A utilização da banda desenhada enquanto instrumento de propaganda ou de consciencialização política (não são sinónimos, mas antónimos éticos) é algo que tem uma vetusta história, conforme estudada por David Kunzle (por exemplo, a peça de Francis Barlow a que nos referimos aqui), ou reconfirmado no artigo de Alan Moore no primeiro número de Dodgem Logic. Mais recentemente, a banda desenhada é utilizada tanta como instrumento de publicitação de comportamentos ou de direitos (como lavar as mãos, como fazer o registo eleitoral), como intimamente associada a certos movimentos políticos (usualmente associados às esquerdas várias). No site desta série, encontrarão o seu historial, a sua vida mais recente enquanto obra digital (que acompanháramos intermitentemente mas, fraqueza nossa, é raro citarmos trabalhos online), e o seu perfil político, exposto enquanto “d.i.y. punk rocker de propaganda veggie anti nazi com humor e depressão quanto baste”. A publicação que gratamente recebemos destina-se aos “saudosos do papel”, uma edição print-on-demand disponível a todos os interessados. Nesse sentido, esta publicação portuguesa estaria muito bem entregue às mãos de uma plataforma como a Active Distribution, a qual tem uma secção considerável de banda desenhada de “resistência”, resistência essa feita contra uma certa hegemonia unívoca de princípios partilhada no mundo ocidental tardo-capitalista.
Este livro é um objecto curioso a vários níveis, sobretudo nos cruzamentos de linguagem que nele encontramos. Se por um lado está pejado de descrições de acção directa e de métodos de guerrilha urbana afectos ao anarquismo contemporâneo [leiam parte dos comentários para "correcção"] (assalto a uma capoeira industrial, utilização de telecomunicações obsoletas de forma a escapar a um controlo banal pelas forças da autoridade, estratégias de “confusionismo” para escapar às malhas legais, e, importantemente, certos princípios éticos no combate a fazer), elas estão, por outro, subsumidas a uma narrativa ficcional, divertida até, em torno de um grupo de amigos, activistas, e as suas actividades (prevê-se ser este o primeiro de dois volumes). Logo à partida, isso permite uma certa fluidez em que a indoctrinação não é feita através de fórmulas ou de uma apresentação da espécie do “manual” ou da “gramática”, mas de uma história. Porém, essa mesma escolha pode fazer incorrer no perigo de, ao não se encontrar algum grau de simpatia para com as personagens e as suas acções, o objectivo segundo, de apresentação desse ideal bem vincado, acabar por se dissipar.
Um outro nível de mistura está no nível da sua representação. O estilo de desenhos, a figuração simplificada e sem olhos, a composição de páginas, a utilização de tipos de letra variados recordará mais uma banda desenhada infantil ou de tiras comerciais de jornais (digamos algo desde a Turma da Mônica a Dilberts-Cathys) do que aqueles estilos mais usualmente relacionados com a sua família política-estética mais natural, com autores maiores como Seth Tobocman, Peter Kuper, Philippe Squarzoni ou Gord Hill. Tratar-se-á de uma estratégia de sedução pelo traço fácil, rapidez de execução e leitura, como se se tratasse de uma estenografia mínima para veicular a história? Não se entenda, ainda assim, que se trata de um livro simplista: o equilíbrio entre páginas estratificadas e bem geridas nos tempos das acções e aquelas que estão ocupadas por uma mais alargada presença de texto, porque expositivo, senão mesmo doutrinário, é justa. Recorrem-se a muitos elementos e estruturas clássicas, mas o seu propósito é precisamente a clareza de exposição para que o sentido não se atrapalhe.
Finalmente, o último cruzamento que identificaremos é ao nível da própria língua, havendo uma distribuição quantitativa quase idêntica entre o português e a língua inglesa. Todavia, aqui surge desde logo um problema relativo. É que o inglês utilizado – se bem que retrate um uso absolutamente natural em toda uma geração – não são mais do que frases feitas e bastas vezes repetidas em toda uma série de plataformas culturais, do cinema à música popular, do youtube à banda desenhada... “dude, u fucked up”, “can of whoopass”, “da fuck?!”, etc. O aspecto algo paradoxal desse uso é que também é necessário qualificar que a geração a que me referia, que utiliza de facto nas suas conversações em português essas expressões, citações, e chavões em inglês, é uma geração com determinações sócio-económicas que lhes permite ter acesso a uma certa cultura contemporânea advinda da produção norte-americana, precisamente aquela produzida na tal hegemonia que, à partida, todo Os Positivos parecem querer combater. I'm just saying...
