30 de março de 2015

Racconti Indiani. Christian Marra, dir. et al. (Passenger Press)

Este é um projecto colectivo curioso, que demonstra uma solução narrativa e estrutural relativamente simples que atinge rapidamente um resultado variado e com uma aparência épica. Ao se atomizar a responsabilidade de várias partes a um bom número de autores, e mesmo tendo em conta os possíveis ritmos distintos de trabalho, a verdade é que se conseguirá um projecto bem mais alargado num período mais curto do que se se colaborasse com um único artista (ou uma equipa singular). (Mais)

28 de março de 2015

Teatro. Ricardo Henriques e André Letria (Pato Lógico)

Segundo atividário - magnífico neologismo que convida os leitores a sê-lo da melhor forma possível - de Henriques e Letria, depois do Mar, é agora o Teatro a substância estudada. E que coincidirá como seu lançamento hoje, dia mundial do teatro, com exposições simultâneas e a presença dos autores no Maria Matos. (Mais) 

27 de março de 2015

The Man Next Door. Masahiko Matsumoto (Breakdown Press)

Na continuidade do projecto da Breakdown Press em permitir a Ryan Holmberg a tradução, edição e publicação de pequenos volumes dedicados a momentos fundamentais nas transformações modernizantes e de maturidade da mangá, e depois do volume dedicado a Hayashi, encontramos este segundo volume dedicado a Matsumoto. (Mais) 

25 de março de 2015

Outras literaturas: Próximo Futuro 2015.

Gostaria de anunciar, no momento em que isso se torna público, que no próximo dia 15 de Maio terá lugar uma mesa-redonda na Fundação Calouste Gulbenkian, na qual actuarei como moderador.

Trata-se de uma sessão dedicada à banda desenhada no encontro "outras Literaturas", integrado no programa Próximo Futuro deste ano, na Gulbenkian. 

Este encontro terá a presença dos autores Posy Simmonds (Reino Unido), Anton Kannemeyer/"Joe Dog" (África do Sul), e Marcelo D'Salete (Brasil). 

Eis o texto criado para a ocasião:

Sem mutantes nem conservantes: a Banda Desenhada e o diálogo intercultural.
«O encontro dedicado à banda desenhada, integrado na edição de 2015 do Próximo Futuro, convida três artistas bem diferentes entre si: Posy Simmonds, Anton Kannemeyer e Marcelo D'Salete. Distintos no que diz respeito à geração, nacionalidade, estilo, tradição e materialidade do seu trabalho, esta será uma pequena constelação que espelha a natureza múltipla e mutante da banda desenhada, um campo artístico cujo crescimento tem sido exponencial nas últimas décadas em todos os aspectos. Este encontro procurará compreender não apenas modos de produção mas também que respostas, diálogos e reflexões ela estabelece com o tecido cultural global.»
Ficam os agradecimentos à equipa do Próximo Futuro, sobretudo na pessoa do seu Programador Geral, António Pinto Ribeiro, pelo convite estendido, aos artistas por terem aceite o convite, a Marcos Farrajota, Paul Gravett e Rui Brito pelo apoio, e ainda a Francisco Sousa Lobo. O jornal do certame, a publicar, conterá uma banda desenhada inédita deste último autor. 

23 de março de 2015

Blacksad: Amarillo. Juan Díaz Canales e Juanjo Guarnido (Arcádia)

Em várias circunstâncias já o havíamos afirmado mas deixamos aqui por escrito pela primeira vez que Blacksad é uma das melhores séries de banda desenhada que nos deixavam indiferentes. O que queremos dizer com isso é que reconhecemos nela determinadas qualidades, sobretudo do ponto de vista técnico e formal, que a tornam um excelente exemplo de uma obra que preenche todos aqueles requisitos de uma banda desenhada do ponto de vista das suas mais usuais especificidades. A indiferença deve-se ao facto, mais subjectivo, empírico, emocional, de que o cruzamento entre o noir e a antropomorfização, os temas-cliché do cinema norte-americano dos anos 1930 e 1940, a economia narrativa em torno da personagem detective não constituem de forma alguma um interesse particular para nós. Em muitos aspectos, Blacksad é uma obra sem grande “ruído”, e talvez seja por isso que não nos estimula grande paixão. (Mais) 

21 de março de 2015

"Fantasmas de tinta", artigo na Myriades.

