer-nos com instrumentos de pesquisa, “Que grupos devem ser incluídos [na construção de um cânone de textos multiculturais e multiétnicos]? Definiríamos um cânone ‘multicultural’ como sendo fundado nos Estados Unidos, uma vez que o projecto multicultural tem uma genealogia particular enquanto teoria norte-americana que sublinha a diversidade de vozes, sobretudo raciais e étnicas, na construção de uma identidade nacional pluralista? Será importante somente preservar o mais que se conseguir destas narrativas gráficas, oposto a uma preservação de apenas as ‘importantes’ obras, pela rareza e vulnerabilidade em desaparecerem no éter desses textos, mais do que outros (sendo este um meio no qual já se perde muito, por rotina)? Deve este cânone incluir a representação de minorias raciais e étnicas, textos produzidos por minorias raciais e étnicas, ou ambos? Mais do que estarem fundamentados em ideias de vozes narrativas autênticas, deverá este arquivo estar aberto a textos que lidem com a experiência étnica e racial nos Estados Unidos que não sejam necessariamente criados por minorias raciais e étnicas? Para compreender verdadeiramente este cânone, deveríamos incluir representações racistas, uma vez que elas assombram repetidamente - dada a natureza referencial da banda desenhada - as histórias contadas por aqueles que querem desafiar essa história visual?” (pgs. 202-203). Como vemos, a questão deve ficar sempre em aberto, e é essa mesmo a sua força e operatividade.
Alguns temas formam-se mas muito rapidamente de dissipam, quase como se bastasse nomeá-los para se coalescerem em matéria de análise possível, mas infelizmente eles não o são, e parecem ser muito promissores. Por exemplo, na página 103 refere-se a participação dos irmãos Hernandez no projecto de Mister X de Dean Motter, mas como eles teriam sido afastados por, nas palavras de Arlen Schumer, não terem percebido muito bem os objectivos da série e terem desenhado uma Radiant City com demasiado… “barrio feel”! Mas não seria isso precisamente uma faceta a explorar? Como é que esses artistas transformaram um projecto sobre uma dis/utopia urbana numa plataforma em que expressavam o seu próprio ponto de vista e experiências pessoais?
Voltando ao livro de Aldama, a representação de personagens “latinas” é aquilo que mais o interessa, e ela encontra-se no interior das representações estereotipadas de sempre. Do Speedy Gonzalez ao primo Gomez da Família Adams, etc., todos esses papéis e personagens sublinhavam vários elementos físicos e comportamentais usualmente associados aos mexicanos, ou de outras origens associadas à América Latina (claro que podem dizer que a personagem de Speedy é contrária nessa representação - ele é super-rápido, e não lento, como o mexicano nesses estereótipos - mas é nessa mesma inversão, ligada às suas explosões verbais sempre repetidas, que são o garante da imagem de partida). Nesse sentido não há diferença de tratamento estrutural em relação a outras minorias, ainda que se revista de especificidades culturais. “A inovação da banda desenhada latina parte da nossa capacidade universal em imaginar outros mundos” (pg. 84), o que não deixa de ser verdade, mas pensamos que as maneiras que o autor pretende analisar como sendo especificamente latinas estão mais próximas de um posicionamento que terá antes a ver com os círculos independentes e contemporâneos de toda a arte, e não especificamente latinos… Como deixa bem claro Frank Espinosa, autor de uma surpreendente saga, Rocketo, no fim da sua entrevista, “Nós, enquanto hispânicos, enquanto afro-americanos, tal qual como qualquer minoria o conseguirá, podemos escrever o novo Senhor dos Anéis, a nova Guerra das Estrelas, os novos Harry Potters, mas se apenas falarmos sobre uma experiência das nossas vida, continuaremos enclausurados” (pg. 165). Essa universalidade, de resto, é explorada de várias formas, como o próprio autor admite: “não se trata tanto de investigar quando um dado livro de banda desenhada resiste ao capitalismo, ao imperialismo ou a opressão patriarcal, mas antes como ele opta por representar e reenquadrar todos os aspectos do nosso dia-a-dia” (pg. 17).
Algumas das entrevistas que compõem mais de metade deste volume poderão ser surpreendentes sob essa perspectiva de abertura, como aquela que é feita a Roberta Gregory, cuja esmagadora maioria do trabalho não explora as suas raízes mexicanas, mas antes temáticas mais afectas com a expressão da sexualidade e o papel societal da mulher. No entanto, as suas confissões sobre como a descoberta do trabalho de Jaime e Gilbert Hernandez significou para ela uma visão libertária em termos de possibilidades de expressão pela banda desenhada, desenham um contorno significativo, a um só tempo, estritamente associada à latinidade, e aberta à alteridade mais diversa possível.