The Roadtrip parece-nos ser um bom ponto de partida para dar a conhecer estas personagens (mesmo que desconheçamos os trabalhos anteriores, e se as pequenas indicações de “aventuras” anteriores tenham sido alvo desses mesmos trabalhos), assim como entender um universo de acção directa anarquista que pugna pelos direitos dos animais (não só pelas acções retratadas como pela citação do filósofo Peter Singer, autor do controverso Libertação Animal e do fundamental Ética Prática, publicados entre nós pela Via Óptima e Gradiva, respectivamente, e cunhador do termo “especismo” - aliás, seria interessante explorar, na história, a exposição do posicionamento anti-exploração animal dos Positivos), expõe uma agenda de resistência ao capitalismo liberal (cruzando-nos com os tais conselhos práticos, e as citações de Jeremy Bentham, Theodore “Unabomber” Kaczynski, e uma banda que parece cantar algo saído das bíblias do anarquismo, talvez Bakunin?, Kropotkin?), e mostra o total desprezo, humorado, de tudo o que cheirar a extrema-direita (participa neste livro, e imaginamos que também no próximo, uma chusma de nazis tão débeis quanto ridículos, e sobre os quais chove um chorrilho de piadas de lavabo).
No entanto, perguntar-nos-emos se não se tratará de algo que apenas “prega aos conversos”ou “ensina a missa ao padre”, uma vez que toda a sua linguagem e agenda apenas poderá chegar àqueles que desde logo partilhem ou simpatizem com as mesmas causas. Por exemplo, nesta parte da aventura, o tal grupo visita o “Cavaquistão”, apontando tratar-se de um território do interior cheio de gente de mente fechada, parola, “hillbilly cunt-tri”, “redneck paradise”, onde se encontram “religiosos, homofóbicos, salazaristas”, etc. A nosso ver, porém, esse tipo de discurso coloca logo à partida a ideia de uma total separação e discriminação em relação a uma outra vivência que não a dos jovens amigos, votando-a necessariamente a uma experiência menos progressista, logo, politicamente conservadora e “inimiga”. No entanto, uma forma mais equilibrada seria entender as distâncias de inscrição cultural e as circunstâncias que permitem uma maior ou menor circulação cultural, participção educativa e democrática, e procurar soluções de aproximação e integração nos tais discursos contemporâneos e progressivos desejados. O confronto directo entre duas ideologias totalmente adversas – por ambas serem pautadas por uma intransigência obrigatória – terá de levar a um impasse inultrapassável. A “vitória” dos anarquistas Positivos só é natural por ser deles mesmos o discurso que nos é entregue... Esse mesmo discurso, por exemplo, mostra o tal grupo de nazis retratados como homens-porcos descerebrados, o que é cómico, mas nada sério e até mesmo impedindo, talvez, de retratar verdadeiramente os movimentos de extrema-direita reais que existem em Portugal, mais preocupantes do que as caricaturas apresentadas neste livro.
The Roadtrip pode ser lido como um livro relativamente leve sobre um grupo de amigos, jovens, influenciados por toda uma panóplia da cultura homogénea em vigor mas também por princípios políticos desviantes das normas. Mas se a primeira camada, superficial, é de fácil entendimento e consumo, o seu propósito mais profundo vê-se encurralado numa forma de comunicação algo deslocada e paradoxal. A lei de Thelema, porém, deve estar sempre salvaguardada, e se o pode ser feito, feito está.
Nota final: agradecimentos ao editor/autor pela oferta do livro. Adenda: leiam, por favor, a zona dos comenntários, para ver uma resposta/discussão com o autor.
2 de outubro de 2010
Os Positivos. The Roadtrip # 1. VM (autoedição)
Publicada por Pedro Moura à(s) 4:58 da tarde
Etiquetas: Portugal
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36 comentários:
BANDA DESENHADA
Não me vou alongar muito sobre o tema, especialmente no covil do lobo! Não tenho a bagagem para suportar o assalto, mas gostava de ajudar a clarificar o campo onde os P+ jogam: no simbólico, quase iconográfico! Se pensarmos na trindade da vida interior, distinção visual e traços expressivos, os P+ têm muito do primeiro, quase nada do segundo e gastam o que lhes resta no terceiro.
OS POSITIVOS não pretendem quebrar o status com pretensões artísticas de reinventar o meio nem o pretendem perpetuar com homenagens a jovens repórteres belgas de oitenta e um anos ou mutantes de aço vindos de outros planetas, mas estão algures a meio, na linha das bds autobiográficas, introspectivas, pessoais.
Pior que a industria que pretendem imitar, os fanzines de inspiração belg-ó-marvel são ainda mais estéreis e desprovidas de alma. Mas as primeiras bds são-me igualmente aborrecidas. Nem as deveríamos considerar banda desenhada e sim ilustrações sequenciais. Ou, no verdadeiro significado da palavra, o tal graphic novel, que sempre me suou mais a portefólio de designer gráfico com uma máquina fotográfica e tempo livre para o Illustrator, do que a uma boa história de comics. (...mas divago - tenho que ter tento na língua porque nesta discussão rapidamente caio no flaming e corro o risco da censura. Em jeito de resumo: leiam o [d]ejected #1. - se o Pedro Moura achar relevante esta discussão, tenho muito para me queixar da bd nacional...)
