A
ocasião deste artigo em torno de
Little Nemo in Slumberland
prende-se com duas razões, sendo uma protelada e a outra
circunstancial. A primeira deve-se ao facto de que desejaríamos há
muito escrever sobre alguns livros que têm saído em torno de Winsor
McCay e a sua mais famosa obra, assim como algumas homenagens que têm
surgido a Little Nemo.
A segunda diz respeito a uma entrevista que havíamos preparado com
Benoît Crucifix a Peter Maresca, editor da Sunday Press, que tem
produzido não apenas as melhores edições de Little
Nemo, como de outras
séries como Krazy Kat,
White Boy (de
que falaremos em breve, esperamos),
assim como de Gustave Verbeek e de várias
séries menos
imediatas. Essa
entrevista não foi possível conduzir de forma escrita, pelo que o
plano foi alterado, acabando por Crucifix ter conseguido entrevistar
Maresca ao vivo em Angoulême, com alguns dos pontos preparados, e
cuja tradução-transcrição está agora disponível no sitedu9. (Mais)
Na
verdade, este texto não se concentrará somente numa só edição,
mas vogará em torno de três ou cinco tomos... Os mais importantes
são, claro está, aqueles que tornam acessível a própria série de
McCay. Em primeiro lugar, os dois volumes publicados por Maresca na
Sunday Press, So Many
Splendid Sundays! e
Many More Splendid
Sundays! A obra de
McCay, ao contrário da de muitos outros pioneiros ou grandes
inventores da forma, não é “obscura” nos nossos dias. Aliás,
mesmo tendo em conta a mais recente ordem de “recuperação da
memória” da banda desenhada, edições integrais ou críticas, a
de McCay esteve quase sempre na linha da frente e acessível,
sobretudo Nemo,
mas mais recente, outras das suas séries têm vindo a lume em
excelentes edições, como Little
Sammy Sneeze (também
da Sunday), ou colecções de trabalhos, como Daydreams
and Nightmares (da
Fantagraphics) ou menos boas, como Dream
of the Rarebit Fiend ou
os volumes Early Works
da Checker Books (que não são muito aconselháveis, por várias
razões que expuséramos em modo breve, aqui).
Todavia, a sua contextualização crítica nem sempre foi feita da
melhor maneira, existindo antes gestos de celebração ou superficial
assinalação histórica, sem outras dimensões.
A
felicidade da edição de Maresca está menos nos seus instrumentos
críticos e aparato (que se reduzem a breves “caixas” com notas
de investigadores importantes) do que na própria possibilidade de
acedermos às pranchas no seu formato original, e com um tratamento
gráfico de excelência, não apenas em termos de recuperação da
qualidade de impressão (cuja homogeneidade nunca
existiu), o registo e intensidade das cores e o seu assentamento nas
páginas (veja-se na entrevista o que o editor diz do fundo
não-branco) como da própria materialidade do volume e a sua
manipulação. O autor não está à procura de nenhum tipo de
“limpeza”, mas antes de uma devolução da qualidade primeira
warts and all. Claro
que isso também se associa ao facto deste formato obrigar a uma
leitura física bem distinta, ora utilizando o tampo de uma mesa, ou
deitados no chão, mas essa dimensão – que obriga a uma posição
nostálgica como que ontogénica e individual – que já havíamos
debatido em relação ao Kramer's Ergot no. 7. Isto
permite-nos ler os episódios de Befuddle Hall, a viagem de dirigível
a Nova Iorque, a Marte, no tamanho e prazer desmesurado que deveria
ter tido sempre. Das cerca de 500 pranchas de toda a produção de
McCay com esta sua personagem, que se iniciou em 1905 e, com
interrupções, mudanças de título e de poiso, terminaria em 1926,
Maresca recupera pouco mais de 200, numa escolha judiciosa, nos seus
dois volumes.