A parte mais importante, porém - para nós, em termos pessoais, claro está -, do trabalho de Aldama, reside na sua capacidade de aproximar os estudos que juntam as ciências cognitivas e as artes (sobretudo a narratologia) e a banda desenhada, e existem troços inteiros que se poderiam tornar quase manuais básicos dessa mesma aproximação. “(…) precisamos de considerar como um autor-artista destila e distorce vários elementos de forma a envolver as nossas faculdades cognitivas (linguagem, memória, emoção e etc.)” (pg. 106). E imagina-se a sua aplicabilidade transversal. “Autores-artistas [Aldama faz uma separação desta maneira entre os escritores e os desenhadores] latinos conseguem dirigir esta faculdade que temos em ler mentalmente [mind-reading; o autor refere-se aos processos de dedução] formas complexas e aprazíveis. Lendo as dicas dos autores-artistas, conseguimos inferir relações causais, de identidade, de perspectiva, e espácio-temporais, assim como as interacções entre personagens. E os artistas latinos conseguem jogar, provocar e até levar até ao limite a nossa capacidade de ler mentalmente de forma a intensificar as nossas respostas emocionais e cognitivas” (pg. 95). (O problema mantém-se, na medida em que estas afirmações poderiam ser aplicadas a outros autores que não latinos.). Uma questão mais específica, por exemplo, é a consideração de um narrador duplo, verbal e visual, que nos parece fundar mais um produtivo instrumento narratológico para a análise da banda desenhada.
Outros autores em Multicultural Comics aproximam-se dessa dimensão cognitiva, como Nicholas Hetrick, que no seu estudo da obra In My Darkest Hour, de Wilfred Santiago, pretende “compreender o acontecimento e a resposta como parte de uma paisagem psicológica vasta que não pode ser separada em segmentos distintos, os quais consistem em acontecimentos externos e respostas internas a esses acontecimentos particulares”, o que obriga a “uma abordagem à banda desenhada que tenta compreender a imagem, o texto e o aparato gráfico como parte de um sistema narrativo englobalizador que, em conjunto, conduz a sua experiência interpretativa e estética” (pg. 200).
Para além da abordagem cognitiva, a dimensão social é extremamente importante. Muitos autores e teóricos contemporâneos que se debruçam sobre a leitura de obras de arte (literatura, cinema, e, com estes outros autores, a banda desenhada), como Mieke Bal, integram a dimensão da recepção social como elemento intrínseco do significado e poder estético das obras. Na fórmula de Leonard Rifas, um dos mais interessantes ensaios do segundo livro (como é costumeiro do seu trabalho, de resto), e que abre a secção dos ensaios, “os sentidos das histórias de banda desenhada não se encontram perfeitamente encapsuladas nas suas vinhetas, mas são geradas pelos encontros entre essas obras e os seus leitores” (pg. 37).
Na introdução a Multicultural Comics, Derek Parker Royal escreve “A banda desenhada emprega necessariamente estereótipos, como se de um sistema de estenografia se tratasse, para comunicar rápida e sucintamente”. Apesar deste texto estar na introdução, e ser necessária também alguma rapidez e concisão, e Royal depois explicar a responsabilidade dos autores em navegar por essa estenografia de modo a não cair em armadilhas, estas afirmações são em si mesmas danosas, pois não só não tomam por atacado, sem qualificações, o facto de que se trata de uma arte que emprega o desenho, uma técnica de representação não-indicial, e por pôr de lado a noção de qualquer forma de arte - inclusive a fotografia e o cinema, indiciais, ou a literatura - utilizarem também as suas próprias formas de “estenografia”. O facto de se citar Will Eisner como fonte de autoridade não ajuda ao argumento.
É no ensaio de Jared Gardner, contudo, que encontramos um excelente contrabalanço dessa posição. Gardner é um autor extremamente atento à forma como expõem o seu pensamento, e está alerta para todas as dimensões que operam a um só tempo na criação, leitura e distribuição da banda desenhada. Logo, quando estuda os estereótipos dos chineses na banda desenhada norte-americana (para abordar as obras maiores de Gene Luen Yang, Adrian Tomine e Derek Kirk Kim), estrutura de imediato um contraste enorme entre as imagens singulares dos cartoons e a multiplicidade-em-sequência da banda desenhada. “A banda desenhada sequencial tem uma capacidade única e contrastante de destabilizar estereótipos raciais” (pg. 135, subl. orig.)
Um dos outros melhores ensaios, senão aquele que mais nos deu prazer intelectual ler, é o de Patrick L. Hamilton, o qual estuda La Perdida, de Jessica Abel, mas que se afasta dos discursos elogiosos para demonstrar como o tipo de clichés de representação do México, e até certas cegueiras aspectuais, de que a personagem se tenta afastar e corrigir acabam por a dirigir a uma outra série de clichés e cegueiras, possíveis mesmo de atribuir à autora… “Ao ignorar [aspectos negativos relacionados com a vida de Frida Kahlo, que a protagonista idolatra], Carla reduz novamente a autenticidade da sua interacção. Ela fica presa num ciclo solipsista, interagindo e apreciando somente aqueles aspectos da cultura e sociedade mexicanas que se encaixam na maneira como ela já as imagina, e ao mesmo tempo desligando-se de tudo o mais” (pg. 124). Todavia, o ensaio vai mais longe: “Mais problemático, porém, são as formas como a própria construção da narrativa por Abel confirma similarmente a transformação de Carla” (pg. 127). Este é um ensaio que vai mais longe do que uma simples apreciação do posicionamento de um autor, na forma como se torna possível a expressão dessas alteridade culturais e étnicas, mas perscruta as formas como o autor ou autora o expressa, e as armadilhas em que pode cair.
