
Na formação das crianças, é muito importante tirar partido da primeira fase de aprendizagem verbal, a qual acompanha igualmente a fase de aprendizagem dos primeiros modos de categorização do mundo. É importante, naturalmente, que as crianças aprendam as categorias e as regras do nosso mundo social, para que nele se integrem. Ética e politicamente, isso integrá-las-á em todos os problemas que daí advêm, claro está, mas - gigantesca dúvida: será a resistência a esses problemas preferível às alternativas da própria formação?
Em todo o caso, faz todo o sentido também tirar partido dessa mesma formação, desse intervalo entre a procura de uma sólida categorização e o espaço das dúvidas, para fomentar também mecanismos de liberdade na associação de ideias, de objectos, de realidades.

O texto, de uma maneira linear mas atravessando campos inteiros de categorias separadas pelo nosso racionalismo, as imagens, colhendo de inúmeras fontes e deixando que elas se encontrem num mesmo plano de concórdia, fazem o mesmo gesto: sulcar caminhos que atravessem fronteiras e permitam a outros segui-los. O que é preciso? Começar.
Nota: agradecimentos à editora pela oferta do livro.
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