Serve o presente e brevíssimo post para dar conhecimento da disponibilidade do catálogo desta exposição comissariada por Eduardo Salavisa e Carlos Mendes em torno de um objecto gráfico específico, os diários gráficos. A exposição dá continuidade e forma expositiva ao gesto a que Salavisa havia presidido com Diários de Viagem. Reunem-se no espaço 300 cadernos cedidos pelos seus cultores, apresentam-se painéis aumentados de algumas das suas páginas, publicam-se breves frases, verdadeiros programas (recuperadas, a sua maioria, do livro).
O catálogo organiza-se de um modo mais sistemático do que o livro (bem mais livre, e não faço aqui qualquer hierarquização dessas opções), se bem que falando-se de menos autores, abrindo-se terrenos mais circunscritos: os “desenhadores quotidianos”, em que impera a imprevisibilidade aliada à visibilidade aumentada, a experimentação ao exercício, o ritual à descontração; os “viajantes/investigadores e desenhadores científicos”, em cujo trabalho se encontra uma aliança mais imediata entre uma disciplina programada e regrada e um objectivo claro e directo, mas não se impedindo a intervenção de escolhas intempestivas; os “cadernos de trabalho e livros de artista”, os quais, quer enquanto plataformas de preparação do que está por vir quer enquanto repositório final do objecto a mostrar, são em si mesmo processos de abertura e visibilidade do modo de funcionamento intelectual e intuitivo (muitas vezes em novelo) dos artistas implicados.
Apresentada em Lagos, seguirá depois para Torres Vedras e adivinha-se a sua continuidade. É sempre mais uma lição num território que se adivinha profícuo, articulável com muitas outras esferas de criação e de pensamento, flutuante enquanto imagem, e insuperável enquanto amplificador.
Nota: para mais informações, aconselho seguirem o blog de Eduardo Salavisa [cliquem em "Exposição em Lagos"], a quem agradeço a oferta do catálogo.
adorei a exposição *.*
ResponderEliminarestava fantástica !