31 de janeiro de 2021

3 Graus de Carequice - Episódio 31 WandaVision.


Gabriel Martins, André Oliveira e Pedro Moura venderam a alma ao diabo (muito barato) no trigésimo-primeiro programa, dedicando-se a discutir a série "WandaVision", do canal DisneyPlus. Focamo-nos na ideia de narrativas feitas de elementos recombináveis e na metatexualidade e materialidade desta série, relativamente original no seio das produções do MCU. Não correu mal, mas não nos lembrámos do termo técnico "RBG".

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi Pedro,

Soube há pouco que o Francisco Sousa Lobo andava a publicar coisas novas, fui à procura de informação e voltei aqui depois de alguns meses de intervalo, infelizmente devido às circunstâncias da vida e não por perda de interesse, é claro.
Já tinha percebido que tinhas esta espécie de podcast, mas confesso que não tinha ainda a oportunidade de assistir a um programa inteiro. Não ando a seguir a série, sei que existe, mas confesso que já na altura do "Visions" não fiquei nada impressionado, mas mais chocado, com as comparações ao "Watchmen". Confesso que li apenas a primeira edição de uma publicação em duas partes e não me incomodei em comprar a segunda, mas aquele ambiente de sitcom "All in the family" já respingava da bd e havia ali a utilização muito pouco fresca da habitual sátira aos clichés suburbanos.
Pelo que revelaste, esta série agora parece ser algo do mesmo e a fazer lembrar um truque dos anos 80 - para lembrar as referências às histórias de super-heróis com que crescemos - muito usado pelo John Byrne, quer na Marvel, na DC, ou em edições próprias, de colocar um universo de personagens numa "matrix" onde desempenham papeis subconscientes de estarem a ser observados por um ser superior de quem são o centro da atenção. Recordaste o "Truman Show" e parece realmento regresso a essas narrativas alegóricas de descrição da paranoia cristã ou do adolescente com a mania que é o centro do mundo.
Achei piada ao teu exercício de humor em tentar encontrar ligações rebuscadas dentro da história, se bem que quando se usa o palavrão metatextual, sempre se fica à espera do insulto que precedeu o insulto, pelo que, quando penso no Vision e no coração (Heart), muito antes do Feiticeiro de Oz do Frank Baum, recordo sempre o Pinóquio do Collodi, até porque, se te lembras, o Homem de Lata era na verdade o oposto do Visão, sendo que tinha sido um homem que tinha perdido todas as suas partes humanas por ação de uma bruxa.
Assim, o Visão é um Pinóquio, sendo que o ponto de partida é o inverso e é através de uma relação amorosa, desta vez diversa da paternal, que lhe é conferida humanidade.
Mas isto não são só críticas negativas, também desejo contribuir para o exercício de busca da metatextualidade.
Sem ter a mínima ideia da série, para além do resumo que fizeste, no mesmo pressuposto de construção do "humano" subjacente ao "Pinóquio", será que no próprio título da série - WandaVision - não há um jogo com os dois nomes, para além do óbvio do eventual delírio/sonho da Wanda, oculto no duplo V de Wanda por oposição ao V singular do Vision, como que a retroceder para a reprodução da criação do ser humano original que se serviu da cedência de uma parte de si próprio - a costela - para afastar a solidão da sua existência?

Está tudo ligado, menos os fios do cérebro de algumas pessoas :)
Aquele Abraço
José Sá