Entre estes dois universos, o da banda desenhada industrial e o da bd alternativa, os P+ são alternativos (mas não tão far-off que caiam no experimental-ó-inócuo) disfarçados da simplicidade do cartoon industrial. Como refere o texto do Pedro Moura, em termos de linguagens esta bd joga a vários níveis e a simbiose bastarda entre o conteúdo “pesado” e o traço “simples” é uma das vertentes que venho a tentar apurar nas histórias. Se quiserem, e se me perdoarem algum excesso, podem pensar nos P+ como um cruzamento do desenho simples do Quino com as histórias ácidas de um Peter Bagge. Ou, como os caracterizam o Pedro, “o estilo de desenhos, a figuração simplificada e sem olhos, a composição de páginas, a utilização de tipos de letra variados recordará mais uma banda desenhada infantil ou de tiras comerciais de jornais (digamos algo desde a Turma da Mônica a Dilberts-Cathys)”. Isto, claro, sendo perfeitamente n-ã-o discutível da minha parte que eu não sou um grande desenhador mas que isso também não vem ao caso.
DIREITOS DOS ANIMAIS
Desde a sua origem que os P+ se cruzam com ambientes anarco-vegetarianos mas esse é apenas um daqueles acidentes felizes de agenda. Se a Igreja Católica defendesse a acção directa como solução prática para acabar o genocídio dos animais, OS POSITIVOS estavam a sair nas newsletters do Vaticano. Caracterizar OS POSITIVOS enquanto anarquistas requer algumas reticencias. Se OS POSITIVOS são anarquistas nos métodos, são-o à falta de melhor. A agenda cruza-se em várias frentes (o racismo, os nazis, o capitalismo) e enquanto vão todos na mesma direcção faz-se a boleia. Mas tal como há punks demasiado punks para serem punks, os P+ não têm uma ideologia específica, apenas várias personagens com muitas opiniões. Sobre os direitos dos animais, como disse, esse é um não tópico para não vegetarianos e afins, por isso não me alongo mais aqui, excepto para dizer que---
--- não se pode compreender OS POSITIVOS sem aceitar que eles não se destinam a uma audiência mainstream.
Tal como não pretendem a “indoctrinação” dos demais como escreve Pedro Moura. Pelo contrário, a atitude dos P+ é que esse barco já partiu à muito tempo e os P+ destinam-se nesse aspecto exclusivamente àqueles que partilham da militância. Nesse aspecto, os P+ são mesmo pós-propaganda. Ao observar que “a vitória dos anarquistas Positivos só é natural por ser deles mesmos o discurso que nos é entregue”, o Pedro Moura está no fundo a reconhecer a estranheza com que muitos leitores mergulham nos P+: de repente confrontam-se com uma nova realidade em que a sua visão do mundo é considerada anormal e minoritária, já que o pensamento predominante não só não o sustenta, como não procura o compromisso ou a sua justificação: imediatamente o ataca o mais desproporcionalmente possível. Procurar “uma forma mais equilibrada seria entender as distâncias de inscrição cultural e as circunstâncias que permitem uma maior ou menor circulação cultural, participação educativa e democrática, e procurar soluções de aproximação” é tudo o que OS POSITIVOS por natureza não irão fazer.
Compreendo a conclusão do Pedro Moura quando diz que ”o seu propósito mais profundo vê-se encurralado numa forma de comunicação algo deslocada e paradoxal” mas não concordo. Essa comunicação é intencional e o resultado varia conforme o leitor: uns repelem o discurso, outro reconhecem e entranham.
Olá, P+.
Obrigado pelos comentários e respostas, totalmente válidas. Na verdade, um blog tem sempre limitações de diálogo e alongamento das discussões, mas tenho a certeza que haverá pontos nos quais concordamos mais do que discordamos. A questão de ser "fanzine" ou não é de somenos, o que importa é existir enquanto projecto sustentável (isto é, ter os seus leitores dignos), e os Positivos sê-lo-ão. A questão das causas é muito importante, e o único obstáculo que eu, e apenas eu, tenho é a parte de generalizar o "povo". Compreendo perfeitamente que as armas dos Positivos sejam outras, mais directas e contrastivas, mas eu, até enquanto professor (pelo país fora), prefiro outros instrumentos, a saber, o dilatador cerebral.
Haveria outros pontos a discutir, mas a insistência que faço sobre determinados objectos demonstrará logo o tipod e interesse maior que tenho no território da banda desenhada. Se bem que não possa negar também ler "belgómarvel" (excelente nome), inclino-me mais para outras coisas. Em todo o caso, o maior interesse (para mim) dos positivos é realmente construir uma visão que não se coaduna com a hegemonia normativizada, e isso é logo à partida uma mais-valia.
