O novo livro de Hillary
Chute é dedicado à banda desenhada não-ficcional, e mais
especificamente a formas da banda desenhada que criam narrativas
associadas ao acto de testemunhar atrocidades, de forma a não deixar
que elas desapareçam não apenas dos anais da história como da
experiência imediata das comunidades. Autobiografias, biografias dos
outros, modos documentais, reportagens, o escopo de Chute é tão
alargado quanto concentrado, como veremos, para demonstrar como a
banda desenhada é um meio particularmente apto, ou apto de maneiras
particulares, para a “devolução de vozes” das vítimas de
processos históricos. (Mais)
O livro está dividido em
cinco capítulos, sendo os dois primeiros mais gerais, teóricos e
históricos, e os três finais centrados em obras individuais. Essas
obras são Barefoot Gen, de Keiji Nakazawa, Maus, de
Art Spiegelman e a obra de jornalismo em banda desenhada de Joe Sacco
(sobretudo Palestina, Safe Area Goražde
e Footnotes in Gaza mas
também Days of Destruction).
Qualquer consideração do
desenvolvimento histórico e circulação cultural da banda desenhada
não pode descurar o facto de um diálogo permanente – por vezes
uma tentativa de fuga, até – com produções de
entretenimento ou distracção infantil, que se tornou de facto o
território máximo desta disciplina durante grande parte do século
XX. Isso teve repercussões num lento desenvolvimento do que seriam
entendidas como “novas formas de banda desenhada”. A autora fala
mesmo da aparente discordância no caso de Gen, uma vez que a
sua forma serializada era publicada na revista mensal para jovens
rapazes Boy's Jump Monthly. Essa é uma das outras tensões –
o quadro do popular e uma vontade em criar discursos mais abrangentes
e politicamente mais sofisticados – que o tempo foi construindo. No
entanto, não se pode negar que houve transformações radicais em
termos de produção, recepção e circulação da banda desenhada
nas últimas, digamos, cinco décadas. Como Chute deixa claro, e
parafraseamos, até a própria possibilidade de falar de um 'campo da
banda desenhada' não foi possível antes de certas conquistas. Maus
é apontado como um nexo nessa viragem, “pelo que apresentava
internamente e galvanizava externamente” (161).
No entanto, é
precisamente essa viragem, desenvolvimento, transformações,
abertura, etc., que permite ao mesmo tempo re-categorizar a banda
desenhada de uma forma mais geral, criando por sua vez instrumentos
que permitem olhar a história de uma maneira diferente. Como queria
Walter Benjamin, olhamos o passado pelo telescópio do presente, e
Chute, na sua perspectiva histórica, se não é propriamente
original, é pelo menos muito consistente e cria um corpus
coeso do acto de que pretende criar o retrato. É dessa forma que o
capítulo 1, “Histórias da testemunha visual”, atravessa toda
uma história alargada da produção de obras visuais que implicam
actos de testemunho. Sem querer criar a ideia de percursores
absolutos, a consideração das obras de Jacques Callot (Les
grandes misères et les malheurs de la guerre), de Goya
(Desastres de Guerra, à qual pede emprestado o título do
livro), o trabalho dos “artistas especiais”, isto é, repórteres
visuais dos jornais ilustrados do século XIX (com particular
destaque para Constantin Guys, do Illustrated London News, que
cobriu a “primeira guerra moderna”, a da Crimeia, e que seria
depois o elusivo “Sr. G.” do famoso ensaio de Baudelaire, O
pintor da vida moderna), de Otto Dix (Das Krieg), entre
outros, demonstra que o gesto em si não é propriamente moderno, mas
antes uma tradição a que dá o nome, seguindo Spiegelman, de
“desenhar para contar”. Esta história é-nos particular e
pessoalmente grata, se nos permitem, sendo referências citadas
amiúde neste espaço e no nosso trabalho de ensino. Mas cada um
desses gestos ou era isolado enquanto prática, ou estava subsumido e
controlado pelos discursos da sua época, discursos mediáticos,
políticos, sociais, culturais e históricos, com os quais a banda
desenhada não tinha (ainda) relação, até por razão da sua
formação tardia.
