Na produção assombrosa de Estudos de Banda Desenhada, ou de volumes académicos que a abarcam de forma séria, consequente e integrada em diálogos mais alargados, não apenas é agora difícil seguir tudo (mesmo que saibamos a língua, mesmo que haja acesso editorial, etc. o que nem sempre é verdade, criando imnsos blocos de pontos cegos), como ainda mais impossível ler os livros com atenção, compreender de imediato o seu impacto ou (palavra horrenda) "utilidade". Em breve, esperamos, faremos precisamente um exercício de leituras quase superficiais e céleres de uma pilha de volumes dessa produção.
Mas por agora, fiquemos por um volume no qual não apenas operámos, ou assim o esperamos, uma leitura atenta, como tivemos o privilégio de conversas alargadamente com o seu autor, sublinhando alguns dos aspectos mais importantes do seu livro. Como dizemos na resenha crítica inicial no The Comics Alternative, não temos dúvida de que o argumento central de Pizzino neste livro tornar-se-á um pilar dos estudos futuros. basicamente tem a ver com o alerta e um despertar aos discursos que se tecem em torno da banda desenhada, mormente norte-americana, que constrói uma ideia de "maturidade" conquistada ao longo dos últimos anos. Nessa história simplificada ("antes as bds eram simples e infantilóides, hoje são para adultos", numa caricatura bruta), acabam por se criar outros perigos de recepção social, desde a ideia, absolutamente errónea, de distinguir "os romances gráficos" do "resto" da banda desenhada, e, claro, a criação de hierarquias de juízos de valor entre material que parecerá "digno" de atenção crítica e académica e disciplinar, e todo um fundo "negligenciável". É um peso valorativo que incorre com menos precisão noutras áreas criativas e inflecte um estatuto diminuído a esta arte em particular.
Poderão aceder ao artigo introdutório e à entrevista aqui.
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