Abraços,
Pedro
Eis a mensagem/comentário inicial dos P+ que se perdeu nos meandros do blogger, e que consegui recuperar no email:
"Caro Pedro,
Agradeço a análise, especialmente aqui no “Ler BD”. Procurei durante muitos anos um poiso digital consistente sobre novidades neste universo, e gradualmente reduzi a minha lista a apenas três blogs que merecem uma visita regular: destes três o “Ler BD” é de longe o mais exaustivo na dissecação de relações e correlação de significados além-obra, e poder ler aqui algumas linhas sobre os P+ é especialmente gratificante.
O “I'm just saying...” apanhou-me “too close to home”, mais do que estou habituado a ler numa crítica. Normalmente oiço uma das inúmeras variações sobre o “yo muthaf*****” quando chegam ao uso do inglês na bd, mas desta vez senti estar à frente de alguém que fala a mesma linguagem e não apenas a sua caricatura. Busted, não estava à espera.
Dito isso, se me permites, deixo aqui um comentário ao teu registo para todos aqueles que nunca leram os P+ antes, em jeito de contextualização.
OS POSITIVOS (P+) não são a típica bd de fanzine.
Os P+ só mesmo por desconhecimento de causa se assumiram como fanzine: se na década passada tivesse tido o cuidado (ou sequer o interesse) de pesquisar, teria utilizado outro termo para descrever as mal agrafadas fotocópias onde se reuniram pela primeira vez, em vez do “magazine” de “fã”. Não sei como concatenar os termos mas teria feito mais sentido apresentar ao mundo os P+ como um “panfleto” de “puberdade”. Poderá parecer mesquinho, mas é na diferença que vai entre um puberpan (inventei) e um fanzine que OS POSITIVOS moldaram a sua personalidade. Peço que leiam esse parágrafo novamente, a apreensão do fosso que separa essas duas realidades é fundamental para compreender os P+.
Para melhor entenderem o objecto em análise, permitam-me que o decomponha nas suas duas vertentes: banda desenhada e militância dos direitos dos animais. Os P+ sempre sempre viveram entre estes dois mundos: tiveram a origem que tiveram, terão sempre uma grande carga pessoal, pautada por um forte realismo (confundido com “pessimismo”e dai o título “OS POSITIVOS”), mas são ao mesmo tempo um objecto virado para fora, apenas não para todos. E este é o segundo aspecto a reter: os P+ não pretendem agradar a todos."
d
o problema dos positivos é que se encolhem debaixo de umas moditas que num sitío fazem muito sentido mas em portugal sec 21 säo apenas referencias para um grupo de rapazes do bairro, que acharam por bem serem white trash da crapculture black americana.
anarquia;tb eu me cruzo com anarco tudo e mais alguma coisa e os resultados näo podiam ser mais diferentes..
dizer mal da bd portuguesa é muito fácil, se bem que o mal seja toda a estrutura cultural portuguesa voltada para a clonagem em vez de investirem na criatividade, e aqui os positivos teem o azar de serem exactamente aquilo que contestam, gostariam de ser americanos se fossem anarquistas näo o tentariam sequer, isto é uma mijadela fora do penico, teriam mais pinta se o fossem? há aqui algo que faca a bd portuguesa ser melhor?
os problemas da bd portuguesa säo tantos que o maior de todos é mesmo o ostracismo a que está votada, e näo é por falta de trabalho
até pk há muita gente e houve muita gente k fez bastante e desistiu da bd porque é um fardo, uma pessoa dá o litro para dizerem que os outros é que säo bons
editam-se livros que näo se vendem pk os americanos belgomarvel é que säo bons
e ainda temos de ouvir de pseudo americanos que nem em portugues escrevem que a bd portuguesa é uma merda?
e pior;alguma até é,o problema säo as histórias fracas,
as pessoas näo usam os dilatadores cerebrais e näo injectam o fertilizante certo...
os positivos é um projecto de bairro para amigos que partilham o mesmo linguarejar pseudoaculturado
o discurso intlectual à volta dos positivos para servir melhor o projecto näo se aguenta, isso é exactamente o mesmo que fazem artistas altamente reputados com uma tremenda falta de imaginacäo para nos impingirem a merda da sua arte.
o que conta é o trabalho feito, o discurso que o facam os outros
näo vejo anarquia nenhuma nos positivos,vejo uma repeticäo de clichees que de täo gastos já cheiram mal
mesmo asssim é louvável que alguem consiga contar uma história de vidas täo vazias que talk like a record e enchem páginas com bufinhas no carro e outras raridades de existencia humana
o discuros do positivo man é muito pretencioso, sem maldade que se esforce mais e depois falamos dos problemas da bd portuguesa
"acting like" is fucking chato
try to be a real rebel por um momento
a ver o que sai
usa esse discurso intlectual que usas aqui na tua bd, se o desenho näo chega arrana um desenhador
acho as tuas postagens muito mais interessantes que o tua bd,mas o fosso entre as duas näo podia ser mais deprimente
accäo directa carago!
