21 de abril de 2024
19 de abril de 2024
Paper Wraps Rock. Francisco Sousa Lobo (Ar.Co)
Serve o presente post para comentar, de forma muito breve, uma pequena publicação que acompanha uma exposição de vários trabalhos de Francisco Sousa Lobo que está a ter lugar na escola Ar.Co, em Xabregas, até 11 de Maio. Esta exposição inclui desenhos originais, xilogravuras e serigrafias, a maior parte dos quais inéditos, alguns associados a projectos de banda desenhada, outros de valência autónoma, e ainda cadernos de trabalho, publicações, matrizes das gravuras, pequeno mural, e outros desdobramentos que merecem a atenção daqueles que desejam conhecer com maior intimidade a lavra deste autor. É, igualmente, uma venda (inclusive prints, posters e tote bags) e, acima de tudo, um pequeno exercício de “retomar ar”. Finalmente, uma pequena publicação, em edição limitada, numerada e assinada, um desdobrável de 8 faces, em serigrafia a duas cores, que contém uma pequena banda desenhada de 4 pranchas, em inglês.
17 de abril de 2024
O ofício dos ossos. Miguel Carneiro (Magma Bruta)
Esta nova publicação do autor vem directamente na esteira dos Ex-votos para o século XXI, para cujo texto remeto, por força desta nova leva de desenhos ser uma variação daqueles temas e, consequentemente, também as nossas palavras se poderem dedicar a variações. Essa irmandade é mais que natural, uma vez que o “fundo” empregue são uma série de pinturas desenvolvidas por Miguel Carneiro entre 2020 e 2023, e que aqui ganham corpo através das alquimias de risografia exploradas pelo estúdio Magma Bruta.
Algumas imagens, e os anexins ou legendas que as acompanham, repetem-se, enquanto outros elementos ou são inéditos ou não haviam encontrando ainda oportunidade de companheirismo nas páginas. Todavia, as variações e recombinações a que se entregam aqui ganham uma nova roupagem, dada as vivíssimas cores com que surgem, brilhantes vivas, eléctricas, quase psicadélicas. Assim, os esqueletos, diabos, funerais, a Morte, aranhas e escorpiões vêm criar novas procissões macabras e humoradas, recordando como face á transitoriedade e ao destino mais certeiro, mais vale um abandono hedonista no sarcasmo. Existem também algumas imagens mostrando bruxas e banquetes, num registo mais solto, de desenho a traço célere, e com uma maior densidade de dramatismo ou narrativa, que podem criar uma espécie de contexto novelesco às outras imagens mais icónicas (os tais ex-votos). Até certo ponto, portanto, poderíamos tentar adivinhar uma espécie de drama familiar, um romance de antanho, de um mundo ruralmente desértico, habitado por avantesmas e o medo do dianho, mas no qual a morte, quando surge, vem bêbada, e há-de enganar-se na sua missão.
11 de abril de 2024
Entrevista em As Leituras do Pedro.
10 de abril de 2024
Bandas Desenhadas: Lupin III: O Castelo de Cagliostro, de Myazaki
8 de abril de 2024
Mukanda Tiodora. Marcelo D'Salete (Veneta)
O título, como está, poderia ser traduzido para “português contemporâneo”, ou normativo, de “cartas escritas por Tiodora”. Poderia. Mas ao fazê-lo estar-se-ia precisamente a “normalizar” para uma mesmidade que apagaria em larga medida os traços individuais, culturais e, por isso, politicamente significativos, daquilo que o título escolhido por D'Salete quer construir em nós. Dando uso às suas pesquisas e aplicação do fundo linguístico que preside à historicização da identidade de descendência africana no Brasil, o autor recupera e reintensifica o termo bantu “mukanda” que, como se explica no dicionário Kimbundu-Português, de A. de Assis Junior, já empregue em projectos anteriores (Cumbe e AngolaJanga), significa “missiva” ou “carta”. As cartas de Tiodora são o fundo atravessado do qual emerge a narrativa deste livro.