A convite dos Departamentos de Português das Escolas Oficiais de Idiomas de Pontevedra e de Vila Garcia, na Galiza, estarei amanhã, Segunda, e depois de amanhã, Terça, a falar de banda desenhada portuguesa. O propósito tem mais a ver com a conhecer a realidade da língua portuguesa, mas espero ter oportunidade de despertar o interesse de novos leitores pelos trabalhos existentes na nossa "cena contemporânea", sejam livros mais críticos da nossa sociedade e atentos à situação económica-social, sejam livros que procurem de alguma forma criar ficções bem-dispostas, ou mesmo aqueles autores que viverão em espaços intermédios em termos de forma e conteúdo.
Se estiverem com vontade de comer uns chipirones e botá-los abaixo com um branco numa cunca, apareçam.
Agradecimentos a María J. Sola Bravo e Carlos Alhegue Leira, pelo convite, a Conceição Pereira, pelo contacto, e Carlos Pinheiro, pelo uso da imagem (de Sobrevida).
29 de novembro de 2015
26 de novembro de 2015
Graphic Novel. An Introduction. Hugo Frey e Jan Baetens (Cambridge University Press)
Começaríamos por
afirmar uma declaração de interesses, uma vez que, sendo Jan
Baetens o nosso orientador académico, e mentor de longa data com
muitos dos seus escritos, que nos vemos forçados a afirmar a
superioridade desta obra sobre todas e quaisquer outras que possam
ter surgido sobre a mesma temática. De uma forma cabal, única e
derradeira, eis a última palavra a dizer sobre esse fenómeno da
“graphic novel” e, por atacado, sobre a banda desenhada. Boa
noite, e obrigado.
Se as coisas
pudessem seguir esses trilhos assim fáceis, a vida sorriria a todos
os momentos, mas a realidade é bem distinta. (Mais)
23 de novembro de 2015
28 NOV | 16h00 | Conferência com José Marmeleira: "Um olhar plural sobre as imagens."
Como forma de retomar algum ritmo de trabalho neste espaço, serve o presente para dar a conhecer o seguinte encontro:
"Integrada na programação complementar da Exposição SemConsenso, Banda Desenhada, Ilustração e Política, patente no Museu do Neo-Realismo até 20 de Março de 2016, realiza-se no próximo dia 28 de Novembro, pelas 16h00, a Conferência Um olhar plural sobre as imagens.
"A Conferência conta com a presença de Pedro Moura, Curador da Exposição e de José Marmeleira, jornalista e crítico nas áreas da música pop e da arte contemporânea, colaborador no jornal Público, na revista de arte Contemporânea, nas publicações Ler e Time Out Lisboa, professor de Fundamentos do Jornalismo na Universidade Europeia e doutorando em Filosofia da Arte na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FC-UL).
"Entrada livre.
"Contamos com a sua presença."
Imagem: Carlos Pinheiro, em Sobrevida (com Nuno Sousa. Imprensa Canalha: 2012)
15 de novembro de 2015
PARIS: 15 de Novembro/Catharsis. Luz (Futuropolis)
A escrita
deste texto escapará às regras mais ou menos instituídas deste
espaço. Usualmente parece-me importante apagar-me da cena, já que
não é a minha pessoa que conta na leitura, mas sim um entendimento
– com que podem ou não concordar os leitores – de uma série de
instrumentos e metodologias de leitura dos livros, os quais devem ter
uma natureza própria, ainda que nunca descontextualizada. Assim
sendo, este texto é mais uma crónica, que valerá pouco no campo da
crítica, mas é necessária. (Mais)
13 de novembro de 2015
Rodapé: 20-22 de Novembro.
