3 de março de 2009

Divide et Impera. AAVV (Montesinos)

Serve o presente post para dar notícia, em primeiríssima mão, do primeiro livro oficial da Montesinos, o meu próprio selo editorial, intitulado Divide et Impera.
Como se torna claro, trata-se de uma publicação-companheira às exposições em Charlottesville, Virgínia, de 2009, a Impera et Divide e àquela tida antes em 2007, no 18º FIBDA, Divide et Impera. É uma publicação em inglês, com um ensaio leve, sucinto, intitulado The Surf and the Face of the Comics to Come, em torno das questões que são suscitadas pelos trabalhos dos autores aqui reunidos, com excertos de trabalhos maiores, histórias curtas ou várias peças soltas agregadas nas suas “secções”: Frédéric Coché, Warren Craghead III, Aerim Lee, André Lemos,, Ilan Manouach, Andrei Molotiu e Fábio Zimbres. O seu lançamento está marcado para o fim da tarde de 6 de Março, na Second Street Gallery, onde terá lugar a exposição mencionada.
Este livro só se tornou possível pelo apoio dos próprios artistas, a quem agradeço em primeiro lugar, com especial destaque ao trabalho de ilustração de Warren Craghead, que fez a capa e as ilustrações espalhadas pela publicação (em baixo poderão ver ainda a ilustração original, com pequenos erros, mas sem o logo). Quero agradecer ainda à Cláudia Dias, da Playground, pelo incansável, bem disposto e mal pago trabalho de design. A Montesinos contará com a sua ajuda sempre, esperamos. À Rocha Artes Gráficas, do Porto, cuja paciência e resiliência face à minha incompetência atroz foi um antídoto magnífico. Ao Pedro Nora, pelas indicações, dicas e ajudas ao telefone. A muitos outros amigos também, pelo apoio demonstrado. A Direcção-Geral de Artes e a Fundação Calouste Gulbenkian, através do Acordo Bipartido, apoiou este projecto financeiramente.
O livro existe, sendo a edição ligeiramente limitada. Neste momento ainda não posso dar notícias mais concretas sobre a sua acessibilidade geral, mas deixem aqui os vossos comentários ou questões, que serão atempadamente respondidas.
Nota: se digo que este é o “primeiro livro oficial”, deve-se ao facto de já em 2002 ter saído o fanzine Uma porta serve para entrar como para sair, ilustrado por Koh, Eun-Kang, publicado em Seul, Coreia do Sul, ainda disponível por tuta e meia.
Até breve.

19 comentários:

  1. (Braço levantado!)
    1, por favor!

    ResponderEliminar
  2. Apoiado Mingus, também queria 1, por favor, Pedro!

    ResponderEliminar
  3. Parabéns por mais esta iniciativa! Pelo que me mostraste no pc durante o nosso encontro em Fevereiro, o livro/exposição promete.
    Espero que corra tudo bem nos USA e que voltes ainda mais inspirado para continuares a desenvolver estes e outros projectos.
    Nós agradecemos :)

    Um abraço

    ResponderEliminar
  4. Se ainda não esgotaram também quero 1.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  5. O Sr. Dr. Kartoon também gostaria de pelo menos uns 5 + 2 para consumo interno

    ResponderEliminar
  6. talvez desde à um quarto de seculo para cá (ainda nao vislumbrei os momentos cruciais com clareza )que o fosso ainda mal compreendido entre a bd popular e a bd das elites (intlectuais)tem vinto a acentuar-se ...temos a bd mainstream que sem grandes precalcos e sem novidades é reconhecida como tal ,e temos uma bd que vai do sofrido ao sofrível pela enorme dificuldade que é em inovar dentro de um genero täo impregnado de clichees como a bd (e que lhe valeu uma data de alcunhas entre elas a mais famosa é a de bd mal desenhada)vamos passar por cima disso porque como sempre digo, se picasso,klee ou miró fizessem bd para bedófilos seriam "maus desenhadores"
    acho pedro moura que estás a fazer um trabalho magnifico em termos de popularizacäo da bd contemporanea, e estás a fazer mais que toda a gente junta até à data,(näo é graxa ,o petardo vem a seguir) se bem que eu ache que uma certa bd que tu promoves seja chata (tout simple )
    e esta é a maior critica à "nova abordagem da bd":
    as pessoas empenharam-se tanto numa demonstracao séria da bd,mentalmente desafiante , artistica, näo infantiloide que teem vindo há muito tempo a criar uma barreira total ao humor,como se o riso fosse cavalar para gente que pensa täo a sério a bd ...a aversäo ao humor faz com que certos novos intlectuais da bd
    tenham vindo a excluir sistematicamnete grande parte da bd undeground que hoje se faz ,que para alem de mentalmente desafiante nao é seca ,é graficamente inovadora,como sempre foi ,faz pensar e muitas vezes rir
    para mim um grande autor no fosso- fossa entre as duas abordagens radicais da bd é wittek (um exemplo que conheco bem) e se ele nao fosse täo engracado ,há muito que estaria num lugar de destaque dos autores contemporaneos
    isto é só para dizer ;
    "nao vamos deixar que a bd se torne snob"