é só bla blá?
mostra-me o que a bd portuguesa poderia ser se näo quisesses ser umamericano de pacotilha
Novamente, para contextualização dos leitores.
A Teresa e eu não discordamos em tanto como poderá parecer aqui. Já tivemos oportunidade de encontrar as diferenças e semelhanças e descobrimos que não vivemos em universos opostos. Mas a Teresa também tem graves problemas de interpretação de texto e - tal como o Pedro Moura desconhece ou menospreza a importância de um bom espaçamento entre parágrafos ;) - a escrita da Teresa parece por vezes divagar entre ideias sem preencher os espaços intermédios de modo a que possamos acompanhar o seu discurso.
Dito isso, e antes de responder a cada um dos seus parágrafos, última declaração de interesses:
a) eu gosto da Teresa, a sua bd é genuína a um nível que me desperta algum interesse, ao contrário de muita outra bd que não passa de um exercício de estilo.
b) É preciso compreender que a Teresa é… a Teresa.
Já tive oportunidade de ouvir a sua opinião sobre OS POSITIVOS anteriormente, e contrariamente ao que possa transparecer aqui, ela –espante-se!- até já disse uma coisa ou duas de positivas sobre os P+. Também já tive oportunidade de ouvir a sua opinião sobre outras bds, e este é um aspecto em que acho que ela aqui falhou-me e falhou si mesma: na ânsia de atacar os P+ defende aqui o panorama nacional de bd, quando ela é das primeiras que o critica (Google: pesquisem).
Resumo de executivo:
1)os P+ não são Arte e o seu autor discorda da tendência “artística” da bd quando se menospreza a restante bd. Todos temos gostos e querer comparar diferentes bds de diferentes contextos e diferentes objectivos é patetice. Mas se quisserem entrar no discurso do “o estilo de música A é melhor que o estilo de música B” podem mandar sms para a MTV que alguém vos há-de dar antena.
2) os P+ não se assumem como o porta estandarte da nova bd (inventei) nem se destinam sequer ao grande público;
3)e agora para algo completamente não relacionado: qualquer pessoa que leia bd pode (deve!) ter uma opinião sobre o que leu, independentemente de ela própria fazer ou não bd. A Teresa pode e deve ter uma opinião sobre os P+, mas falha completamente em querer restringir as minhas opiniões de outras bds baseadas neles.
4º alínea b) “e ainda temos de ouvir de pseudo americanos que nem em portugues escrevem que a bd portuguesa é uma merda?” Pois. Mas espera: recordo-me de um post do Geraldes sobre o t-e-u português, que ui ui (ah, procurem!). E não compreendo a relação para não poder dizer o que penso da produção de bd nacional, que, pelos visto, agora consideras genial. Não tenho que ser encenador de teatro para criticar a peça. Sobre supostos “especialistas”: penso neles como “facilitadores”: quando se armam em “autoridade” está na hora de os substituir.
5º: “P+ projecto de bairro para amigos”: Nada a declarar, é real, indesmentível, os P+ não de destinam a todos, mas olha que não é fácil de equilibrar o aumentar o nº dos amigos sem sair do bairro e estragar o segredo. De momento esse esforço traduz-se no enviar zines para os media e depois recusar pedidos de informações quando o perfil não agrada. Estranho, admito, mas não há outra forma.
6º: “o discurso intlectual à volta dos positivos para servir melhor o projecto näo se aguenta” e a “merda da sua arte”, “o discurso façam-no os outros”: a) mas sem se aguentar, lá tirastes uns minutinhos para escrever umas linhas sobre os P+; b) outra vez essa coisa da arte?; c) obrigado, outros.
7º “anarquia + clichés” : a) repetes, errado; b) dá-me uma biblioteca de clipart do windows e faço-te uma bd dela que ainda saca uns risos ou uns choros pelo meio.
8º “louvável como consegue contar essas histórias”: não digo que seja um dom, é mais um estilo.
9º “esforçar mais antes de falar da bd portuguesa”: repetes. Novamente, repito, já falamos sobre isso antes: a) especialistas = não são os porta-vozes de nada, e b)desce à rua e pergunta ao primeiro tipo que apanhares o que ele acha de qualquer um dos livros que o Pedro fala neste blog: obviamente, tendo os nossos artistas (olha, aquilo da arte!) de BD nacional feito um trabalho tão recomendável como sugeres, não lhe faltarão opiniões sobre a Obra (bubbles aqui) de fulano e cicrano. Aliás, como uma doida, desce a rua inteira e pergunta a todos que citem 2 autores de bd nacional e quais as suas personagens preferidas.
10º “fucking chato + rebelde”: sabes que gostas. Como dizes no mail, serve para agitar, e olhando para os comentários deste post e comparando, estamos no bom caminho.