O
segundo é o volume editado pela Taschen em 2014 e editado pelo
historiador de arte Alexander Braun, e que vem numa monumental caixa-mala,
encerrando não apenas o volume gigante – com quase
toda a série (v. a entrevista de Maresca) - como uma publicação
suplementar que apresenta um longo estudo de Braun, com inúmeros e
soberbos materiais visuais que suportam uma contextualização
crítica da série. Em doze capítulos, e com um grafismo a imitar as
páginas de um jornal norte-americano dos primeiros decénios do
século XX, o editor e investigador debruça-se sobre várias
dimensões quer sobre a emergência cultural da série, quer dos seus
elementos quer ainda da herança que desenvolveria. Os textos, apesar
de organizados em grandes secções temáticas, sub-dividem-se depois
em várias matérias, permitindo, conforme os desejos, uma leitura
corrida ou uma mais rápida consulta. Abordam-se assim, para além da
inevitável biografia e panorâmica sobre a obra, ou notas sobre o
estilo e as técnicas formais, considerações sobre a cultura
social, política e tecnológica da época, uma atenção para com o
urbanismo, o vaudeville,
a arquitectura e a utopia, o surgimento do inconsciente, da
“Interpretação dos sonhos” de Freud, e do Surrealismo. As
relações com os vários media,
tantos deles novos, como a animação, para a qual McCay contribui
sobremaneira, ou mais vetustos, como a imprensa, cuja relação com a
banda desenhada se estuda. O último capítulo revela a influência
que Nemo
teria na banda desenhada europeia, o que é um importantíssimo elo
entre ambas as tradições, que apenas na recepção secundária está
de costas voltadas.
O
grande problema desta edição é que, no fundo, não é totalmente
nova. Na verdade, é quase tão-somente um repackaging da edição
que haviam publicado num volume em 2000. A caixa e o “suplemento”
não existiam, claro, e onde o volume de 2000 ia apenas até 1914,
estoutro abarca tudo, ms onde há coincidências, a questão do
problema está em que não há qualquer alteração na matéria do
seu conteúdo, isto é, as pranchas elas-mesmas. Ainda que Maresca
não mergulhe numa tarefa hercúlea à la Manuel Caldas, em busca de
uma prístina qualidade que
nunca existiu da linha
do autor original, o editor da Sunday Press procura porém condições
optimizadas da linha, da cor, do centramento das pranchas nas páginas
e até mesmo no contraste destas com o fundo (de novo, cf.
entrevista). Aproveitando a ideia de Maresca, a edição da
Taschen/Braun também segue uma ligeiríssima textura que imita uma
camada visual das folhas de jornal (que não estava presente na
edição anterior, cujo papel couché
não ajudava, tal como havia acontecido com a edição da
Fantagraphics – em Portugal, parcialmente repescada pela Livros
Horizonte – de 1989), mas as pranchas em si são mais esbatidas (e
menores).
Mas
para além destes acessos à obra-mestra ela mesmo, há também
outras dimensões possíveis de revisitação. É assim que chegamos
a um óptimo projecto académico, que é comparável ao
livro-companheiro de Braun mas vai mais longe: Wide
Awake in Slumberland. Fantasy, Mass Culture, and Modernism in the Art
of Winsor McCay, de
Katherine Roeder, que saiu pela University Press of Mississippi,
quase incontestavelmente a melhor e mais activa editora académica de
volumes de Comics Studies dos nossos dias. Este livro surpreende logo
numa abordagem epidérmica uma vez que não se trata de um volume num
formato de “livro” usual, mas sim de um imenso álbum, de capa
cartonada,
com papel couché e muitas reproduções a cores, inclusive algumas a
preto-e-branco (isto é, algumas obras a preto-e-branco são aqui
reproduzidas no seu suporte original, sejam as folhas em que foram
impressas ou mesmo a arte original). Estudo que virá complementar
volumes tais como a imensa biografia de Canemaker (Winsor
McCay, His Life and Art,
1ª ed. 1987), a colecção de ensaios e homenagens globais de, já
citado, Un siècle de
rêves (Les
Impressions Nouvelles, 2005) ou o profundo estudo de história
cultural e de mediologia de Bukatman (The
Poetics of Slumberland,
2012), o gesto de Roeder parte de um princípio transdisciplinar,
procurando instrumentos de história da arte, da cultura popular, da
sociologia, da história dos media,
filosofia, para criar o melhor cadinho possível de receber a
complexa, estratificada, multifacetada e estimulante obra de McCay. A
um só tempo produto perfeitamente integrado no seu tempo e de uma
inventabilidade quase de vanguarda, progressista na sua forma e
conservadora na sua política, a obra de McCay não apenas se presta
como exige um estudo muito bem ancorado numa série de factores.
