11 de janeiro de 2008

LERBD no Público online - propósitos

A partir do dia de hoje, este passa a ser um dos blogs convidados do jornal Público online. É com agrado que vejo aqui uma oportunidade de rearranjar o espaço (por mais virtual que seja), e que talvez signifique igualmente uma espécie de novo alento, ao chegar talvez a outros leitores, e um outro tipo de diálogo (por mais silencioso que seja) em torno da banda desenhada.
Para aqueles que acompanham o blog lerbd desde meados de 2004, sabem que tipo de discurso se espera, que fantasmas se perseguem, que obsidiantes vontades se metamorfoseiam, se bem que esses discursos, fantasmas e vontades flutuem, se desdobrem e até mesmo aprendam a mover-se por novos (e melhores?) caminhos. Todavia, para aqueles que não conhecem, ou mesmo para tornar claros os objectivos do lerbd – claros em relação a este momento – permitam-me uma apresentação geral.
Este blog chama-se lerbd, porque o que quer trazer a público são textos sobre leituras de bandas desenhadas. Esses textos querem-se críticos, com todos os perigos e todas as forças que essa palavra acarreta. São textos que versam bandas desenhada lidas, isto é, em que elas surgem enquanto textos interpretáveis e que suscitam uma determinada leitura. Não encontrarão aqui notícias de lançamentos ou relativas a certames de banda desenhada, existindo muitos outros meios de comunicação excelentes para esse efeito. Não se trata, portanto, de uma abordagem jornalística, abdicando-se assim do seu efeito nutritivo e imediato, mas também da sua celeridade e redução ao fluxo informativo. Estes são textos relativamente longos e espaçados, nos quais pretendo tecer considerações que são suscitadas por livros efectivamente lidos, considerações que se desejam aproximar de disciplinas de saber a que se poderia dar o nome de História da Arte, ou da Imagem ou da Cultura, precisamente para poder inflectir-se retrospectivamente numa História da Banda Desenhada o mais ampla e consolidada possível, entendendo-a, assim, enquanto um modo de expressão e uma disciplina artística, um saber-fazer que reflecte algo do mundo e a ele pertence. Logo, até mesmo o nome "banda desenhada" não deverá ser entendido de um modo, digamos, imediatamente consensual: entendo-a como um espaço de fronteiras móveis, progressivamente inclusivas. É possível encontrar-se uma nota sobre um álbum de banda desenhada franco-belga numa sua tradução portuguesa por uma editora nacional que ocupe grandes fileiras de escaparates, mas será mais a excepção que a regra, não me cingindo apenas ao que é editado e publicado em Portugal, quer nos círculos comerciais (que muito menos levanta questões pertinentes sobre este modo de expressão) quer nos alternativos, mas atendendo onde possível a vários pólos de produção (mormente Estados Unidos e França, mas passando pelo Brasil, Espanha, Itália, ou onde as circunstâncias nos levarem – mas sempre esperando que a acessibilidade aos livros seja real, salvo excepções raras), sem quaisquer barreiras pré-concebidas de estilos, formatos, modos de edição, "escolas", linguagem, públicos-alvo... Tal não significa que pretenda fazer emergir uma teoria acabada, uma definição, ou ainda uma instrumentalização abstracta passível de se empregar em todo e qualquer texto de banda desenhada (todas metas impossíveis). Aliás, se as teorias existem, servem para ser ultrapassadas, apagadas pela seguinte, reaprendidas. Mas negá-las por princípio é negar-se um diálogo que apenas se fortalece pela positiva. Só se contraria o pensamento pensando para além dele. Se me permitem, faço minhas as palavras de Henri Bergson: "De resto talvez ganhemos com este contacto atento algo mais do que uma definição teórica – um conhecimento prático e íntimo, como o que nasce de uma prolongada camaradagem" (de O Riso). E permitam-me transformar estas palavras nas minhas (mais ainda), explicando o significado, ou repetindo-o, que cada uma destas expressões representa para mim, tendo em conta sobretudo o fim deste blog:
contacto atento – um círculo continuamente em expansão, sem fronteiras de género, de estilos, ou geográficas – apesar de se seguir uma regra implícita (nem sempre respeitada, convenhamos) de se falar de livros saídos no espaço dos últimos dois anos; não tendo como objectivo vender ou ganhar papel, não me sinto na obrigação de apenas falar do que é publicado em Portugal, que é pouco, e tendo a dar mais prioridade a projectos portugueses de edição independente do que das casas mais comerciais e "centrais", as mais das vezes de um interesse ou paroquial ou mesmo pobre em relação à verve desta arte em termos contemporâneos.
conhecimento prático – livros lidos; e insisto neste ponto; evitando cair em expressões formulaicas, num uso convencional da linguagem, que apenas falsamente se pretende passar por objectiva ou mais próxima de um consenso ("um traço seguro", "todos conhecem", "como toda a gente sabe", "um clássico", "genial", "magnífico", a menos que esmiúce o sentido que desejo transmitir com essas palavras). Bem pelo contrário, será antes através do pequeno desvio da linguagem, de uma metáfora que se pretende mais exacta que a linguagem diurna, de uma intricada explicitação de uma palavra, de uma expressão, de uma etimologia, para melhor as empregar no seu contexto preciso e ali e nesse momento, mergulhar na linguagem para dela nos servirmos melhor. É mais complicado, seguramente, mas nem sempre a via mais simples é aquela que leva a melhores resultados. E quem o diz, normalmente é porque pretende evitar que se descubram as armadilhas mais perniciosas que essa aparente "simplicidade" comporta: muros que se pretendem intransponíveis. Este convite à complicação é um convite a que se acompanhe um caminho, por vezes tortuoso, sem dúvida, mas que dá a volta a esses muros e nos faz chegar, cada vez mais perto, às planícies desejadas (mas jamais finalmente alcançadas, o que significaria o fim da interpretação de uma obra, isto é, a sua morte para o sentido, ou seja, a sua morte efectiva).
conhecimento íntimo – a intimidade é com as obras, pouco importa a pessoa do autor, no seu trânsito diário ou nos cruzamentos pessoais; se o autor gosta de cozido ou se tem uma cicatriz no joelho desde os onze anos pouco informa a obra, a menos que esses dados sejam transmitidos claramente no interior da obra (e se tornem pertinentes para a sua interpretação); a subjectividade do crítico existe sempre pois a sua voz apenas a ele lhe pertence e não a outrem; mas há formas de corrigir a subjectividade e uma delas é o caminho mais recto possível dos instrumentos críticos, e o fascínio ou os elos pessoais, intransmissíveis ao leitor, são precisamente o contrário, o caminho esquerdo que leva ao caos.
prolongada camaradagem – tampouco aqui se deve entender como uma espécie de intimidade que se transforma num muro em relação ao leitor, e muito menos de uma nostalgia de qualquer espécie. Trata-se de uma crença (que pode ser errada) de que ler-se muita e atentamente banda desenhada leva à emergência de um saber próprio que providencia ele mesmo os tais instrumentos reutilizáveis, e que ajudam à construção de um discurso crítico. Por isso, é muitas vezes avançada a criação de uma rede de referências (outros títulos, autores, estilos, "escolas")... Partindo-se do pressuposto que os leitores conhecem essas mesmas referências ou que têm capacidade, naturalmente, para as descobrir. Caso contrário, e para tudo o mais, é sempre deixada a oportunidade de deixar perguntas, fazer comentários, alertar para erros, debater uma perspectiva, contestar uma afirmação. Todos esses gestos são respondidos e agradecidos.
Bem-vindos, outra vez.
A entrada deste blog pode fazer-se a partir de agora ou pelo caminho habitual: http://lerbd.blogspot.com/, ou através da edição online do Público: http://blogs.publico.pt/lerbd/
Nota: agradecimentos a Sérgio Gomes, Mário Cameira e Hugo Castanho, do Público online, pelo convite, insistência e rearranjo gráfico do blog.