11º) “discurso intelectual + fosso com desenho”: resumo até agora – os P+ não são Arte, os peritos devem facilitar/acelerar/contextualizar, nunca definir/constranger, pelo que todos devem falar, saber desenhar nunca foi requisito para uma boa bd e se não o sabes não sais muito.
12º “é só bla blá + mostra-me o que a bd portuguesa poderia ser”: excelente ideia. Queres contribuir? Sei que não te faltam opiniões, e como andas por cá há bastante tempo e tens uma autoridade que eu não tenho: deixa aqui um “do” e “dont’s” da BD nacional segundo Teresa C. Pestana e não tenhas receio de escrever nomes.
Primeiro parágrafo: “modas de white trash” - não é uma crítica à bd mas à humanidade, nada a declarar, o teu problema não é comigo, é mais sistémico.
Segundo parágrafo: “anarquia” – antes de dizeres que os P+ são anarcas, devias entender o que disse sobre isso: mete o “anarca” antes ou depois dos P+ entre aspas ou cais no erro que caíste.
3º: “dizer mal é fácil”, “P+ anarcas” (outra vez), ”P+ futuro da bd nacional”: Teresa, já falamos sobre isto tantas vezes, e a bem da audiência deixo aqui o resumo: os P+ não são a junta de salvação nacional da bd - o seu autor é o primeiro a dizer que não faz Arte, e que acha que antes de meterem a bd no Museu e na Galeria, deviam pô-la na rua. A tua confusão é pensar que estou a apontar para a Obra (com O grande e os “ohh” e “ahhs” e os “bate palmas” do fãs – e um champanhe a abrir…) quando estou na verdade a fazer grafitis na parede.
4º “problemas da bd”: novamente não é dos P+ que falas, é do “sistema”, you go, girl! Desculpa, dá-lhe ai, miúda.
porra
a culpa é do sistema, estou farta de ouvir esse chaväo; os sistemas fazem parte da natureza e tudo assenta em sistemas, näo existe nada ao cimo desta terra e para alem do sistema solar que näo faca parte de um sistema,e que näo tenha um padräo fácilmente identificável
autores portugueses
convidei vários que me deram tampa, e as histórias dessas tampas seriam outras anedotas se eu me pusesse a escavacar a realidade e as pretensoes desses autores
outros acham-se umas vedetas e pedem-me 50 euros por pranchas...
eu rio-me pk água benta e presuncäo cada um toma a que quer
há gente que acha que qualquer merda sobre tela tem de valer 1500 euros no minmo, se alguem me der 1500 euros leva um caixote cheio delas que eu considero de 2;
antes na parede de alguém que gosta que enfiadas debaixo da cama numa caixa
avareza, ganäncia, presuncäo, medíocridade, petuläncia, vaidade, a arte está cheia disso e serve para que? para enfeitar o caixäo?
a vida é muito curta para se tomar tudo a sério e tu tambem te tomas muito a sério com o discurso anti arte
o meu portugues, ui ui , o meu alemäo oweiha, o meu frances ó mond dieu, o meu ingles. what a shame e etc...e.. tou-me cagando.
a lingua é minha uso-a como entender há de facto umas minhas gralhas que me irritam e há outras que me deixam indiferente...
näo sejas como o geraldes lino que me chateia pelo portugues para näo dar valor ao que tem valor
ainda por cima há muita gente que escreve bem melhor do que eu mas tb näo diz nada de jeito, portanto näo é a lingua que nos salva
para os ingleses os jamaicanos näo sabem falar ingles, para os portugueses o portugues dos brasileiros é uma treta e assim por diante
vamos mas é à bd
quer queiras quer näo,trabalho criativo será sempre considerado arte ou pelo menos arte-sa-nato
e tu estás aqui a defender a tua arte que näo quer ser arte
mas esse näo é um problema meu, é um problema dos teus próprios conceitos
é muito fácil atacar a bd portuguesa eu rejeitei centenas de trabalhos pk simplesmente näo gostei...o maior problema de todos é o conteúdo, e depois a mentalidade portuguesa tem manhas e presuncöes raras, isto é pequeno,muito pequeno é uma aldeia, qualquer coisa que se faca da bd à politica säo sempre os mesmos
as pessoas tomam-se demasiado a sério, acham-se muito importantes
basta ver como säo patéticas ridiculas e escolásticas as apresentacöes de livros, é só salamaleques e alimentacäo do ego à boa maneira narcizista
passo bem sem essas merdas
e tu tb,que eu sei
mas näo é por meteres uma bomba no trabalho dos outros que o teu se consolidará
há espaco para tudo ou näo há? se os outros fazem assim ou assado é lá com eles
näo sou obrigada a comer
claro que chez moi (gambuzine) só entra quem eu gosto é assim em todo o lado
eu näo faco militancia fanzinistica ou bedéfila
tou-me nas tintas para essas coisas ; faco o que posso quando posso e como quero
gostaria mais de ter uma revista com distribuicäo abrangente e tiragem de 13.000 exemplares para poder pagar artistas em dinheiro que precisam dele assim como eu mas se näo dá,fanzine tb está bem.
