Há relativamente pouco tempo, tive a oportunidade de escrever sobre o "Memórias 10", uma publicação que saía dos esforços pedagógicos de uma instituição em Portugal. Apesar da minha recepção pessoal não ter sido das mais entusiastas, não significava isso - como se poderá depreender pela minha tentativa de fazer uma leitura cabal e próxima - que não o olhasse como um objecto desejável, um projecto louvável, uma experiência necessária. Gostaria de repetir algumas dessas considerações para este Senses, que sai também de uma vontade associada a uma plataforma de aprendizagem em "narrativas gráficas", e que tem como tema de trabalho nas suas dezenas de histórias aqui antologiadas, após uma selecção, os sentidos do corpo humano.
Mas não consigo.
Uma das forças necessárias à crítica é que as obras analisadas comuniquem algo que possa ajudar a estabelecer um diálogo com o crítico. É o trabalho deste último procurar que ligações são possíveis, operativas e que revertam a uma maior ou mais sentida leitura e aproximação dessa mesma obra. Senses, porém, é um livro silencioso. Os trabalhos aqui reunidos são tão desinteressantes, tão derivativos e tão sem pertinência própria que torna todo o significado dos (seus) sentidos numa espécie de parilisia terrível. Este é um instrumento péssimo de divulgação à possível (necessário talvez seja forte e assertivo demais) educação técnica e criativa neste terreno...
29 de dezembro de 2005
Senses. AAVV (Savannah College of Art & Design)
Publicada por Pedro Moura à(s) 1:47 da tarde
Etiquetas: EUA
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário