Em boa-hora é relançado este título
junto ao público português, numa nova tradução (e novo título),
e num formato melhorado, ou pelo menos, individualizado, do que a
anterior edição da própria Devir através da colecção Série
Ouro com distribuição do Correio da Manhã, há mais de dez
anos. Todavia, precisamente por termos feito uma leitura, que esperamos ainda pertinente, da
mesma obra então, a esse texto remetemos, deixando aqui
considerações de outra natureza.
O objecto é em si tem outras
diferenças substanciais. Materialmente falando, tem uma capa mais
atraente e que se prevê ser um projecto gráfico sustentado na nova
colecção de mangá da editora, com trabalhos de maior maturidade e
para um público mais generalista. Poder-se-ia ter imaginado numa
encadernação mais robusta, próxima da colecção Écritures, da
Casterman (com a qual partilha o mesmíssimo formato), mas haverá
razões substanciais para esta opção. Em termos de conteúdo,
porém, a escolha da Devir é bastante feliz. Em primeiro lugar, não
temos aqui uma edição que reconstitua as páginas numa ordem de
leitura ocidental e em que cada vinheta se mantém idêntica mas numa
posição relativa da prancha invertida, e muito menos as antigas
edições “flipped”, em que pura e simplesmente se apresentava
uma inversão de toda a prancha. É uma edição tal qual a original
japonesa, permitindo esta magia visual tão própria da banda
desenhada e passível de ser desfrutada pelos leitores não-japoneses
(de resto, prática da casa). (Mais)