30 de outubro de 2017

Berlim. Cidade sem sombras. Tiago Baptista (Chili Com Carne)

Fruto da estada de Tiago Baptista na cidade de Berlim durante três meses de Inverno, numa residência artística, este livro reúne toda uma série de pequenas histórias que mais devem ser entendidas como impressões do que propriamente como narrativas. Não se pode dizer que haja aqui uma assunção de uma estrutura coerente ou subsumida à explicitação, como ocorre em travelogues à la Guy Deslile ou outros, por exemplo. Tampouco se poderá ler Berlim como se se tratasse de um registo diarístico, já que a maioria das peças dão a ideia de uma certa distância temporal, après le fait, sobre essa estada. Aliás, há muitos momentos em que a voz do autor torna patente a dúvida, o esquecimento, a falta de certeza. Isso não fragiliza o acto de memória do livro, bem pelo contrário torna-o um acto mais humano. (Mais) 

25 de outubro de 2017

Des.Gráfica: participação.

No próximo fim-de-semana terá lugar a Feira Des.Gráfica. Quadrinhos Experimentais e produção em Narrativas Gráfico-Visuais, no Museu de Imagem e Som, em São Paulo, Brasil.

Tivemos a honra de termos sido convidados no ano passado pelos organizadores a participar no concurso enquanto membros do júri, e este ano acrescenta-se o imenso prazer de estarmos presentes no próprio evento como uma espécie de keynote speaker. Assim, lá estaremos para falar com um público interessado em como estender os quadrinhos a um campo cada vez mais expandido em todas as suas dimensões...

Por ocasião desse encontro, o site Balbúrdia fez-nos uma entrevista que tenta tocar toda uma série de vertentes do nosso trabalho e outros acidentes. Partilhamo-la num link directo, aqui.

Esperamos encontrar lá muitos amigos e leitores transatlânticos do Lerbd!

Agradecimentos a Rafael Coutinho, esse porra louca, e Renata Letícia e Isa Castro, pelo convite em participar no Des.Gráfica ao vivo, e Lielson Zeni, Maria Clara Carneiro, Pedro Franz, pela atenção dada.
Mais informação aqui e na página de Facebook.

AmadoraBD 2017: participação

Como em ocasiões anteriores, participamos mais uma vez no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. Desta feita, estaremos presentes com um comissariado mais simples (!), em companhia da Sandy Gageiro, em torno da exposição sobre o ano editorial de 2016-2017, procurando mostrar uma selecção/mistura da grande diversidade da oferta de banda desenhada para todos os públicos e de álbuns ilustrados para a infância. 

O propósito principal é o da celebração dos espaços de leitura. Eis o texto que estará na apresentação dos núcleos, assinado por ambos:

« A diversidade da banda desenhada para todos os públicos e os álbuns ilustrados para a infância tem crescido exponencialmente em todos os sentidos. Há cada vez mais livros para mais tipos de leitores.

Distinguindo-se de tendências anteriores, há mais banda desenhada para um público feminino (o que não significa que os rapazes ou os homens não possam ler esses livros fantásticos!), tal como para um público mais maduro (tantos “romances gráficos”!), interessado em questões como as relações humanas realistas, política internacional, personalidades históricas nacionais ou até como fazer vinho. E há mais livros, despretensiosos, capazes de ensinar às crianças as raízes das descriminações raciais, de género, de idade, ou outras, que explicam como se constrói a democracia ou a memória, como brincar e cuidar dos nossos avós, e até como disparatar da forma mais criativa possível.

Os géneros clássicos continuam de boa saúde também, e com novos heróis e heroínas.

Esta exposição não pode mostrar tudo o que foi publicado nos últimos doze meses, mas enfrenta essa mesma variedade. Cada sala mistura livros para miúdos e para graúdos, livros sérios e livros tontos, tomos grandes e livrinhos esguios, uma vez que acreditamos que os leitores (e os livros) se devem misturar. Os pais devem ler com as filhas, mas os filhos também devem ler para os pais. E sozinhos. Ou com os colegas da escola, da natação, ou de jogar à bola lá na rua. E os pais podem falar deles lá no emprego.

Cada sítio cria a sua própria comunidade de leitores. Um bando de leitores no banco de jardim. Um cardume de outras leitoras no metro. Uma turma na escola. Outra no recreio. São tantos os sítios onde se pode ler! Pode ser qualquer lugar. Aqui estão apenas cinco.

Qual é o teu favorito? O nosso é... todos!»

Para além disso, estará patente na Bedeteca da Amadora uma exposição dedicada ao projecto The Lisbon Studio Series, a série de volumes antológicos desse colectivo, na qual temos participado enquanto argumentista da artista Marta Teives. O segundo volume, na verdade, será lançado no AmadoraBD. Os autores estarão presentes todos os fins-de-semana no Festival para autografarem as obras, inclusive nós mesmos (no último fim-de-semana somente).

Mais informação, aqui.

18 de outubro de 2017

A teia da Ilustração 1: Leonor Riscado

Temos o prazer e a honra de anunciar a primeira palestra, de 3, integradas na Bienal de Ilustração de Guimarães, terá lugar esta Sábado, dia 21, em Guimarães, pelas 15h no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. 

Tendo-nos sido estendido o convite a idealizá-las e coordená-las, esta primeira sessão contará com a presença e a comunicação da Professora Leonor Riscado, que muito tem feito por uma discussão séria e integrada da imagem não enquanto mero elemento "decorativo" dos programas narrativos, literários, pedagógicos, etc. de projectos textuais, mas sim como uma faceta importantíssima na construção da compreensão e interpretação do mundo. 

Esperamos ver-vos. Ficam aqui os agradecimentos à organização da BIG assim como à convidada.

5 de outubro de 2017

Hanuram, A fúria. Ricardo Venâncio (G. Floy/ComicHeart)

Este é o primeiro projecto de monografia apresentado pela parceria da G. Floy e a ComicHeart, depois do primeiro volume do antológico The Lisbon Studio Series, pretendendo uma oferta de banda desenhada contemporânea portuguesa que possa apelar a um largo público interessado em abordagens mais populares, imediatas, narrativamente clássicas e claras. Materialmente falando, trata-se de um objecto de luxo, com todos os pormenores de um álbum, num formato que remete para os “prestígio” ou “deluxe” do mercado norte-americano, e apresentando um número de páginas suficiente para satisfazer a leitura, ainda que crie mais apetite do que o sacie, imaginando-se (ou sabendo mesmo) haver possíveis desenvolvimentos. (Mais)