Contudo, Chute está
interessada na especificidade da banda desenhada, que só se torna
pertinente com a emergência do seu “campo” particular. Daí que
o segundo capítulo, “Tempo, espaço, e escrita com imagens
[picture writing] na banda desenhada moderna” procure outras
filiações, abordando processos e especificidades expressivas com
recurso à obra de autores como Winsor McCay (inclusive abordando o
que é possivelmente o primeiro filme de animação documental, The
Sinking of the Lusitania, de 1918), Lynd Ward, a estranha e quase
infinita obra de Henry Darger, a Mad magazine e a obra
de Jules Feiffer, alguns trabalhos dos underground comix, e
até o póstumo Poor Richard do pintor Philip Guston.
Todos elementos, portanto, que de uma forma ou outra contribuíram,
senão directamente para o “campo”, pelo menos enquanto modelos
tutelares dos gestos que surgiriam na sua contemporaneidade. Mas há
sempre uma relação desta produção hodierna com essa imensa
tradição histórica, mesmo que seja por negação. É o próprio
Spiegelman que comenta “o regresso do desenho não à sua
potencialidade de impor o ego, de encontrar um novo papel para
a arte e o desenho após o surgimento da câmara, mas antes um
regresso a uma função mais antiga, que o desenho desempenhava antes
da câmara – uma espécie de comemoração, de testemunho, e de
gravação de informação” (apud 172).
Já antes, na introdução,
Hillary Chute tecera também considerações sobre a relação entre
a banda desenhada (abarcando a caricatura, os cartoons editoriais, os
comic books, etc.) e as notícias sobre guerras, a complexa
relação desta arte com outros meios e tecnologias, tentando
procurar a parte significativa das especificidades materiais e
expressivas da banda desenhada. Por exemplo, recuando ao trabalho
artístico e teórico de Töpffer na banda desenhada, Chute recorda
como se encontra aí uma unificação “de elementos do háptico e
do visual – uma ligação crucial para o acto de testemunhar –
que é reconhecível na expressão de informação em 'primeira mão',
uma declaração que implica usualmente uma apreensão visual directa
(71). Essa unificação, conseguida na banda desenhada de uma maneira
tão específica em relação a outras formas de expressão, é um
dos aspectos que incute nestas obras uma urgência, intimidade e
proximidade emocional que essas outras formas – mesmo que sejam
mais “realistas” - não atingem.
Apesar das filiações
tentadas no primeiro capítulo, a autora não se coíbe de atribuir
paternidades quase absolutas aos seus autores centrais. Em relação
a Spiegelman, com a sua história curta “Maus”, Chute fala de uma
“(re)invenção da banda desenhada não-ficcional e a invenção da
banda desenhada norte-americana como uma expressão testemunhal”
(157), ao passo que Palestina, de Sacco, “não abandonou as
convenções da banda desenhada mas trabalhou-as por dentro,
capturou-as para um novo contexto (…) [Sacco] re-criou a tradição
[de 'desenhar para contar'] no seio da especificidade idiomática da
banda desenhada moderna, criando um novo espaço cultural e
estético.” (207). Ainda assim, mesmo nesta lógica de invenção e
criação original, a autora é bastante clara nas suas escolhas e
gestão das referências que faz. Quando cita brevemente a obra
Citizen 13660, de Miné Okubo, é clara quer na associação
ao seu corpus – dada a gravidade do gesto testemunhal –
quer à diferença que lhe permite centrar-se noutros objectos de
análise – a “consciência” de pertencer a um determinado campo
cultural, no caso, o da banda desenhada.
“Funcionando nitidamente
em dois registos narrativos diferentes, a forma das palavras e
imagens da banda desenhada expande o alcance do documentário,
recordando os factos mas ao mesmo tempo colocando em questão o
próprio projecto do que significa documentar, arquivar e inscrever.”