    ResponderEliminar
  7. Como faço para contactá-lo, Pedro?

    ResponderEliminar
  8. A todos os que escreveram, obrigado. E, sim, farei com que cheguem a todos (detalhes mais tarde), vendidos ou não...
    Há ainda exemplares suficientes, claro.
    Teresa, adoro-te, mas achoque falhaste o alvo. Posso não saber contar anedotas no blog, mas não sou nem uma pessoa desprovida de humor nem uma pessoa incapaz de apreciar o humor que existe na banda desenhada contemporânea, underground ou comercial,esta ou aquela. Se achas que façoum trabalho demasiado sério, é talvez verdade, mas é por uma atitude intelectual que acho que faz falta,e continuarei a pugnar por ela no meu trabalho (profissional ou não).
    Jamais serei um snob (ou pelo menos, um,a snobeira com algum grão de sal) e muito menos criar barreiras de snobismo na banda desenhada, mas se isso for necessário para conquistar um maior público, mais discernente e com outro tipo de associações culturais, é esse o meu campeonato. Serei a única pessoa que escreve sobre banda desenhada para ter responsabilidades de fazer tudo e mais alguma coisa, cumprir tudo o que falta, preenchertodas as atitudes possíveis? Sabemos, tu e eu,e todos os que aqui passam, que não é assim. E ainda bem, porque senão é que seria uma seca descomunal!!
    Beijos!

    ResponderEliminar
  9. näo és tu o visado(eu sei que tu tens graca) mas uma certa bd elitista deshumorificada,isto nao é uma afirmacao leviana;
    há pouco humor nas vanguardas bedéfilas

    ResponderEliminar
  10. pode-se chamar critica de bd ao facto de 4 ou 5 gajos falarem de adapatcoes de livros merdianos a filmes igualmente merdosos?
    é que isto é que é a critica de bd em portugal e como se ja nao bastasse que o numero de escriticos amadores fosse escasso ,ainda teem todos de falar sobre as mesmas ...trampas ...a tua diversidade pos-te numa plataforma de opinion maker como tu querias ,aproveita-a bem , mas a tua opiniao como todas as outras é meramente subjectiva
    näo há papas na bd