Roeder cria precisamente um discurso que sustenta esse peso. Não se
trata de um coffee
table book, para ler
distraidamente – se bem que não haverá melhor reprodução de
muitas das imagens aqui coleccionadas -, mas de um volume série com
um texto denso mas escorreito.
Acima
de tudo está a forma como o estudo navega pelas águas da cultura
material e de media da época de McCay, relacionando com a noção de
“velocidade” do crescimento industrial, capitalista, urbano,
enfim, da modernidade “americana” – que havia sido alvo
igualmente da atenção de Bukatman, mas aqui com um cariz
sociológico mais vincado. Na verdade, é ainda também na esteira de
Bukatman que se estuda a ansiedade do impacto do desenvolvimento
moderno na psique das pessoas, mas que Roeder inflecte com os seus
instrumentos mais imediatos em relação à experiência.
A
autora não e coíbe de analisar com seriedade os aspectos menos
felizes do autor, desde o seu uso de estereótipos raciais (inclusive
em Little Nemo),
ou o seu posicionamento político conservador (ainda que a criação
do seu magnífico filme documentário animado, The
Sinking of the Lusitania,
fosse um acto de bravura à revelia do seu editor, Hearts, mais
isolacionista do que McCay), que se prende à maneira como McCay não
apenas seguia, mas sustentava e contribuía para o sistema ideológico
vigente da classe média alta pró-capitalista, industrial e
citadina, a que o autor pertencia.
Uma
outra parte de excelência é a comparação ou contextualização na
dita “paisagem mediática”, incluindo outras formas de
espectáculo como o circo, o vaudeville,
os parques de diversões, mas igualmente a cultura afecta aos centros
comerciais (department
stores), à
publicidade, ou à maneira como os sonhos eram “visualizados”. As
muitas comparações que a autora faz de estruturas visuais das
pranchas de McCay e posters de publicidade ou de representações
contemporâneas da infância e a sua candura são muito informativas,
não apenas para cotejamento de tópicos ou abordagens da superfície
representantiva, mas mesmo para citar questões de representabilidade
social (são sempre crianças de uma burguesia urbana confortável,
branca e conservadora) e de papéis morais (a autora afirma mesmo que
em “Little Nemo,
sonhar é encenado como uma arena fora do controlo parental” (54).
O título do livro é, como se entender, extremamente revelador: é
possível entra na terra dos sonhos completamente desperto. É até
mesmo desperto que se descobrem melhor os seus segredos. Roeder traz
um imenso e dramático contributo à seriedade e completude dos
estudos de banda desenhada, provando mais uma vez que a mera
celebração acrítica em pouco nos afaz aproximar das obras.
Finalmente,
mas que importa apenas mencionar de forma breve, algumas
“homenagens”. Em primeiro lugar temos um volume de homenagens em
dois formatos bem distintos. Não
é a primeira vez que temos autores a criarem composições de
homenagem a uma das mais célebres páginas (chamar-lhe “tira”
parece mal-empregue), tendo tido o já mencionado Siècle
de rêves (onde
encontramos pranchas de Schuiten, M.-A. Mathieu, Dylan Horrocks,
David B.) mas também o português Nemo
no século XXI. A
vantagem de Little
Nemo: Dream Another Dream
(Locust Moon; doravante DAD)
sobre esses projectos está em aspectos materiais: o volume partilha
o mesmo tamanho que os livros da Sunday Press, e a gramagem do papel
e qualidade de impressão é soberba. Encontramos trabalhos de mais
de uma centena de artistas e, assim, as mais diversas abordagens.
Estamos cientes da possibilidade de dar continuidade aos episódios
das viagens oníricas de Nemo.
Afinal de contas, o próprio McCay havia interrompido a série e
regressado a ela mais tarde, se bem que sem a mesma verve,
criatividade e sequer a mesma prestação de inventabilidade gráfica.