(pg. 7). Apesar do emprego do adjectivo “narrativo”, e Chute no
fundo insistir quase sempre no seu trabalho (livros, artigos,
exposições, conferências, outras acções) em obras de banda
desenhada que, de uma maneira ou outra, se instalam confortavelmente
nas categorias da narrativa e da representabilidade naturalista, num
ponto ou outro ela tenta aproximar-nos de territórios mais
experimentais, ou pelo menos num entendimento mais fluido da banda
desenhada. Porém, o livro em si tem um foco nesse tipo de obras,
como é de esperar. E é assim que consegue esgrimir uma discussão
convincente e inteligente. Não há dúvida que esta é uma académica
de topo, com grande capacidade de associação entre aspectos
teóricos da mais variada estirpe e uma linha de condução única e
sustentada dos objectos escolhidos. Como é de esperar, há um
equilíbrio entre, por um lado, considerações mais gerais sobre o
papel de cada um dos seus autores centrais no contexto em que
emergiram, por vezes até mesmo mais alargado do que os mercados
norte-americano e japonês, e por outro, leituras analíticas e
detalhadas de trechos ou pranchas das suas obras, de forma a revelar
as razões pelas quais existe, de facto, uma valorização que
cria perspectivas canónicas (que podem, ou mesmo devem, ser depois
colocadas em causa, mas utilizando igualmente instrumentos críticos
e sustentados) – para as quais Chute tem contribuído
substancialmente no seu trabalho, como no caso de MetaMaus.
As consequências destas
leituras não apenas reforçam o campo da banda desenhada, mas
procura-se que tenham repercussões mais transversais. Em vários
momentos e de modos diversos, a autora sublinha e insiste na ideia de
que a banda desenhada, enquanto arte, não é uma “forma
duplicadora”, isto é, ela não cria apenas signos, representações
de algo, mas são elas mesmas sinais, objectos materiais, criam a sua
própria realidade palpável. Se é verdade que este é um discurso
advindo de outras áreas criativas e filosóficas, a sua consideração
em relação a esta arte terá necessariamente consequências não
apenas nas formas discursivas em que esta arte se permite trabalhar
como nas implicações políticas que tem em relação a outros
meios, forçando a um entendimento à impossibilidade da
transparência total e final de qualquer meio. Se estamos a
falar de bandas desenhadas que têm um papel preponderantemente
testemunhal, em que se deseja um valor de “verdade” (Nakazawa viu
a bomba atómica, o pai de Spiegelman sofreu com o Holocausto, os
entrevistados de Sacco recordam-se de actos de guerra, etc., ou como
reza uma das legendas de Goya, “Yo lo vi”), e muitas vezes temas
que não são de forma alguma nem pacíficos nem simples, essa “falta
de transparência” pode parecer problemática, até auto-negadora.
Mas Chute vê aí um papel positivo: “Proponho mais, ainda: a de
que toda a banda desenhada não-ficcional nos chama a atenção para
que, em qualquer meio ou género, a 'acuidade' é sempre um efeito”
(199).
A autora compreende duas
razões para a emergência e desenvolvimento tão significativo da
banda desenhada de não-ficção no período do pós-guerra. Por um
lado tem a ver com a forma como “a banda desenhada oferece uma
intimidade absorvente com as suas narrativas”, por outro, com a sua
capacidade de “desfamiliarizar as imagens recebidas da história”
(141-142), criando o que ela chama noutro ponto do seu livro
“contra-arquivos visuais e verbais das histórias oficiais”
(205). Tocando em dimensões que nos são algo caras, há aqui uma
compreensão de que parte da conquista da banda desenhada é a sua
possibilidade de criar um território no qual outros se podem
expressar na obra de um artista, isto é, este torna possível a
capacidade dialogal a outras pessoas, mormente aquelas que ficam
usualmente à margem de uma atenção maior no nosso mundo ocidental
(não podendo nós falarmos por outros “mundos” ou “realidades
sociais”, devemos batalhar pela democracia e inclusividade do
“nosso” acima de tudo).
