30 de dezembro de 2015

Kong, The King. Osvaldo Medina (Kingpin Books)

Kong é, em larga medida, um devaneio do seu autor pelas terras da homenagem a um dos mais famosos ícones do cinema popular norte-americano de todos os tempos. Mas Kong, the King não é propriamente uma adaptação de um outro texto (fílmica): é apenas a plataforma textual que o autor emprega para fazer valer os seus próprios instrumentos. Se o rugido do imenso gorila era o grande símbolo da outra personagem, a “mudez” deste livro mostra em grande parte a tranquilidade pedida por Medina. (Mais) 

29 de dezembro de 2015

Amanhã: participação no "Sociedade Civil" (RTP2)


Serve o presente post para indicar que amanhã, pelas 14h, na RTP2, será transmitido o programa Sociedade Civil, com apresentação e moderação de Luís de Castro, dedicado à banda desenhada. São convidados o autor António Jorge Gonçalves e este vosso criado, num bad beard day. Para quem não nos conhece, somos o que faz cosplay de Haddock.

Estará presente ainda uma jovem artista, Sofia Telo, a desenhar todo o espaço do programa. 

A conversa é amena, vogando águas calmas e consabidas, mas lá se tentam algumas ondas diferentes. Esperemos que abra um pouco o panorama aos que não acompanham este território...

Para quem não tiver oportunidade, sempre há o podcast no site da RTP ou na página do programa no Facebook.

Um obrigado a toda a equipa de produção e um particular voto de boa sorte à Sofia!

Dispositivo de Circulação de Imagem. Fernando Lindote (auto-edição)

Este rápido post (mas quem queremos enganar?) vem na esteira da leitura e diálogo com Pedro Franz, a propósito do seu último trabalho e dissertação de Mestrado. No envio desses mesmos materiais, o artista teve a gentileza de agregar ainda outras publicações, como o último número do jornal Suplemento, e o primeiro de Altamira. Mas a grande surpresa foi o envio de três pequens publicações do artista Fernando Lindote. Para todos os efeitos, estes três cadernos são trabalhos de uma banda desenhada “explodida” por dentro, não-narrativa, não-sequencial, onde por vezes mesmo a figuração entra em crise, mas nem por isso abdica de estudar a potencialidade das séries formais ou conceptuais, e as variações/mutações internas. (Mais) 

28 de dezembro de 2015

Incidente em Tunguska. Pedro Franz (auto-edição)

Gostaríamos que ficasse claro que a leitura deste projecto de Pedro Franz é feita dentro de uma constelação que se coordenou num espaço de tempo comum: Dispossession, de Simon Grennan, e Unflattened, de Nick Sousanis. Se leremos cada um desses títulos, e este agora, de forma autónoma, eles unem-se na medida em que são todos trabalhos que são criados num ambiente e esforço articulado com, ao mesmo tempo, uma pesquisa mais académica da parte dos autores. Muitas vezes, acredita-se na ideia – repetida até à exaustão até perder o seu valor explicativo e passar a ser uma fórmula esvaziada de sentido – de que “uns criam” e “outros criticam”, em que os primeiros fugiriam como o diabo da cruz de discursos segundos, reflectores, académicos, de pensamento, e os segundos seriam vistos como estando desligados de uma suposta intuição ou capacidade criativas. Nada poderia estar mais longe da verdade. O que existe é um espectro extremamente alargado de criação e seu relacionamento com um pensamento “ao quadrado”: há aqueles autores que poderão não exercer qualquer tipo de discurso secundário sobre os seus trabalhos, e aqueles que apenas retrabalhando conceitos mais intelectuais são capazes de mergulhar na matéria do trabalho criativo. Porém, não se pode pensar em qualquer tipo de hierarquia, pois os que “não reflectem” sob a forma de discurso poderão criar obras que elas mesmas são profundas reflexões sobre o próprio acto criativo, ao passo que os que botam discurso podem falhar nas abordagens mais primárias a esse exercício. (Mais) 

26 de dezembro de 2015

The Fall of the House of West. Paul Pope, JT Petty, David Rubin (First Second)

Numa abordagem extremamente concentrada, como digestão de leituras maiores, serve o presente post para dar conta da recepção do segundo volume da prequela da saga de Battling Boy, de Pope e companheiros. Este segundo volume continua a acompanhar a demanda de Aurora West pela sorte da sua mãe, levando-a a oposições ao seu pai, o herói Haggard West, e a fortuna de Arcopolis, lentamente tombando nas mãos dos pesadelos. (Mais)

24 de dezembro de 2015

O poema morre. David Soares e Sónia Oliveira (Kingpin Books)

Imaginemos um Sísifo ao contrário. Não alguém que tenha sido condenado a ter de colocar uma pedra rolante no cume de uma montanha, e veja o seu hercúleo esforço descontado pelo regresso da pedra ao ponto de partida, lá em baixo, mas antes alguém que encontra sempre a pedra no alto e a faz rolar encosta abaixo. Por vontade, e até prazer. Mas ao mesmo tempo sem que esteja totalmente consciente dos gestos que o fizeram empurrar essa pedra, por isso mantém uma certa candura (jamais inocência, porém!) ao ver a queda e a subida. Como se tudo ocorresse fora da sua vontade. Não: é ele o centro das acções. (Mais)