Existem filmes recentes, o projecto de Bruno Marchand e Moebius, e o
mais recente comic book
de Eric Shanower e Gabriel Rodriguez, o qual tenta (tal qual ocorre
nas histórias em torno de OZ
ou Age of Bronze)
criar não apenas uma tessitura homogénea a todo o território, como
providenciar alguns novos contornos, mas muito sinceramente é algo
derivativo, formulaico e fraco a muitos níveis.
Estoutro esforço
dos autores de DAD,
todavia, não tenta mimar os mesmos processos ou narrativas, mas pura
e simplesmente providenciar os artistas com alguma possibilidade de
criar abordagens passíveis de re-imaginação dos seus próprios
instrumentos gráficos, estilísticos, etc. Seria interessante lê-los
um por um, tentando ver quais aqueles que tiram partido, por exemplo,
do formato imenso das páginas (nem todos o fazem, um problema que já
havia ocorrido no caso de Kramer's
Ergot 7, de que
falámos), quais os que imitam desarranjos espaciais da navegação
usual da leitura, quais os que citam elementos de McCay, quais os que
cruzam com novas referências, quais os que optam por criar
ilustrações gigantes em vez de uma página narrativa estruturada,
etc. Sejamos breves. Temos então autores que se apropriam dos
elementos de Nemo
para os inflectir nas suas próprias obsessões temáticas e
figurativas, como é o caso de Hans Rickheit, David Mack, Zander
Cannon, Dean Motter, Jeremy Bastian e R. Sikoryak (que se apropria de
trechos de A
interpretação dos sonhos
de Freud). Mas parece-nos ser mais importante notar quais são
aqueles que tiram partido da possibilidade de, ao trabalharem num
formato tão glorioso, criar cartografias e protocolos de leitura
interessantes, direccionalidades inesperadas, ocupações
progressivas da mancha pelas personagens e objectos, regressando
assim à potencialidade da página enquanto espaço de
experimentação. É com alguma desilusão que vemos serem poucos os
que o fazem, como James Harvey e Bishakh Kumar Son. Em menor
intensidade, tentam-no também Paul Rivoche, que usa um spread,
Denis Kitchen, Maris Wicks com Joe Quinones, Cole Closser, Andrea
Tsurumi e Bodie Chewning. Aqueles que criam ilustrações na página
inteira, como Peter Diamond e Toby Cypress, apresentam belas imagens,
mas esperava-se outro tipo de exploração. Por sua vez, J. G. Jones
não parece tirar partido do tamanho das páginas, mas cria sem
dúvida uma espécie de meta-comentário precisamente sobre a
transformação da materialidade delas na sua “transformação”
(que não é de forma alguma linear, claro) de broadsheets
para comic books.
A ler com atenção, na verdade.
Foi
depois publicada ainda uma versão mais acessível desta colecção
pela Toon
Graphic (de Françoise Mouly): Little
Nemo’s Big New Dreams repesca
apenas 28 das prestações da da Locust Moon, e re-apresenta-as num
formato bem mais pequeno, com as pranchas viradas de lado, de maneira
a que sejam cada duas páginas abertas a mostrá-las. Perceberão de
imediato a limitação da navegação do livro tal como a natureza
mais confinada da edição. Mesmo que contenha algum material
adicional (duas páginas de uma homenagem de Spiegelman, que fizera
em 1987, e que se encontra no Siécle
de Rêves,
tal como se repete a prestação de Craig Thompson, mais os prefácios
dos co-editores), este volume não passa de uma pequena amostra, sem
a mesma glória. O próprio “Big” do título levanta demasiadas
questões de correcção…
O
último trabalho a que queríamos fazer menção é o trabalho de “bd
digital” de Alan Moore e Colleen Doran, Big
Nemo in Slumberland.