Serve o presente post para anunciar que no próximo fim-de-semana de 20-22 de Novembro terá lugar a edição do encontro O que um livro pode, co-organizado pela Oficina do Cego, à qual pertencemos. Este ano os encontros terão lugar no edifício/projecto Rua das Gaivotas 6 (que é também, obviamente, o seu endereço) e são exclusivamente dedicados aos livros para a infância. Durante esses dias, haverá lançamentos de novos livros, conversas e mesas-redondas, apresentações breves, leituras e mostras, e uma feira de edição de livros para os putos (óptimo para Natais alternativos).
No âmbito desse encontro, terá lugar uma exposição ou mostra de ilustração para a infância, intitulada Rodapé, e que foi coordenada por nós, contando com trabalhos de Afonso Cruz, Ana Biscaia, André Letria, António Jorge Gonçalves, Bernardo de Carvalho, Catarina Sobral, Daniel Silvestre da Silva, Gonçalo Viana, João Fazenda, Madalena Moniz, Madalena Matoso, Marta Monteiro, Richard Câmara, Susa Monteiro e Yara Kono. Esta exposição tenta escapar da lógica "white cube" das exposições, e, utilizando meios muito simples e limitados, é pensada para os visitantes mais jovens. Para além das imagens expostas, a exposição conterá o "arquipélago do Faztu", constituído por quatro mesas-ilhas-atelier, nas quais os visitantes poderão encontrar objectos para desenhar, fazer postais, brincar, preencher paisagens, etc. numa relação interactiva com a criatividade de todos. Este arquipélago é coordenado por Alexandra Baudouin e por nós. É, portanto, uma óptima oportunidade para trazer os miúdos para um fim-de-semana fora de casa.
Estamos ainda responsáveis por uma mesa-redonda que terá lugar no Domingo, dia 22, pelas 17h00, em torno dos processos de edição dos livros ilustrados infantis, moderando a conversa com André Letria, Catarina Sobral e José Oliveira. Esta conversa já é para os mais graúdos.
Aqui ficam os agradecimentos aos organizadores do evento pelo convite feito, a todos os artistas que responderam positivamente ao projecto e a toda a malta que ajudou. Até lá.
No âmbito desse encontro, terá lugar uma exposição ou mostra de ilustração para a infância, intitulada Rodapé, e que foi coordenada por nós, contando com trabalhos de Afonso Cruz, Ana Biscaia, André Letria, António Jorge Gonçalves, Bernardo de Carvalho, Catarina Sobral, Daniel Silvestre da Silva, Gonçalo Viana, João Fazenda, Madalena Moniz, Madalena Matoso, Marta Monteiro, Richard Câmara, Susa Monteiro e Yara Kono. Esta exposição tenta escapar da lógica "white cube" das exposições, e, utilizando meios muito simples e limitados, é pensada para os visitantes mais jovens. Para além das imagens expostas, a exposição conterá o "arquipélago do Faztu", constituído por quatro mesas-ilhas-atelier, nas quais os visitantes poderão encontrar objectos para desenhar, fazer postais, brincar, preencher paisagens, etc. numa relação interactiva com a criatividade de todos. Este arquipélago é coordenado por Alexandra Baudouin e por nós. É, portanto, uma óptima oportunidade para trazer os miúdos para um fim-de-semana fora de casa.
Estamos ainda responsáveis por uma mesa-redonda que terá lugar no Domingo, dia 22, pelas 17h00, em torno dos processos de edição dos livros ilustrados infantis, moderando a conversa com André Letria, Catarina Sobral e José Oliveira. Esta conversa já é para os mais graúdos.
Aqui ficam os agradecimentos aos organizadores do evento pelo convite feito, a todos os artistas que responderam positivamente ao projecto e a toda a malta que ajudou. Até lá.