O trabalho de Sacco, visto
como, lá está, um ponto de encontro feliz entre o dar voz àqueles
que não a têm usualmente, e um cuidado particular para com a
verificação da verdade ou, pelo contrário, o asseverar de modo
nítido a impossibilidade da sua confirmação (mostrando versões
contraditórias ou incompletas, revelando “buracos” ou
incompletudes, confrontando a vivência no presente com a memória
recriada do passado, etc.), é entendido como resultando numa obra
“lenta”. Este vocábulo tem um peso teórico particular, que não
podemos aqui expor, mas que tem a ver com um posicionamento de
obrigação ao leitor de diminuir a sua velocidade de consumo para
entrar num diálogo ético com o que lê e com as pessoas que são
expostas na narrativa. A lentidão desse trabalho, o qual, como o de
Spiegelman, “apresenta a plenitude complexa e ética do visual”,
torna-se “um modo de consciência ética e de crítica implícita
da cobertura superficial pela parte dos meios de comunicação
social”. (201) Mais uma vez, portanto, estas bandas
desenhadas servem como alternativa aos discursos aos quais somos as
mais vezes expostos.
Ainda que também esteja a
falar de Sacco em particular, pensamos que a seguinte consideração
de Chute é aplicável a todas as obras de banda desenhada centrais
no seu livro e, quiçá, para além delas: “É neste fluxo
contraditório de movimento que uma página de banda desenhada,
diferentemente do cinema ou de narrativas tradicionais em prosa, é
capaz de manter em tensão, enquanto o desenvolvimento narrativo é
atrasado, revisitado, ou tornado recursivo pela profundidade e volume
da textura gráfica”. (204) A palavra “tensão” poderá
recordar as discussões de Charles Hatfield, que chamou à banda
desenhada uma “arte de tensões”, e a sua aplicação aqui, nas
leituras analíticas cuidadas de Chute de várias páginas de
Nakazawa, Spiegelman e Sacco, permitirão entender onde, quando e
como funcionam essas suspensões de tempo tensional, e como é que
elas obrigam a um profundo acto de testemunha.
Ainda uma das outras
dimensões importantes desta obra de Chute dirá respeito aos Estudos
do Trauma, na continuidade do que fizera em Graphic Women. De uma
forma sucinta, a teoria do Trauma (na sua vertente litrária-cultural)
implica que o “evento” em si é irrepresentável, o que justifica
por exemplo uma obra como Shoah, de Claude Lanzmann, e a sua
recusa em “olhar” os traços materiais e documentais do passado.
Mas numa arte que toda ela é constituída por actos de recuperação
visual, de re-criação pelo visual do evento, cria-se uma clivagem
crucial com essa teoria (uma das teorias associadas ao trauma, da
lavra de Cathy Caruth e outros autores, já que existem perspectivas
diversas). Chute cita Thomas LaMarre, que escreveu sobre Gen, no
seguinte: “o trauma não é separável do próprio meio da
banda desenhada. Por outras palavras, se apenas nos atemos à
'mensagem' do trauma e à sua política, perderemos a tonalidade e a
materialidade da próprioa violência, que está associada ao meio
(…). [a obra de Nakazawa, em termos plásticos] é prolongada não
apenas numa política de afirmação e protecção da vida, mas numa
política na qual a própria vida emerge como exposição radical, na
qual a explosão da linha plástica desempenha um papel de
resistência no próprio ponto em que a vida penetra na política”
(140). Repare-se como, mais uma vez, regressamos à ideia da banda
desenhada como indo além da mera representação. Estas
obras, e outras, não contam meramente histórias: cartografam a vida
das pessoas que nelas habitam, preparam o terreno para o encontro, e
prometem uma recuperação da dignidade humana, mesmo no seio da mais
horrível das destruições.
Como complemento a este
texto, gostaríamos ainda de indicar que foi publicado pela
University Press of Mississippi um dos novos volumes da colecção
“Critical Approaches to Comics Artists Series”, que tem colocado
à disposição do público interessado volumes monográficos sobre
autores individuais. Infelizmente, não teremos oportunidade de
sermos mais detalhados. Este novo título é editado por Daniel
Worden e intitula-se The Comics of Joe Sacco. Journalism in a
Visual World, e poderá servir de óptimo complemento ao capítulo
sobre o autor na obra de Chute. Até certo ponto mesmo, como
contraditório do modo como a académica aceita como necessária e
gloriosamente positivos quaisquer acto de testemunho em banda
desenhada.