17 comentários:

  1. Parabéns Pedro!

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  2. tá luxo! gosto deste novo look!
    parabéns man!

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  3. Fixe!
    Apenas uma nota, nos Arquivos do Blog era bom se tivesse a indicação dos anos correspondentes, em vez de um repetição de meses que não sabemos onde pertencem...

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  4. Obrigado pelas palavras de todos. Ainda há uma série de pormenores técnicos e de grafismo que estão a ser cuidados. Espero que no espaço desta semana as coisas estejam a funcionar como espero.
    Obrigado,
    PM

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  5. Boa Pedro! Daqui a pouco a notícia estará também no Kuentro.
    Um abraço,

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  6. Felicidades e sinceros desejos que o blog se mantenha no Público. Pois é rara a oportunidade de levar a tantos leitores textos críticos de qualidade sobre BD, de uma forma tão directa. Permita-me ousar apenas lembrá-lo que tem justamente um novo "público", que se cansa rapidamente de textos (sobretudo)longos,o que poderia levar eventualmente à mera manutenção da sua já habitual hoste de leitores :-)

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  7. Já tinha ouvido falar muito deste blogue mas só agora o vi pela primeira vez. Os meus sinceros parabéns ao autor pelo contributo único à dignificação da banda-desenhada. Seria interessante uma versão em inglês ou francês, é um blogue com qualidade para vingar internacionalmente.