Trata-se de uma curta história criada para a plataforma
Electricomics, um ambiente que associa uma aplicação para o iPad
(exclusivamente) que depois permite o acesso a um número de bandas
desenhadas com vários mecanismos e processos técnicos “melhorados”
de storytelling:
alguma animação limitada, pequenos efeitos de cor ou brilho,
transições especiais entre cenas e/ou espaços, formas de
tactibilidade ou mobilidade do aparelho que incutem uma qualquer
acção ao progresso narrativo, etc. Muito sinceramente, a esmagadora
maioria das histórias, inclusive as de Leah Moore e de Garth Ennis,
são um furo apenas acima do medíocre, e parecem ter sido escritas
de propósito para utilizar este ou aqueloutro mecanismo “melhorado”
(no caso da de Ennis e Victoria, é só um scroll
down).
Mas em nenhum caso temos um exemplo de uma banda desenhada brilhante.
Mais, pensar que a sua “melhoria” é efectuada por soluções
tecnológicas que, face à animação propriamente dita e aos
mecanismos de jogos existentes desde 1970, são pura e simplesmente
primárias e é muito problemático. Big
Nemo in Slumberland
não é excepção. A história tem cerca de 8 páginas, se fossem em
papel, mas à medida que “navegamos” por elas, vão surgindo
apenas as vinhetas horizontais, ora criando uma página “para
baixo” e depois “para cima”, aqui fazendo avançar o
protagonista numa paisagem, ora acrescentando outras personagens, ora
adicionando vinhetas que vão compondo a cena, etc.. Os balões de
fala surgem e eclipsam-se, existem sequências de gifs das
personagens sobre a paisagem, criando mais uma dimensão de tempo,
mas nada de muito extraordinário.
Big
Nemo
tem suficientes referências e estratégias visuais e textuais à
obra original para se compreender aquela excelência que Moore tem em
criar pastiches de outros trabalhos. Mas o ponto de partida da sua
história é relativamente básico, de um cinismo demasiado simplista
e até previsível. Bastará dizer que visitamos Nemo depois de 1929,
em que o famoso crash
da bolsa levaria ao início do seu infortúnio social. Porém, essa
decadência apenas serve para depois criar uma ou duas ideias
superficiais em torno do “Sonho Americano”, e não propriamente
nem para tecer uma crítica mais forte da obra original (de que Moore
seria capaz em dias mais inspirados, tal como o fez noutros momentos
da sua imensa carreira) nem para expandir o mythos.
Parece
quase mesmo um despique displicente do autor. Os desenhos de Doran
estão longe da sua glória em A
Distant Soil,
ainda que, baseando-se nos apontamentos de Moore, tenha criado
algumas cenas pungentes (sobretudo no início). As partes centrais
são homenagens standard
a Nemo,
e o final é apenas lúgubre, sem redenção alguma.
Passados
mais de cem anos, então, Little
Nemo
continua a exigir que se leia com atenção, redobrada, melhorada, à
medida que temos instrumentos mais afinados da sua interpretação,
seja ela forma ou social, política ou material. Katherine Roeder
fá-la regressar, e a McCay, à história que o nutriu e originou. Os
autores de DAD
permitem redescobrir o gesto que fundaram e raras vezes foi repetido,
e alguma vez o terá sido. E as edições da Taschen e da Sunday
Press, cada qual a seu modo, convidam a uma re-leitura ou mesmo uma
leitura primeira, sempre maravilhada. Pois como diz o editor da
Locust Moon,
Josh O’Neill, “os prazeres de Little
Nemo
não são os prazeres da narrativa ou da caracterização – são os
prazeres da descoberta, da exploração, da majestade, do
maravilhamento”.
Nota
final: agradecimentos a Benoît Crucifix, pela contínua amizade e
trabalho conjunto, Peter Maresca, pela disponibilidade, e G.C., pela
facilitação de acesso a Big
Nemo. Fica também uma nota de apreço pelo trabalho de Alvin Buenaventura, falecido no princípio deste ano, editor de excelência, tendo sido (parcialmente) a Kramer's Ergot ou a Comic Art fruto do seu esforço.
2 comentários:
Alvin Buenaventura morreu? Shit!
Olá, Domingos, pensava que tinhas acompanhado essa triste notícia. É verdade, muito jovem, causas não divulgadas publicamente. É estúpido de dizer, mas espero que tenha sido um problema de saúde (que os tinha), e não outras razões associadas ao mundo de caca em que estava...
Abraços.
Pedro
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