as bds näo säo melhores ou piores por saírem em fanzines ou em revistas pagas pelo estado
a vida näo precisa dessas questiúnculas, isso é para os tertúlianos e para as pessoas que pensam que a bd é uma causa importantissíma ,e näo é; é só mais uma brincadeira do estar-se vivo e fazer coisa
eu näo sou responsável pelo que as pessoas metem nas suas cabecinhas
queres nomes para que?
tu näo fazes o que gostas e näo queres ser apreciado por isso?
há gente que faz boas coisas,achas que näo há um único artista que valha a pena?
ou vale mais a pena dizer que a, b, ou c, säo merda?
se no facebook alguem me sugere que eu seja fan dos seus argumentos eu pergunto simplesmente "porque é que achas que alguem tem de ser fan disto? achas que escreves bem? "
as pessoas näo gostam mas se näo querem ouvir o que näo gostam que pensem duas vezes antes de perguntar a quem diz o que pensa
abri como sabes uma página no facebook que inicialmente era para divulgar o gambuzine, mas achei uma coisa completamente aparvalhada ter de andar a melgar as pessoas para serem fans do gambuzine e desisti,
säo umas caixotas de exemplares e väo-se escoando lentamente, novos autores teem de ser divulgados e conhecidos.
"a brincar a brincar..."
e como te disse , os positivos deviam ser a cores pk o tipo de traco pede mesmo cores(primárias) e optar por uma língua...se fazes bonecos para os teus amigos pk tomas täo a sério a militancia bedéfila? essa eu näo percebo
a bd precisa de personagens?
se eu perguntar às pessoas da rua para que serve um acelerador de particúlas, o que pensam de campos eletromagnéticos e se sabem para que serve o fenobarbital
respondem-me o mesmo que responderam ás pessoas que perguntavam se sabiam o que era o tratado de lisboa...
o facto;
a ignorancia do povo portugues é imensa
e eu fizer essas mesmas perguntas aos franceses ou aos alemäes terei respostas concretas mesmo a pessoas que näo tenham estudos
é culpa minha que na cabeca da populacäo portuguesa haja tantas alforrecas cozidas em vez de miolos?
um povo educado näo tem estes governos
hoje em dia toda a gente é nómada cultural, vai buscar aqui e ali , identifica-se com isto e com aquilo...rejeita as suas próprias raízes pk as outras lhe parecem mais suculentas...
säo escolhas
eu defendo o panorama nacional?
nem chega para visäo panoramica algo que se conta pelos dedos
näo se pode usar em portugal métodos que noutros sitíos funcionam
a pequene é um grande limite à partida mas embora te surpreenda acho que há gente muito tsalentosa 8os tais que me deram tampa no gambuzine por exemplo) näo acho que nenhum autor portugues seja "ooooohhh e aaahhh "
há autores bons,mas nenhum é excepcional ... mas já é qualquer coisa ou näo? como se poderia ser excepcional num país onde tudo é medianamente comedido?
o pedro é palavroso que se farta ,mas se näo fosse ele näo havia ninguem que abordasse a bd de forma ...filosófica
(que é importante)
nós somos da cultura escarreta mas finalmente há alguem que nos toma a sério
é ou näo ccooool?
confessa que ele até descobriu no teu trabalho coisas que tu nem sabias, tive essa experiencia quando o pedro fez a critica dos postais de viagem
eu pessoalmente gosto muito de ver as bds nas galerias,comecei a ver disso em 89 na alemanha
partículas
ou parti-culos
Querida Teresa,
Espero que esta missiva te encontre em boa saúde. Nós por cá tudo bem.