23 de dezembro de 2015

Roturas e ligamentos. Rita Taborda Duarte e André da Loba (Abysmo)

André da Loba não concorda com Rita Taborda Duarte. “Concorda” deriva do latim concors, concordis, isto é, “coração” (cor)” + juntos” (com-). O coração de Loba não está junto ao coração de Duarte. Por essa razão, talvez, este Rotura e ligamentos, que poderia ser descrito apressada e sumariamente como “volume de poesia ilustrada”, são na verdade dois volumes, um de poesia de Taborda Duarte, outro de desenhos de da Loba, encadernados de maneira a perfazerem um só volume, um corpo geminado, siamês. Caberá ao leitor ou leitora manipular o livro de maneira a que, lendo os poemas e vendo os desenhos, acerte o ritmo de cada um desses corações e, com os ritmos resultantes, chegue a resultados harmónicos, díspares, contrastantes, complementares, dissonantes, coincidentes. Há aqui um Tristão e uma Isolda, como veremos, resta saber se há noite que os una. (Mais) 

22 de dezembro de 2015

Os acrobatas. Marcos Trindade (Mmmnnnrrrg)

Este pequeno livrinho em acordeão é a marca de surgimento do primeiro heterónimo português do autor Tiago Manuel. Num formatinho pequeno, faria recordar uma espécie daqueles foles de postais que se vendiam há uns anos, junto a monumentos ou paragens pitorescas, ofertando várias perspectivas ou facetas do que o título apresentasse. Os acrobatas, se for lido assim, oferece então várias faces de uma realidade hodierna da nossa sociedade, a de uma classe de pessoas que ocupa a paisagem social e a tingem com uma cor difícil de lavar. (Mais) 

20 de dezembro de 2015

Jim Del Mónaco: O cemitério dos elefantes. Tozé Simões e Luís Louro (ASA).

Antes de entrarmos na leitura propriamente dita do livro temos de fazer um pequeno desvio teórico, já que não se pode ler este volume no vazio. 

A técnica de leitura crítica mais comum na ciência literária durante o século XX é o que se chama “close reading”, isto é, para seguir uma das suas definições, uma “observação cuidada, a leitura sustentada e concentrada de um texto” (Matthew Jockers), procurando compreender os mecanismos do seu funcionamento, construção de sentido, estilo, etc. Esta foi uma técnica empregue desde os anos 1930, com o surgimento do chamado Novo Criticismo, mas atravessaria várias instâncias e transformações à medida que foi informado pela desconstrução, os estudos culturais, o feminismo, os estudos pós-culturais, etc., cada qual expandindo a forma de atenção e a sensibilidade de como um texto respondia à textura social e cultural em que se integrava (em sistemas concêntricos sucessivos: cultura local, regional, nacional, linguística, artística, europeia, global, etc.). Estas questões, é preciso dizê-lo desde já, não são de todo impertinentes em relação à banda desenhada, uma vez que enquanto disciplina artística e texto, ela faz parte da esfera pública. Para mais, a ciência literária é uma das áreas que mais tem influenciado a crítica de banda desenhada, aspecto que nós assumimos pessoalmente, sendo essa precisamente a nossa formação (não perdendo porém a ideia de que sendo uma disciplina específica, e visual, tem instrumentos distintos da literatura). (Mais) 

19 de dezembro de 2015

Três livros de jogos ópticos: apagar para ver.

Uma parte importante da história da ilustração para a infância, ou da literatura ilustrada para a infância, é constituída por exemplos de livros-jogo. Objectos que, cumprindo todas as condições materiais e conceptuais do livro, providenciam uma dimensão interactiva, no sentido mais imediato do termo, que lhe altera a forma, desdobra sentidos semi-ocultos, o coloca num qualquer movimento. Os três livros que trazemos aqui à colação são unidos por um mesmo princípio muito geral: o de empregar filtros de celofane colorido de modo a revelar (mas curiosamente, ao “contrário”, como veremos) as imagens ocultas. (Mais)

18 de dezembro de 2015

Com 3 Novelos (O mundo dá muitas voltas). Henriqueta Cristina e Yara Kono (Planeta Tangerina)

