É naturalmente discutível
quando se utilizam hipérboles a declarar este ou aquele escritor,
esta ou aquela obra, como “uma das maiores de sempre”, quando não
existem qualificativos, contextos ou pelo menos uma qualquer inflexão
que explicite a emergência dessa hierarquização imediata. Se se
utiliza esse termo comparativo, quais os outros termos contra os
quais ele mesmo se estabelece? As mais das vezes, e é esse um
movimento perigoso, a ideia está em que essas declarações,
desprovidas desse mesmo contexto, apontam a uma espécie de consenso
cultural, em relação aos quais aqueles que não o partilham são
vistos como desmerecedores sequer de consideração. (Mais)