Serve o presente post para indicar que, no primeiro número da revista académica Myriades. Révue d'études fancophones, do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, foi publicado um artigo da nossa autoria intitulado "Fantasmas de tinta. Estratégias visuais de representação do trauma na banda desenhada". 
Trata-se de uma parte de uma investigação em curso sobre como é que o trauma pode ser representado na banda desenhada, o que vai, em parte, contra certos posicionamentos teóricos da Teoria do Trauma mais "clássica", por assim dizer. Tendo já tentado uma abordagem similar em torno de Binky Brown Meets the Holy Virgin Mary, de Justin Green, deste estudo centra-se na autobiografia "desviada" como L'ascension du haut mal, de David B., encontramos algumas soluções que,mergulhando na fantasia e no onirismo, se aproximam mais de uma realidade psicológica, que não pode somente ater-se a uma camada realista.
Queremos agradecer a toda a equipa, mas sobretudo à Professora Doutora Ana Cristina Álvares, por todos os passos que aqui levaram.
Poderão aceder ao primeiro número da revista aqui, e directamente ao ensaio aqui.

19 de março de 2015

Š! no. 20 (kuš!)

O último número da excelente antologia de banda desenhada da Látvia é composto exclusivamente por autores portugueses. Tratando-se de um trabalho editorial aturado, feito pela equipa da kuš a partir de uma percepção muito orientada para o tipo de banda desenhada que procuram, e a que se poderia acrescentar o nome de “artística”, “alternativa”, “experimental”, “contemporânea”, etc., e contando com o apoio do editor da Chili Com Carne, Marcos Farrajota, e alguns dos autores que já conheciam e haviam publicado (Amada Baeza), o “retrato” que emerge deste pequeno volume é uma faceta coerente, particularmente estimulante em termos visuais e interpelante no que diz respeito às dimensões poéticas desta disciplina. (Mais)

16 de março de 2015

QCDA # 2000. AAVV (Chili Com Carne)

Esta antologia da Chili Com Carne dá continuidade ao seu trabalho de criação de oportunidades a novos artistas, através de projectos em que não apenas as condições económicas e de distribuição são mais elevadas do que aquelas permitidas pelos fanzines – nos quais eles usualmente trabalham – mas também desafiando-os através de padrões materiais inusitados. Formatos, possibilidades de um jogo de cor, princípios temáticos, etc. (recordemos como o concurso anual da CCC, os “500 paus”, possibilitam projectos em qualquer dos formatos das colecções já existentes, sendo esta uma delas). Porém, acima de tudo está a liberdade de responderem a esses mesmos desafios como bem entenderem, desde que se criem trabalhos que, de uma forma ou de outra, desafiem ideias empedernidas da banda desenhada. (Mais) 

14 de março de 2015

Ninguéns e Peido. Topedro (auto-edição)

O autor de Mores et al, A minha avó Conceição, Autobiografia sem factos, Epílogo, etc., continua o seu longo e estranho, fragmentado e aturado projecto de, e empregamos a palavra com algum receio, “autobiografia”. Em ocasiões anteriores, fomos tentando entender quais os elementos, textuais, paratextuais ou indirectos que têm contribuído para que os seus livros tragam factores de crise dessa categorização. A eles remetemos, para poder ler de imediato estes últimos dois volumes.  (Mais) 

7 de março de 2015

Wuvable Oaf. Ed Luce (Fantagraphics)

Um ex-lutador de wrestling profissional, simplesmente chamado Oaf, retira-se devido a um escândalo sexual com um árbitro. Dessa maneira, ele regressa à sua vida simples e pacata, guiado pelo seu pai adoptivo, a cuidar de um verdadeiro exército de gatos, cada qual com características únicas, e a fazer pequenos bonecos de peluche, atufados com o seu próprio pêlo, que cresce a velocidades estonteantes. Lenta mas seguramente, apaixona-se pelo frontman, Eiffel, de uma banda homocore chamada Ejaculoid. (Mais) 

3 de março de 2015

Colaboração no Studies in Comics, vol 5, no 2.

Serve o present post para indicar somente que o último número de Studies in Comics publicou, no original inglês, a entrevista com Ian Hague, que conduzíramos quando da leitura crítica do seu livro Comics and the Senses.

Como sempre, esta publicação contém uma série de artigos de análise formal, transdisciplinar, de uma série de obras diferentes, apresentando uma variedade de géneros,estilos, geografias bem lata. As resenhas críticas que faz de livros académicos é sempre de primeira água, no caso presente um ensaio em torno de Graphic Subjects e Graphic Women por Charles Hatfield. 

Existindo edição em papel, os artigos estão disponíveis online, através de venda, subscrição ou acesso universitário. Poderão ir directamente aqui


Um agradecimento aos editores Julia Round e Chris Murray por terem aceite publicar a entrevista.