8 de dezembro de 2005
All-star Superman # 1. Grant Morrison & Frank Quitely (DC Comics)
Grant Morrison tornou-se, pelos vistos, após tantas dificuldades com as suas séries "espatafúrdias" (o termo seria do próprio autor) em se estabelecer enquanto o mais "experimentalista" no seio do mainstream comercial de super-heróis norte-americano, um nome "oficial". Daí o convite que lhe foi feito de requentar o Super-homem, personagem a qual, juntamente com todo o catálogo da DC e da Marvel, já foi requentado vezes sem conta, revisitado, reescrito, reinventado, revisto, etc. Todos os re-s. Não acredito que estejamos perante uma série que se possa tornar tão interessante como The Filth, ou mesmo Animal Man, e Doom Patrol, muito menos The Invisibles [nota de 2013: em retrospectiva, no seio do seu género, revelou-se não só surpreendente como excelente]. Mas se atingir o patamar de surpresas que conseguiu no feudo dos X-Men, já não será de todo desmerecedora da nossa atenção - isto é, cultores do género e fãs, já que os avessos a homens de trajes coloridos e códigos morais pouco realistas não serão conquistados por este título.
A arte está nas mãos de Frank Quitely, com quem já colaborara noutras ocasiões, inclusive a JLA, onde o kriptoniano entra. Quitely pertence a uma nova leva de autores do mainstream que são agradáveis e impecáveis no seu género (o mundo dos super-heróis), como Jae Lee, Adi Granov, Hersine, J.J. Williams III, John Cassaday, por exemplo. Bem longe dos abstrusos, feios e, aí sim, redondamente ridículos anos 90 com os McFarlanes, Liefelds e Jim Lees da altura... (e ainda na berra). Kal-El parte em direcção ao Sol, onde salva uma expedição de ser destruída por Lex Luthor. Causa e consequência: a insistente proximidade dessa fonte de energia cria uma doença degenerativa no corpo do Super-homem. A cada um a imunodeficiência que lhe pertence. Mais uma de entre as milhares de séries que “mudará a personagem para sempre!”... O que nos vale é que as alucinações conceptuais de Morrison estarão ali a cada página para nos ajudar a suportar o resto dos clichés...
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