Permitam-nos um pequeno desvio, a jeito de conclusão. Apesar de não estarmos familiarizados com a literatura contemporânea norte-americana, um dos livros lidos e muito apreciados nos últimos tempos foi The Brief Wondrous Life of Oscar Wao de Junot Díaz (publicado como A Breve e Assombrosa Vida de Oscar Wao pela Porto Editora). Aldama afirma, numa conversa paralela à entrevista, que “todos os romancistas - e vemo-lo sobretudo naqueles autores que exercem uma grande vontade de estilizar [will to style] - procuram os seus prazeres onde podem obtê-lo. O romance de Díaz é um tour de force de alusões em camadas várias, não apenas à banda desenhada, mas também, claro, à ficção científica, à tradição do Bildungsroman (A Educação Sentimental de Flaubert é citada), a história, etc.”. Naquilo que nos importa, porém, é que de facto a banda desenhada - desde a mais mainstream da DC aos alternativos - faz parte da matéria plástica empregue no romance, sobretudo para a criação de metáforas que exploram as emoções das personagens, as implicações das tramas complexas entre a ficção e a história real, e as linhas de fuga possível de estruturação do imaginário particular do romance. Mas muito especificamente, não conseguimos ler este romance sem pensar sistematicamente no que havia sido criado antes pelos irmãos Hernandez: os tons e humores vários flutuantes, a mistura entre realismo e fantasia, os ambientes, e até mesmo a descrição psicológica e física das personagens… ao ler Oscar Wao, formavam-se imagens saídas do punho de Jaime Hernandez… Não é que desejemos retirar nenhum do poder próprio de Díaz (afinal, o romance ganhou o Pulitzer), mas este romance maravilhoso, comovente e divertido parece ser criado, pelo menos em parte, num caminho que havia sido trilhado pelos autores de banda desenhada de Love & Rockets. Não sabendo responder a esta questão, e talvez mesmo incorrendo a reduções drásticas e perigosas, perguntamo-nos se os Hernandez não terão criado uma auto-imagem dos latinos extremamente poderosa a que agora outros criadores, inclusive literários como Díaz, respondem, mesmo que no interior de uma “resposta” criativa muito complexa que abarcará Llosa e Marquez, por exemplo. Essa parece ser, portanto, uma das abordagens e contributos vencedores da parte da banda desenhada latino.
O autor foi extremamente amável em gastar do seu tempo para responder a uma mão-cheia de perguntas. Para os interessados, podem aceder aqui.
Nota: agradecimentos ao autor pela simpatia, a resposta às perguntas e a ajuda em contactar a desk da UTP, e à editora pela oferta de ambos os volumes.
A propósito de usar o Will Eisner como autoridade (não sei se é precisamente disto que estás a falar quando escreves que referenciá-lo não ajuda ao argumento dos estereótipos na bd): o Graphic Storytelling dele está cheio de definições redutoras do que é a banda desenhada e para que serve, argumentando, por exemplo, que é uma forma de comunicação mais acessível do que a literatura, etc (estou a parafrasear). Mesmo como literatura de introdução à bd está a praticar um des-serviço. É uma pena.
ResponderEliminarCaro Hugo,
ResponderEliminarNão sei se nos conhecemos pessoalmente, mas pelo "tu", esperemos que sim.
Sim, Will Eisner é citado precisamente na qualidade de autor de dois livros/manuais de banda desenhada, entre os quais o "Graphic Storytelling", no qual se espraiam argumentos sobre como a banda desenhada é - quase necessariamente - uma linguagem facilitista e redutora. Eisner é um autor incontornável, sem dúvida, e algumas das suas criações são maiores. Mas a sua inclinação para o melodrama e algumas das representações raciais (Ebony) são objecto de controvérsia e estudo.
Eisner e Scott McCloud são, a meu ver, autores que criaram livros de uma acessibilidade magnífica, mas, por causa dessa mesma aparência de acesso e argumentação simples, são muito redutores no tipo de abordagens que são possíveis para o estudo e análise da banda desenhada.
Há que lê-los e confrontá-los com outras perspectivas.
Pedro Moura
Caro Pedro,
ResponderEliminarsim, desculpa. Sou o Hugo biólogo. Não costumo usar o blogger e como usei a minha conta google para a assinatura, pensei que estivesse a dar a minha morada de e-mail.