Uma das frases muitas vezes repetidas em blurbs, comentários, conversas de café, mas muitas vezes arvorada igualmente enquanto opinião pública, quase se quer hiperbolizar uma determinada leitura é, "este é um dos melhores livros que já li", ou variações. Mas essa construção não se poderia jamais disfarçar de crítica propriamente dita se não fosse acompanhada de, em primeiro lugar, um verdadeiro contexto de leitura (qual é a paisagem de leitura em questão, qual a circunstância do encontro, contra que outros exemplos se criaria essa hierarquia, etc.?) e, em segundo lugar, da argumentação necessária para sustentar tal afirmação.
O lerbd, estamos em crer, é um espaço suficientemente amplo e presente para providenciar um contexto de leitura, ainda que atreito a livros relativamente recentes, mas que criam um panorama, esperamos nós, o mais alargado possível no que diz respeito à banda desenhada (e além dela) em termos de agentes de produção. E acreditando na necessária variedade das leituras que não permite comparações directas entre livros bem distintos, de instrumentos "contrários", estilos paradoxais e propósitos divergentes, ainda assim forma-se sempre uma "massa" da qual emergem, de quando em vez, intensidades de prazer distintas. Ora, o livro Fun, do autor italiano Paolo Bacilieri, traduzido recentemente para a língua inglesa, é um desses projectos que cria uma espécie de "inveja da criação". E são todos os seus elementos constitutivos que o tornam digno da atenção de um público alargado. Deixamos algumas notas aqui.
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