    ResponderEliminar
  11. Olá, novamente, Teresa. Talvez não saibas ou não te recordes, mas há uns anos eu fiz uma análise e crítica à crítica da banda desenhada portuguesa, nos dossiers anuais da Bedeteca (online). FAzia precisamente um retrato de que existiriam, de facto, recenciadores, jornalistas, e outros etcs. q.b., mas não algo de mais sustentado e ao que reservo a palavra, que julgo séria, de "crítica". Há excepções, naturalmente, e o Domingos Isabelinho continua a ser o meu modelo no nosso burgo. Mas penso não ser petulante ao indicar claramente que procuro construir um discurso sustentado, argumentado e relativamente coeso de crítica. Parece-me que se tens razão na falta de humor de um certo círculo da criação contemporânea, na qual se incluem, sem destaque, a banda desenhada, não menos razão se nota que tens uma atitude ligeiramente anti-intelectual. O indicares que a minha "opinião" é "meramente subjectiva" é, desculpa ser bruto, uma banalidade sem qualquer interesse. A minha diversidade diz da minha pessoa, e não é uma estratégia de sedução de públicos ou de cargos ("como eu queria", dizes tu). Mas esperarei, sempre, que os leitores deste espaço - só vem cá quem quer, não são textos do programa obrigatório de leitura do Ministério, e muito menos a parte dos comentários - se apercebam que alguns (não todos, claro) dos textos não se prestam à mera "opinião", mas sim à tentativa de construção de um discurso pautado por argumentos objectivos. Se é uma tentativa conseguida ou gorada, compete aos leitores saber. E antes que desmontes a palavra "objectivo", quero dizer com isso algo que é identificável, desmontável em partes e contra-argumentável. Isto é, não digo apenas "x é fixe", mas "x é fixe porque a, b, e c". Esses elementos "a, b e c" são o compõem a objectividade de um argumento, que podem ser combatidos, contrariados, esclarecidos, esmiuçados ou mesmo, porque não?, abandonados. "Objectivo" não quer dizer "cantar de cátedra". E quem combate essa palavra e levanta bem alto o estandarte da bandeira da "subjectividade" é que nem faz trabalho de casa, nem procura um esforço de discussão séria. São apaixonados de disputas, essas sim, adolescentes.
    Como dizia a minha mãe, "não gostas, põe à beira do prato". Ninguém te obriga a ver os Watchmen e o Batman, ninguém me obriga a gostar de ler livros diversos, ninguém obriga nada a ninguém, muito menos aqui. Bem-vindos e boa viagem.
    Pedro

    ResponderEliminar
  12. näo gosta poem à beira no prato... eu gosto do teu blog e das tuas escrituras flamegantes por isso é que venho aqui,mesmo que nao goste de uma certa intlectualice tua ,nem de algumas más bds que tu hipervalorizas)o que näo me impede de estar atenta e de perceber certas coisas muito particulares da sociedade portuguesa(nao tem nada a ver com bd) que é o deslumbramento que as pessoas teem por quem escreve bonito MESMO QUE MUITOS NAO PERCEBAM UMA NINICA DO QUE TU ESCREVES
    estou a falar das massas brutas , aquelas que nunca comeriam sobre a bd o que tu escreves se näo escrevesses täo bem ,o que nao deixa de ser triste (a carneirada desprovida de massa pensante avaliativa propria até mete dó)
    tu pensas sempre que és o visado só porque é o teu blog
    tens de ver que é um blog temático e opinatório
    os blogues nao comentados morrem .
    como o teu blog é interessante inspira-me a comentários,mas se tu ves a coisa como ministério de leitura obrigatório ( num dos dois únicos blogs de bd contemporanea tens quase razäo)e poes o teu ego sempre a frente da bd e ves uma disputa onde existe apenas uma chamada de atencäo de uma tendencia interessante que se tem vindo a arrastar que é a presuncao de certas elites bede´filas , cada vez mais cheias de betinhos que em alemäo os anti intlectuais como eu chamam kunstkacker

    pronto fica lá com o teu ministério , nao tenho essas tendencias didaticas, só contestatárias
    nao gosto de papas nem de gurus
    se te amofinas com as opinios dos outros porque tens um blog?nao é para falar da tua pessoa é para falar da bd
    deixa para lá ,se isso te incomoda nao volto aqui , mas se ficas muito tempo no pedestal apanhas sol a mais