8 de novembro de 2015
Esquadrão da Luz/Fell. Tomasi e Snejberg/Ellis e Templesmith (G. Floy)
Enquanto a G. Floy vai dando continuidade aos títulos mainstream da Image que têm construído o
cânone actual dos “clássicos contemporâneos”, como Saga ou Fatale, é de
notar como também não deixa de apostar em outros títulos sem continuidade, mas que alargam o acesso a esses mesmos pólos de
produção do mainstream que não dos
super-heróis. No caso presente, gostarísmos de nos debruçar brevemente num
título novo, relativamente simples, que mistura vários géneros consabidos num
projecto de alguma leveza, Esquadrão da
Luz, e outro, já publicado há alguns anos, que mistura a novela de
detectives a uma espécie de horror existencialista ou niilista, Fell: Cidade Selvagem. (Mais)
6 de novembro de 2015
Poemas do conta-gotas. João Pedro Mésseder e Ana Biscaia (Xerefé)
Talvez tenha a ver com a economia das palavras, que tem
menos a ver com o minimalismo ou alguma estratégia de “simplicidade” imaginada que
as crianças necessitam, mas a poesia de Mésseder recorda-nos a de Francis Ponge
ou de René Char. Sobretudo por se manter um certo lirismo, tantas vezes
abandonado em nome de uma suposta imitação do quotidiano e um aproximar da
realidade mais imediata da expressão política. Porém, esse abandono não
significa necessariamente uma maior aproximação à expressão da ética, precisamente
como demonstraria a dimensão desses dois poetas citados. (Mais)
5 de novembro de 2015
SemConsenso: um manifesto.
Agora que a exposição está patente no Museu do Neo-Realismo (até 20 de Março de 2016), é tempo de convidar todos os interessados a visitarem-na, não apenas pelas razões pessoais que daí possam advir mas sobretudo por acreditarmos que esta pode ser uma forma de ver estes trabalhos de uma nova perspectiva, mas também uma maneira de re-eletrificar a matéria conceptual e política que eles implicam, assim como as das obras do próprio museu.
Deixamos aqui o texto que lemos no dia da abertura (com ligeiras modificações), esperando que complemente todos os outros materiais textuais disponíveis (o panfleto à entrada, o jornal da exposição). "Manifesto" aqui deverá estar quer no seu sentido dissertativo como no de declaração de carga, digamos assim. As fotografias foram disponibilizadas pelos serviços do museu, e espero que sirvam para abrir o apetite. (Mais)
Deixamos aqui o texto que lemos no dia da abertura (com ligeiras modificações), esperando que complemente todos os outros materiais textuais disponíveis (o panfleto à entrada, o jornal da exposição). "Manifesto" aqui deverá estar quer no seu sentido dissertativo como no de declaração de carga, digamos assim. As fotografias foram disponibilizadas pelos serviços do museu, e espero que sirvam para abrir o apetite. (Mais)
4 de novembro de 2015
L.L. de Mars/ Steve Aylett. Judex/Johnny Viable and his terse friends (La cinquième couche/Floating World Comics)
Brevemente, queremos dar conta de dois
projectos que, de uma forma muito distinta, operam sobre um mesmo
princípio e, desta forma, também contribuem para um entendimento
cada vez mais alargado da banda desenhada enquanto disciplina
artística. Apesar da oferta de textos, canais de distribuição e
até sectores de prática serem cada vez mais múltiplos, ainda
existe uma ideia muito forte que confunde a validade do gesto com a
de um juízo de valor sobre a obra em questão e o respeito (ou falta
dele) para com as formatações existentes. Repetimos uma ideia já
há muito apresentada: a de que se se quer acreditar na banda
desenhada enquanto disciplina artística, tem de se deixar que ela
persiga precisamente as justezas heterógeneas que a arte, enquanto
conceito, exige. (Mais)
1 de novembro de 2015
Ambient Comics/Infusion. Nadine Redlich/Pascal Matthey (Rotopolpress/Habeas Corpus)
Será possível ter uma categoria constituída de uma só
instância? Poderá uma nomenclatura criada para um título alertar-nos para
outros exemplos anteriores que passam a fazer parte dessa mesma categoria?
Poderá, ao isolar-se uma prática corrente, subsumida a programas mais
convencionais de narratividade e representação, re-fundi-la de um modo mais
autónomo? (Mais)