Hoje só consegui acordar depois do meio dia, mesmo a tempo de irmos almoçar a um vegetariano ali para os lados da Nova. Comi como um cavalo e sai de lá mais redondo que um porco. Estava um dia agradável e demos um passeio pela Gulbenkian (a minha patusca delirou com os patos e os pombos - também não pode ver um cão sem o tentar agarrar e os gatos cá em casa já só poisam em alturas!) e depois ainda circundamos pelos bairros à volta porque o sol se aguentou. Acabamos por passar no El Corte porque a minha mais que tudo anda à procura de não sei o quê e achou que não perdíamos nada em tentar. Fui ver livros para fazer tempo, e como mudaram as coisas de sítio tive que passar pelo manjedoura onde os animais-môr lá se empanturravam de vacas, galinhas e borregos com acompanhamentos à parte. (Dou-me agora conta que para citadino não faltam animais no meu dia...) Desagradável e para um centro comercial com uma secção de bd de rir encontro sempre por lá coisas estranhíssimas. Desta vez foi um livro da Pedra no Charco (?) de 1999 ou 2009 com entrevistas a autores de bd. Pelo preço estava a pensar levar e enquanto folheava pensava também que teria paginado tudo doutra forma, com outras margens, uma coluna aqui e acolá, um tratamento fotográfico homogéneo etc e tal, quando passei no indicie e não vi lá o teu nome nem o do fofo do M., pelo que voltou para a prateleira. Ainda tive tempo de ver mais uns bairros pela baixa e não faltam por ai casas abandonadas que gostava de ocupar... esta cidade está a ir pelo esgoto. No caminho de regresso tivemos um pequeno episódio de roadrage (desculpa o estrangeirismo) com dois xungas de chelas (“yo” ao meu pessoal! chelas city forever!) ali para os lados do Pedro Moura. Felizmente a minha coisinha pequena já dormia na sua cadeirinha e não viu a triste figura do papá e da mamã de braço no ar e dedos em riste. Em resumo: e é por isto que digo que tens problemas de interpretação de texto - nós já tivemos esta conversa e a conclusão foi esta - em 90% do que dizes? EU CONCORDO! EU PENSO O MESMO QUE TU EM RELAÇÃO A MUITA-MUITA COISA! Fim de estória, porque estamos aqui a trocar comentários?
Ah, sim, há aquela coisa da bd arte. Ai discordamos. Então, e enquanto o Pedro não nos cortar o pio, eu digo que podemos tentar chegar aos 100 comentários.
Cinema: por algum motivo enquanto portugueses sinto que fomos directos ao cinema de autor sem passar pelo cinema comercial. Não defendo o cinema comercial - quem se alimente exclusivamente deste viverá uma existência muito medíocre comparado com a riqueza de um cinema que explore o além convencional - mas desempenha uma função muito real e muito importante: define o padrão, estabelece a base, dita as regras, cria uma linguagem comum sem a qual não podemos comunicar. Corta para salas vazias com filmes de amigos para amigos porque ninguém percebe o genial da quebra intencional das regras já que ninguém sequer as aprendeu para começar. Mas a metáfora com a nossa bd piora, porque por analogia, os nossos artistas estão tão para lá, que nem fazem cinema de autor, fazem videoarte à-lá Viola. Genial para quem dominou a linguagem base e dai construiu novos caminhos e gradualmente chega ao Bill, mas e aqueles que vieram para ver um filme? Volta à bd: a banda desenhada é muito mais difícil de aprender a ler do que ver um filme de cinema e sem primeiro terem ensinado a ler já estão a distorcer a bd? Não teria nada contra a bd-arte nacional se tivéssemos um mercado tão massificado que nos permitisse suportar esses picos de vanguardismo, mas pelo contrário, vejo os poucos autores que temos a fecharem-se na sua genialidade sem tentarem criar pontes com o público e o que este quer. Dizes que a ignorância do povo é imensa pois eu concordo mas acrescento que a culpa não é só deles, ninguém se dá ao trabalho de os educar sobre bd. (Fora o Pedro, claro está!) (Com esta sou capaz de ver este comentário passar...)
- Pode soar a hipócrita dizer isso porque com os P+ também tento limitar quem pode “gostar” deles, mas ao contrário de todos esses artistas, eu não me queixo da impossibilidade de viver da bd neste país... -
Bem, não vale a pena alongar-me, em tempos trocamos argumentos e continuo na minha.
Fico-me por aqui e digo-te que por mais ignorantes que sejam as pessoas sobre bd, em qualquer peça de telejornal daquelas de acabar o programa - sabes, aquelas reportagens patetas que parecem redacções da 4ª classe de crianças a brincar aos jornalistas - consigo imaginar o povinho a recitar o nome de pelo menos um músico português, ou um realizador, ou um(a) pintor(a), até mesmo um arquitecto ou um escultor - e deus sabe que raio é que a escultura já fez pelo país?! - mas da nona arte? não vejo o povo a citar boi.
(foi só para terminar com outro animal - estou a ensiná-los à miúda)
Esta história de línguas é muito complexa. Um amigo me disse que a hegemonia do inglês se deve ao império americano. Esta expressão eu ouvia muito quando menino inclusive de outro império, o soviético. A falada guerra fria jogou muita coisa nos meus ouvidos: "inglês é para os americanos, soviéticos falam russo!.". Deus que sempre me abençoou me fez um menino desconfiado e hoje um velhão arisco. Pois é, eu acabo de dar um curto giro pelo centro da cidade russa de Novokuzneck. E um detalhe me chamou a atenção bem no centrão da cidade. Num prédio cheio de outdoors em russo tem no meio deles um enorme onde está escrito "united colors of benetton". E não parou por aí, bem na porta do prédio tem um lada escrito no vidro traseiro "my life my rules."...:)
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