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  8. Caro Pedro Miranda, se me permite o comentário - Parece-me que o que interessa é a qualidade dos textos, se o público se cansa desses, paciência! Acho que não se deve baixar a fasquia para ganhar clientes, as pessoas é que devem fazer um esforço para chegar lá. Evolução é mandar a bola para a frente, não bater a bola baixinho!

    O resto fará parte do "contrato" entre o P.M. e o jornal, que espero que tenha um carácter progressista, não comodista.

    Dá-lhe Pedro Moura!

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  9. Mais uma vez, obrigado pelos comentários. O Pedro Miranda não deixa de ter razão, mas sou uma espécie de hemofílico verbal e não me consigo ater apenas a uma ou duas linhas de pensamento que as leituras me suscitam. Por outro lado, não sendo jornalista, nem tendo um "editor", não aprendi a ser limitado em termos espaciais, e julgo que mais vale discorrer e abrir os caminhos de interpretação do que fazer meros recados. De resto, como disse, existem muitas outras plataformas, excelentes, para as notícias ou divulgação da cultura da banda desenhada.
    Quanto ao comentário de benardjabba, se me permitem a auto-publicidade, ficam a saber que alguns dos textos são traduzidos para inglês e postados num site finlandês (http://www.daadabooks.com/daada/2005/articles/). No entanto, não é tão rápida nem regular a minha disponibilidade para a tradução.
    Obrigado a todos os outros.
    PM

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  10. Mmh, rapidamente me apercebi que o meu comentário poderia dar azo a ambiguidades. Não se trata de baixar a fasquia ou qq atitude auto-censória, quis apenas fazer um apontamento sobre o confronto com um público pouco habituado a esta erudição. Penso que se pode fazer a ponte (com resumos no início, por ex.), mas força, continue,a experiência será valiosa para todos.

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  11. Caro Pedro Miranda,
    Não se preocupe, que eu não tomei esse lado da ambiguidade. Percebi perfeitamente o que queria dizer com as suas palavras, alertando para um domínio que eu julgo muito importante, a saber, o pedagógico. O qual, de resto, também tento respeitar e cumprir nas aulas que tenho o prazer de dar em várias instituições.
    Todavia, permita-me apenas focar dois aspectos que talvez explicitem as ausências que os meus textos abrem. Foi sempre princípio destes textos que os textos (de banda desenhada)sejam "lidos". Isto é, pouco me importa fazer uma mera divulgação, ou noticiar, um novo texto (de banda desenhada) que surja; desejo é exercer algum grau de interpretação de um texto lido. Há um pressuposto implícito que é o de que este (i.e., a bd) será um texto lido em conjunto com os leitores do blog; estaremos a ler em conjunto. Por isso não faço sinopses, porque não quero "aconselhar" leituras, mas a procurar que se encontrem com a minha interpretação e que com ela concordem ou discordem. É verdade que por vezes falo de livros extremamente inacessíveis (os livros coreanos, por exemplo) ou de menor acessibilidade (fanzines extremamente limitados na sua edição); mas o mais das vezes são livros ou publicações de algum grau de acessibilidade (se me lêem num blog, presumo que os leitores saibam operar com a internet, logo, terão todos os canais necessários de chegar aos livros, excepto os monetários, que não é brincadeira nenhuma o preço de algumas destas coisas!). Digamos que quero é lê-los convosco, não convencer os leitores a procurarem os livros. Se o fizer, tanto melhor. Mas prefiro fazê-lo cara a cara e não "no vazio". Isto dava pano para mangas...
    Em todo o caso, normalmente discuto o conteúdo diegético - quando isso é pertinente - das bandas desenhadas; fazer uma apresentação compartimentada sinopse-crítica, não está dentro das minhas capacidades de (des)organização textual.
    Por outro lado, e como bem diz o Geraldes Lino num outro comentário, o que faço é "prosa ensaística": prosa, tal qual, porque se trata de uma escrita relativamente livre de quaisquer regras a priori (jornalísticas, académicas em sentido restrito, históricas, etc.); ensaística porque "ensaio" qualquer coisa, nada de definitivo, tento ir por aqui ou por ali, logo se verá se faz sentido, pode-se rever mais tarde, etc.
    É sempre bom ver que há alguém com paciência para vir por aqui.
    É ainda melhor ver esta quantidade de comentários e diálogos. Era isso, enfim, o que mais desejava. Todas as sugestões são mais que bem-vindas.
    Pedro

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  12. Parabéns pela mudança a um blogger que acompanho com a regularidade possível. Finalmente o caso do Pedro Moura é bastante raro a nível europeu, porque a banda desenhada continua ainda de fora no que concerne à análise teórica das artes visuais contemporâneas (com a honrosa excepção de um Scott McCloud).

