1 de julho de 2006
Banda Desenhada Contemporânea Sul-Coreana. alguns exemplos
A propósito do artigo sobre o livro de Seyeong O, onde discorri um pouco (uma amostra do imenso mundo) sobre a banda desenhada contemporânea que se produz na Coreia do Sul, de uma multiplicidade e quantidade respeitáveis, oferto-vos, sem comentários de grande, alguns exemplos retirados destas quatro antologias de novos talentos ou de outros valores mais ou menos reconhecidos na cena local, ainda que dentro de um certo círculo "alternativo". A influência das artes visuais ou de um novo tipo de produção faz-se cada vez mais notar nesta nova leva de autores, conforme mesmo os mais incautos se aperceberão com estas imagens...
Existem várias publicações já traduzidas em inglês ou francês sobre a banda desenhada do País Eremita, e cada vez mais traduções de trabalhos individuais em várias línguas acessíveis (inclusive o português), mas estas antologias "jjang" (cool) são fresquinhas...
Majjiké-tesê-ô! (bom apetite)
Capas:
1. "Bullta-nen Manhwa-Tcheck"/"Banda desenhada em chamas" (um segundo título em inglês, por alucinação fonética, diz Budddha is Manhwa): antologia de bandas desenhadas e ilustrações, inclusive alguns trabalhos académicos, de autores jovens, sem quaisquer regras temáticas ou formais. O livro assume-se como uma escolha editorial do que julgam o melhor dos últimos tempos. (a cores)
2. "Rimite-de Edition"/"Edição-limite": idêntico ao anterior, agrupando estudantes de vários cursos de banda desenhada de todo o país, mas cumprindo objectivos mais narrativos, classicizantes e bem mais próximos de buscas análogas de movimentos japoneses congéneres (veja-se Error. p. ex., um artigo meu na Niji). (a cores)
3. "Dó Chôen Bang-Hwyang"/"A melhor direcção": igualmente antologia de novos artistas, do grupo Anazo ("abraça-me"), do Departamento de Filme, TV & Multimedia da Korea National University of Arts, apresentando uma escolha que revela maiores procupações de inventiva formal e mesmo influências mais nítidas da experimentação gráfica artística. É deste livro que se retiraram os exemplos a cores incluídos em baixo , o primeiro de uma história intitulada Strawberry Overeat, de Yoo, Chang-woon, que me recorda, em vários aspectos, o trabalho de banda desenhada O Pinguim Blindado, do artista plástico português Eduardo Batarda; e o segundo de Dorothy Frankestein, um exercício de recriação pop de referências sobejamente conhecidas (remetendo a Junko Mizuno, por exemplo), de Lee, Son-Hwo. (a cores)
Se uno estas três primeiras antologias, é porque todas elas recebem um subsídio regular do Korea Cartoon Information Archive.
4. "Sé Manhwa Tcheck"/"Livro de nova banda desenhada": esta antologia já reúne trabalhos de artistas sul-coreanos mais famosos no burgo, como Lee, Kyung-suk e Kwon, Yong-deuk, e ainda autores estrangeiros, entre os quais os japoneses Yoshihiro Tatsumi e Hanawa Kazuichi (e tendo em conta a história recente destes dois países vizinhos e as suas relações contemporâneas culturais, é um gesto muito significativo e inaugural), e ainda Sammy Harkham e Ludovic Deboerme. É dessa antologia que são apresentados os exemplos a preto e branco. O primeiro é Dezanove, de Ancco, artista feminina e que lembrará muita da banda desenhada norte-ameriana contemporânea que trata do crescimento, da entrada na maturidade, nas crises de amor e escolares típicas da idade, conformadas à cultura em questão. O segundo é da história A história da minha mãe, de Kim, Eun-sung, que recordará quase toda a gente, até mesmo pelo tema, o tratamento, já para não falar do estilo gráfico, de Marjane Satrapi. (a preto e branco)
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