Agregando 15 ensaios dos
mais variados quadrantes e distribuídos em quatro secções (“A
forma do jornalismo em banda desenhada”, “Espaço e mapas”, “A
política e estética da obra de Joe Sacco” e “Desenhando a
história e visualizando a política do mundo”), são muitas as
dimensões consecutivamente estudadas do autor americano-maltês.
Desde questões que têm a ver com a prática formal do autor, no que
diz respeito à sua assinatura estilística, manipulação do tempo e
dos testemunhos em relação às recriações visuais dos eventos,
passando por questões de deontologia e ética, associando mesmo a
questões de representação geográfica, ética, moral e filosófica
(Deleuze, Badiou, Agamben são algumas das referências empregues) e
contextualizando a eventos globais e tendências políticas, este
volume torna-se desde logo um instrumento indispensável não apenas
na apreciação da obra de Sacco, como em relação a todo e qualquer
trabalho que se deseje considerar enquanto jornalístico, como ainda
– e esta é a parte mais importante – como argumentação
contrária em relação a essa mesma obra. Dos vários ensaios que
sublinham aspectos mais controversos de Sacco, destacaremos o ensaio
de Alexander Dunst, “Sacco with Badiou: On the Political Ontology
of Comics”, que demonstra como, apesar da sua atitude positiva de
dar visibilidade às vítimas da histórica, o autor acaba por
sublinhar muitas das categorias predeterminadas desses mesmos agentes
(a lógica de vítima-esbirro, por exemplo, ou um certo grau de
subalternização das primeiras, gratas ao jornalista estrangeiro que
finalmente lhes dá atenção, etc.). Como escreve Badiou, citado por
Dunst e que deverá servir de aviso à navegação a qualquer
trabalho que se deseje atento politicamente: “A ética alimenta-se
demasiado do Mal e do Outro para não sentir algum prazer silencioso
em vê-los de perto” (apud 174).
Nota final: agradecimentos
às editoras respectivas, pela oferta dos volumes em questão.
O "cinismo" alimenta-se demasiado do Mal e do Outro para não sentir algum prazer silencioso em vê-los de perto. Desculpa a variação Goldberg na frase, mas o bombardeamento informativo dos dias de hoje também ajuda à acomodação reactiva. O Miguel Torga comparava a contemplação da destruição de Trás-os-Montes com o do espectáculo duma casa a arder e a hesitação entre apagar o fogo ou assistir ao espectáculo das chamas. A BD produz esse efeito quando somos apanhados a confessar que os livros à volta dos relatos de desastres de guerra são os nossos favoritos. Não nos habituaremos nunca à violência se soubermos escolher e recusar livros, exactamente como faríamos contra qualquer outro vício. Infelizmente este tipo de livros recordam em muito a recepção que o Gen dos pés descalços e os sobreviventes da bomba de Hiroxima tiveram dos habitantes das cidades não afectadas onde pediram asilo e estão na maior parte das vezes longe das nossas casas e das nossas estantes. É uma pena, porque ao perdemos a oportunidade de chegar ao final desses livros deixamos assim de ver aquelas fotografias coladas à ultima página e que nos retratam.
ResponderEliminarOlá Pedro, continuas em grande forma.
Aquele Abraço,
José
Olá, José.
ResponderEliminarFinalmente conhecemo-nos cara a cara, e foi com muito gosto. Espero que tenhamos oportunidade de nos cruzarmos novamente, e em breve.
Realmente, é algo preocupante quando encontramos algum fascínio em episódios que rondam sempre a guerra: a civil, a colonial, a económica, pelo menos no que nos diz respeito à flor da pele. O importante, lá está, em não cair na mera simpatia, que é um sentimento sempre que se coloca "de fora", mas sim a empatia, que permite a aproximação mas jamais a identificação ou o juízo de valor. Ler obras destas, perigosas, angustiosas e difíceis, é que nos torna mais cidadãos, ou assim o espero.
Um abraço,
Pedro Moura