    Mas parabéns igualmente pela divulgação de autores como Chris Ware, Ludovic Debeurme, Frédéric Choché e outros génios que não estão muito visíveis nas prateleiras de banda desenhada nas livrarias portuguesas - que são, já agora, de uma pobreza quasi-escandalosa no que às editoras alternativas diz respeito.

    Enfim, foi apenas quando emigrei para França que descobri o maravilhoso mundo da b.d. de autor, mundo esse que continua ainda por descobrir em Portugal, mas no qual o blogue do Pedro Moura constitui uma bússola interessantíssima.


    Nuno Cruz
    g_yroscope arroba yahoo.com.br

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  13. Caro Nuno Cruz,
    agradeço as suas palavras, e fico grato de tocar nalguns dos pontos que me são mais caros enquanto "objectivos" deste espaço. Ser "bússola" é uma tarefa perigosa, mas honrosa! Obrigado.
    No entanto, permita-me apenas alertar para que o facto de ser "raro", como diz, não ser absolutamente verdade, muito menos na Europa. O McCloud nem sequer é a minha referência maior. Em Portugal, talvez a pessoa que tenha exercido influência mais directa em relação à substância do que quero fazer tenha sido Domingos Isabelinho, mas houve outras pessoas que me colocaram nessa senda, sendo o João Paulo Cotrim a pessoa e "pedra de toque".
    Mas, e uma vez que vive em França, e se se interessa por uma abordagem teórica sobre a banda desenhada, aconselhá-lo-ia a descobrir os livros, artigos e outros trabalhos dos seguintes nomes - que indico com todo o respeito, desconhecendo se já se cruzou com eles... -: Thierry Groensteen, Benoît Peeters, Pascal Lefèvre, Terry Morgan, Ann Miller (que ainda não li), e, a meu ver, o mais "amplo", Jan Baetens. Há outros, naturalmente, e norte-americanos outros tantos, mas esta é a lista A (a meu ver).
    Mais uma vez obrigado,
    Pedro Moura

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  14. Caro Pedro Moura,

    Obrigado pelas referências e pela resposta imediata.

    Conheço um pouco do trabalho do Domingos Isabelinho (tenho aqui algures uma edição da Quadrado e outra da Satélite Internacional e julgo que ele participou ao menos numa delas) e do João Paulo Cotrim, dois nomes maiores do universo da banda desenhada portuguesa.

    Em relação às referências francófonas, os únicos que li (e que conheço) são o Thierry Groensteen e o Benoît Peeters. Mas sou muito mais leitor (e, acessoriamente, autor) que pensador de banda desenhada.

    Mas continuo com a convicção que o pensamento teórico que existe ao torno da arte contemporânea, por exemplo, está a muitos quilómetros do seu equivalente na b.d. O que não é necessariamente mau, diga-se, porque este fenómeno talvez tenha poupado à banda desenhada um qualquer risco de dogmatização (e isto foi uma conversa que tive com o responsável da Cornélius).

    Neste momento já me mudei de terras gaulesas para a capital desse país virtual que é a Bélgica (onde comecei a visitar a livraria Brüsel todas as semanas em peregrinação quasi-religiosa) :-).


    Nuno Cruz

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  15. Caro Nuno Cruz,
    Como eu tinha dito, enlistava esses nomes sem a presunção de não os conhecer. A Quadrado foi de facto talvez o projecto mais profundo de pensamento sobre a banda desenhada no nosso país, em toda a sua vida, e à qual se acrescentaram ainda a Nemo e a Satálite Internacional, afora experiências individuais espalhadas por outras publicações. Havia-me esquecido de um outro nome, que é o de Bruno Lecigne (e o Domingos mata-me se não o citasse!), mas haverá decerto outros... E poderia, mais uma vez, falar de Töpffer, enquanto o seu primeiro ensaísta de peso.
    Concordo até certo ponto de que a inexistência de pensamento teórico a tornou mais plástica em termos de experimentação, mas por outro lado, isso também permitiu a que durante algum tempo se visse estiolada em termos de percepção social e emprego. Belo tema de discussão!
    Infelizmente, não conheço os países europeus, com algumas excepções, e nunca pus os pés em França ou Bélgica, mas acredito que deve ser difícil fazer essas peregrinações.
    Se quiser, o meu email está disponível, e poderemos continuar este diálogo, espero, mais directamente.
    Obrigado,
    Pedro Moura

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  16. Parabéns, amigo! És o nosso orgulho! ihih

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