9 de maio de 2008

Vencer os medos. João Paulo Cotrim et al. (IPAD/Assírio & Alvim)

[Nota prévia aqui]
Vencer os Medos apresenta 8 pequenas histórias em banda desenhada que ilustram os oito preceitos de desenvolvimento instaurados na Declaração do Milénio das Nações Unidas (2000). A um só tempo, são apresentadas de um modo esquemático, aliando-se a um título e a um objecto da ficção, um pequeno texto orientador e um mandamento, mas também coordenadamente, uma vez que se unem pela mesma personagem, Maria, uma DJ, confrontada com os problemas, as possíveis soluções e, acima de tudo, os exemplos concretos e efectivos que não só debelam a ideia de desespero e impossibilidade, como servem de archote a esses cumprimentos. Todos estes princípios que deveriam ser elementos banais da nossa vida de cidadão (i.e., parte integrante e corrente) ainda demoram a escorrer normalmente, desde um tratamento igual dos cidadãos, independentemente do sexo (para não ir a outras “diferenças”), a uma procura pelo comércio justo, desde uma procura pela maior democratização e acessibilidade à educação possível à luta contra o HIV/Sida em várias frentes. Apesar de lançados em 2000, sendo agora apresentados nesta semi-ficção por João Paulo Cotrim, e oito artistas que se plasmam aos objectivos figurados, num tempo de crises a todos estes níveis que lhes são contrárias, Vencer os Medos acaba por se tornar não já uma apresentação dos princípios que deveriam ser banais para as nações, mas para cada um de nós uma cartilha de resistência.
Agradecimentos às editoras respectivas, pela oferta dos livros, a Sandra Monteiro, directora do MD, e ainda a Marta Lança e Pedro Sabino.

7 comentários:

  1. E, acima de tudo, por portugueses, em português, para portugueses.

    ResponderEliminar
  2. Não percebi muito bem o que Munisai desejava dar a entender com essa frase. É algum tipo de sentimento de alegria por ver que é possível em Portugal ver um gesto solidário com o mundo todo ou trata-se de algum tipo de orgulho nacionalista? Se for o primeiro, sim, claro. Se for o segundo, nem por isso.
    Pedro

    ResponderEliminar
  3. Queria dizer que é muito raro ver a publicação de banda desenhada portuguesa, nada mais...
    Quanto a orgulho nacionalista, não vejo nada de mal nisso, dentro dos limites do razoável.

    ResponderEliminar
  4. Desculpa, Munisai, mas não tinha percebido mesmo... Minha palermice.
    Sim, não vemos tantas edições "visíveis" de banda desenhada portuguesa como poderíamos ver se vivêssemos num país com editores mais inteligentes e dedicados, mas enfim. Restam-nos os autores que vão conseguindo furar a barreira, e aqueles que trabalham mais independentemente. Seguem-se novidades, em todo o caso.
    Obrigado
    pedro

    ResponderEliminar
  5. desculpem se os k dizem k é raro ver editada bd portuguesa,aliás cada vez mais,sou bed~efilo com cera de600 albuns no minimo50/60 são de autores portugueses.quem não leu "tu es a mulher da minha vida´e a outra a dos meus sonhos"ou "a filha do caranguejo" afamosa coleção de autores tugas da editora polvo?ou o nosso internacional J.callos fernandes! assim só tenho de dizer queadoro os nossos argumentistas e artistas, e o louro?k nunca leu nada deste?é o nosso hugo pratt,embora goste maisd"e edições menos comerciais como arnaldo fagundes...j.cunha

    ResponderEliminar
  6. Caro Samahhel/J. Cunha,
    Quando eu disse que não havia muitas edições portuguesas não dizia isso sem uma bela dose de sal. O que isso significa é em contraste com a produção que existe fora dos "grandes editores". A Polvo é, sem dúvida, a editora com o maior catálogo de autores portugueses, mas nem todos repetem a dose; a Asa, sendo a maior editora, tem uma escolha muito limitada - e não necessariamente de qualidade - de autores portugueses; as restantes vão tendo um ou dois soluços: iria ao ponto de dizer que a grande responsabilidade da sobrevivência e boa saúde da banda desenhada portuguesa se deve sobretudo aos próprios autores, disseminados nos mais variados círculos, uns mais outros menos "independentes" (seja qual for o significado disso).
    De resto, os exemplos que o Sammahhel dá são um pouco diferentes: há aí várias qualidades, e já tive a oportunidade de falar de alguns desses autores neste blog (o José Carlos Fernandes, por razões de ter publicado muito, é um repetente neste espaço). Quanto à sua comparação entre o Louro e o Hugo Pratt, gostava de dizer que não apenas discordo, como acho absolutamente fora de questão qualquer tipo de aproximação entre os dois autores, e não em detrimento do italiano, como será natural... É caso para dizer, "cáspite!"
    Bem-haja,
    Pedro Moura

    ResponderEliminar
  7. Talvez o livro seja muito optimista, talvez seja mais difícil encontrar uma solução para todos os problemas do mundo, mas concordo que tenhamos que ter esperança, acreditar e fazer parte da mudança.

    ResponderEliminar