8 de novembro de 2020

Adeus, Eduardo.



Tive o enorme privilégio de me sentar nesta cadeira que agora estará duplamente vazia. Tive o prazer de conhecer o Eduardo Salavisa. Não fomos amigos íntimos, mas sim amigos por interesses comuns, na arte e na vida e no desenho. Conhecemo-nos graças ao seu trabalho, enquanto editor sobretudo, escavador do quotidiano através de desenhos breves como apontamentos, um "pintor da vida moderna" na mais próxima acepção de Baudelaire e, com efeito, com muitos dos mesmos gestos que Constantin Guys. Fizemos uma banda desenhada juntos para a revista Cais. Segui os seus livros, colecções, participámos em palestras, fui convidado por ele, convidei-o a ele a encontros destes temas. Aprendi com ele. 

Estes últimos meses foram de espera, inevitável, mas com uma franqueza, frontalidade e abertura desarmantes. Outra lição. 

Obrigado, Eduardo. Os que ficamos sentirão a tua falta. 

1 comentário:

  1. Muita falta. Belo texto.
    O Eduardo despede-se com os retratos de todos nós com quem partilhámos o seu conhecimento e capacidade de partilha e divulgação.

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