    ResponderEliminar
  13. A verdade, Teresa, é que tu tens uma escrita algo elíptica e por vezes não entendo o exacto objectivo das tuas palavras. Se te pareço melindroso ou sensível (betinho) demais, é porque já escutei "cala-te" demasiadas vezes... que não é o que disseste, eu sei.
    Eu não estou nem em pedestais - e se estiver, conto contigo e outras pessoas para me atirarem meias sujas e laranjas a ver se caio dele - nem em cátedras (se bem que goste muito de dar aulas em torno da banda desenhada e procure ser o mais abrangente e aberto possível, mesmo contra os meus "gostos" e "opiniões", com grande negociação...).
    Mas acho que roças um ponto perigoso quando chamas carneirada às pessoas que cá botam o olho de quando em vez. Não me estico sobre esse ponto. Tu também terás a tua formação que te formará e deformará a visão e perspectiva (como eu, não me ilibo), escusamos é de a transformar em ralador dos demais.Por isso, não sei se reparaste, não falo do que não gosto, pois mais vale estar calado. E aquilo de que falo tem mais a ver com ter suscitado dicussões de interesse do que de sacrifícios meus ou julgar que são livros dignos de me atirar ao vulcão com eles...
    Seja como for, penso entender alguns dos teus argumentos e fico-te grato de os indicares. Por exemplo, achas mesmo que a aproximação de discursos intelectuais (limitados, já que não sou muito culto e só há pouco tempo comecei a fazer certas leituras mais informadas), sejam eles filosóficos, estéticos, sociológicos, etc., são um mau serviço quando aplicados à banda desenhada? Achas mesmo que a banda desenhada é um modo de expressão que só ganha os seus valor e contorno efectivos se "não pensar", se for só para curtir? Eu não acho que TODOS aqueles que lêem "esta bd" tenham de ler "esta referência" que citei a seu propósito, mas também não acho que me deva coibir de fazer esta aproximação se ela me leva a escrever um pensamento que se vai formando... Tens que me explicar muito bem porque é que isso é mau, porque é que isso é "kunstkacker", e não "kunst unterstutzer".
    beijos,
    pedro

    ResponderEliminar
  14. gostei da tua resposta...
    acho que para muitas pessoas linguagem mais séria aplicada à bd pode ser muito estimulante, o teu blog é dinamizador e mesmo que eu nao goste desse lado mais intlectual,gosto da abertura variedade,divulgacäo e escreves mesmo bem (mesmo que eu em geral prefira um genero mais depurado ) e quem nao entende o que tu escreves vai atrás na mesma porque os outros väo e recomendam.
    ...e de repente temos gente que sempre desprezou bd "maldesenhada "a dar-te crédito ,mais que uma obra é um milagre e isto seria bom se näo fosse por puro carneirismo.
    é obvio que tens razäo quando dizes que eu piso o risco e chamo carneirada às pessoas , o problema é que eu näo tenho visto muito das pessoas nesse molhe ,e mais ,há muito tempo que as pessoas nao eram tao carneirada como sao agora; a globalizacao fez o mundo demasiado pequeno,as pessoas demasiado iguais, a variedade de oferta tem vindo a ser menor e igual em qualquer ponto do planeta, os festivais de bd teem todos programas muito parecidos e as diferencas sao as pequenas variacoes , as pessoas definem-se pelos seus consumos culturais e imagem ,fala-se de crises de valor( intrinseco humano ..) e eu junto-me ao coro ,a carneirada só da valor ao que nao interessa, nos anos 90 "alternativo "era mais uma forma de consumo,e essa mentalidade perpetuou-se até hoje, eu ao contrario de ti näo tenho grande fé na humanindade,se tivesse iria militar por uma boa causa , tenho só uma minima esperanca que a crise seja longa e dura e reduza o acessorio de tal modo que as pessoas voltem a ser pessoas outra vez ,que deixem de ser yufi´s (young urban fashion idiots ) mesmo que seja mais velhos...


    admiro e aprecio pessoas que como tu e o geraldes lino teem essa veia didática ,capaz de entusiasmar os outros e fazer escola ,a minha maneira de participar na bd é editar coisas misturando desconhecidos com grandes autores dando perolas a carneiros ,nunca me passou pela cabeca fazer um blog ,mas comentar os blogues é algo ...irresistivel
    blog blog blog
    é quase cultura escarreta , mas melhor é acabar a conversa senao chateias-te e depois já nao trocas livros comigo e isso seria desvantajoso...
    tenho um carabine musclee com umas pranchas do nemoto completamente doentes, etc etc para a trocantina


    näo sei se és betinho , sei é que há muitos betinhos na bd

    ResponderEliminar
  15. “…Is this the right room for an Argument?...” – m.p.

    Ñ sei se já to tinha dito (creio que sim; embora prefira jogar pelo seguro), mas naturalmente tb quero 1 exemplar. Ñ precisas embrulhar, é para consumo imediato (…“librifagia”) ;)

    DM

    ResponderEliminar
  16. Caro Daniel Poeira,
    Assinar o quê?
    Pedro Moura

    ResponderEliminar