Porém, o autor está menos interessado
em criar uma variação sobre esses temas, ainda assim contribuindo
para esse edifício, no típico exercício de “resposta literária”
que constitui os próprios campos temáticos, do que transformá-lo
num quase independente exercício de retórica livre, experimental e
alucinada. (Mais)
Com vinhetas densamente populadas pelas
personagens e paisagens, em enquadramentos drásticos e
hiperbolizados, e cores planas radicais, com uma composição de
malha apertada, sem filamentos brancos entre vinhetas, há por vezes
mesmo páginas de difícil leitura, que obrigam à releitura para
compreender o último gesto, movimento ou acção. Pois o que importa
é continuar em frente, numa contínua velocidade de dissolução.
As duas personagens têm tanto de
típicos companheiros-de-armas nas epopeias heróicas como de
Estrumpfes. E se encontram vários inimigos monstruosos, entre uma
diversidade de trolls, criaturas análogas a Chtulhu, gigantes
bárbaros, ratos gigantes, também podem ser acossados por robôs de
gelo interessados em roubar escalpes e outros bosses. E, encontrando
objectos mágicos ou atravessando etapas previstas em Dungeons &
Dragons, são bastos os que tombam de outros géneros (ficção
científica) ou que deverão muito aos underground comix.
No final dos anos 1970 e depois 1980,
existiam bonecos de PVC com cores garridas de todas as séries de
animação, banda desenhada e outras. Tendo todas o mesmo tamanho,
era prática comum guardá-las no mesmo local e não haveria
quaisquer limitações a, quando se brincava, criar crossovers.
O Estrumpfe de óculos e o Marco da Montanha podiam perfeitamente
juntar-se para dar cabo do Flip, da Abelha Maia, enquanto o
pai do Vickie e Willy Fog faziam apostas. E havia uma certa beleza em
tê-los simplesmente empilhados, onde as formas de plástico e as
cores garridas se misturavam num padrão promissor, numa espécie de
alucinação visual sem drogas e confortavelmente caseira. Folhear
Maximum Troll On partilha dessa energia.
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