Poderemos conhecer-nos melhor se ouvirmos o que os outros dizem de nós? Mas não é problemático desde logo estabelecer esta espécie de diferença entre um “nós” e “outros”, quando esses outros são também um pouco de nós, e nós os outros? Apesar da bazófia do costume, a verdade é que a identidade portuguesa é feita também sempre com mal-entendidos, mitos, confusões, ignorâncias, e, no fundo, desde logo de um ponto de partida erróneo em querer criar uma caracterização demasiado estanque e nada porosa a toda uma espécie de trânsitos, influências e flutuações, contínuas, de traços identitários. Tal como todas e quaisquer identidades, nacionais ou mesmo pessoais. Mas ter dúvidas estimula a busca. (mais)

