13 de abril de 2025

O caminho de volta. António Jorge Gonçalves (Companhia das Letras)

Este é o terceiro projecto em que falamos, num tão curto período, e de forma seguida, associado ao nome de António Jorge Gonçalves, mas isso deve-se à sua produção contínua e à coincidência dos seus esforços editoriais, trabalhos em colaboração e, agora, a solo, virem a lume também nesse mesmo intervalo e, cada qual a seu modo, serem estimulantes à escrita, ao contrário de tantos outros livros que vão surgindo, por vezes até com mais fortuna e prémio da recepção pública, mas que de pouco adiantam a novas inflexões da linguagem ou seu pensamento. (Mais)

10 de abril de 2025

Entrevista na H-Alt.


Esqueci-me de deixar aqui acessível a entrevista conduzida por Sérgio Santos para o seu podcast da H-Alt. Já estando disponível há uns tempos, nunca é tarde para corrigir os meus atrasos. 


Podem aceder aqui.

9 de abril de 2025

O tempo do cão. António Jorge Gonçalves e Ondjaki (Caminho)

“Um Vietname, dois Vietnames, três Vietnames”. Esta terá sido uma das frases ditas e reditas por Ernesto “Che” Guevara em alguns dos seus discursos e textos publicados, como na Conferência Tricontinental de 1966, sob o signo da então recém-formada Organização de Solidariedade dos Povos da Ásia, África e América Latina. A OSPAAAL trabalhava na busca da criação de um mundo anticolonial, antirracista, mais humano, criado por aqueles que eram vistos como os “deserdados da terra” (frase de Frantz Fanon). Mas, e se a solidariedade, a união e a empatia fossem além das fronteiras do humano? E se se buscasse para além do ser humano essa possibilidade de construção? E se esse além do humano pudesse ser o humilde cão, animal visto como inferior e desgraçado a partir de tantas perspectivas? Sim, pois se o cão é visto como “o melhor amigo do homem”, é também aquele que mais depressa é escorraçado e mal-tratado sem pejo, abandonado e visto como perigoso, pronto a abater.

8 de abril de 2025

Vai, mas volta, de Liliana Lourenço & Amanhã, de Ana Biscaia (Noturno Azul).

A colecção Oleandras é conduzida pelo artista António Jorge Gonçalves (com o selo Noturno Azul), que agora assume o papel de editor, no sentido anglófono da palavra. Estes livros são tão-somente os primeiros casos de uma experiência já prometida de continuar, de livros criados por autoras, de expressão portuguesa, de cariz autobiográfico e que se expressem empregando matéria verbal, organização textual, imagens, sequencialidade e as artes do livro. Banda desenhada, diário gráfico, poesia ilustrada, álbum de textos e desenhos, venham ganhar que corpo ganhem, ou misturem mesmo as fronteiras desses corpos, estes livros estarão unidos por um propósito. O seu primeiro corpo, na verdade, havia sido uma exposição com esse nome, contando ainda com trabalhos de Rachel Caiano e Paula Delecave, mas sabemos que outras autores se avizinharão.