A produção de livros ilustrados, sobretudo aqueles que se dirigem em especial, mas não exclusivamente, a um público infantil, em Portugal, tem conhecido nos últimos anos, como se sabe, uma curva ascendente no que diz respeito à sua qualidade global. Há uma cultura visual que se tem tornado cada vez mais premente, uma dedicação ao burilar do texto atenta às várias dimensões sociais complexas da contemporaneidade, alianças mais cuidada entre texto e imagem ou à articulação das imagens na sua possibilidade de leitura, a materialidade dos próprios livros, a coordenação de políticas editoriais e de colecções mais coerentes, assim como a fundação de uma cultura no seu pleno sentido. Se as condições de trabalho, profissionais e financeiras, se alteraram, imaginamos que com dificuldades ainda sentidas, em termos de recepção crítica e da fundação de uma “comunidade imaginária” apreciadora é garantida. E os balanços podem ser positivos, se seguirmos as atentas palavras e ideias críticas de Andreia Brites, no seu artigo “O perigo do eterno retorno”, na revista Blimunda (no. 32, de Janeiro deste ano). (Mais) 

16 de dezembro de 2015

Bending Steel. Aldo J. Regalado (University Press of Mississippi)

Para Regalado, os super-heróis são “seres da imaginação”. Nesse sentido, eles não possuem em si mesmos princípios ideológicos ou culturais absolutos, mas são antes figuras que são empregues em vários usos e contextos. Este autor não olha para estas personagens como figuras salvíficas, à la Grant Morrison, uma vez que entende de modo sério as limitações intrínsecas às criações da cultura em relação ao poder sistémico, como ele diz. Sendo a modernidade entendida como uns grilhões de aço, porém, essas figuras são metáforas “com criatividade, inteligência, sensibilidade, inclusividade e dedicação suficiente” para as dobrar (228). Mas para entender os instrumentos com que o farão, e o modo como têm respondido ao curso da história, é preciso percorrer os passos para trás e ter uma visão de conjunto. (Mais) 

15 de dezembro de 2015

Quero a minha cabeça! António Jorge Gonçalves (Pato Lógico)

Este é o segundo livro do autor nas mesmas circunstâncias que Barriga da baleia, isto é, um livro a solo, dirigido ao público infantil, e numa mesma preocupação ou geminação material com os livros criados na Pato Lógico. Não se estabelecendo de forma alguma com Barriga da baleia para criar uma “série”, partilhará porém alguns princípios comuns com aquele outro projecto, começando pela protagonista, uma menina pequena que se isola da família para mergulhar numa viagem solitária e algo melancólica de, a um só tempo, procura de si mesma e de regresso à vida familiar com uma nova perspectiva. (Mais) 

12 de dezembro de 2015

Blog bd - Sous l'eau-Sous la terre/O professor Astrogato nas fronteiras do espaço. Dominic Walliman e Ben Newman/Aleksandra Mizielinska e Daniel Mizielinski (Rue du Monde/Mini Orfeu)

Estes dois imensos livros fazem remontar os seus princípios à famosa noção de Cícero, na busca de discursos de perfeição em que a tarefa da instrução se articule da forma mais entrelaçada com os movimentos do deleite. Isto é, estimulando o entendimento cognitivo sobre uma área qualquer de conhecimentos, procura-se ao mesmo tempo que haja um decisivo estímulo dos sentidos e de inclinar os afectos. (Mais) 

11 de dezembro de 2015

Amores de família. Carla Maia de Almeida e Marta Monteiro (Caminho)

Na vida diária, na linguagem quotidiana, muitas palavras são empregues de modo despreocupado, sem que o peso da sua etimologia ou do seu uso particular e informado por uma perspectiva específica tenha aí papel. Mas noutros contextos, elas distinguem-se, por meio de subtilezas ou concretudes teóricas, cujo objectivo não é tanto alterar a natureza do seu emprego diário, mas antes ajudar a pensar, em contexto especial, de modo mais cuidado. A área difusa a que se tem dado o nome de “Teoria dos Afectos” , um campo interdisciplinar que nasce da psicanálise mas se entrosa por outros territórios, distingue sentimentos, emoções e afectos. Estes últimos são como que reacções corporais pré-cognitivas, isto é, pré-pessoais, e são depois estudadas como categorias específicas. Os sentimentos estão associados, como que bordados, na tessitura do pessoal, do biográfico. As emoções, por sua vez, são sociais, aprendidas, construídas ou tecidas, nunca na solidão. (Mais)

10 de dezembro de 2015

O Dicionário do menino Andersen. Gonçalo M. Tavares e Madalena Matoso (Planeta Tangerina)

Nem sempre os dicionários têm simplesmente de funcionar como um espelho do estado da língua. Alguns actuam como prontuários e tomam mesmo decisões novas que depois ganham a força da lei. Esses podem por vezes “mijar fora do penico”. O Dicionário dito da Academia, por exemplo, define bengala como um “Objecto de madeira ou cana, em forma de haste terminada por um punho, que serve para apoiar a mão quando se anda”, deixando de lado todas e quaisquer bengalas feitas de outros materiais (que passam a ter de procurar outro nome), e centralizando a sua função na mão e não na marcha e todo o corpo (como que desviando todo o peso). Depois existem os dicionários especializados, das gírias, que nos ensinam a diferença entre um batoque e um bidé, os especializados profissionais, que nos identificam as alhetas e o molinete, e os etimológicos, que nos recuperam a palavra célico. (Mais).

Worse Things Happen at Sea/ Beyond the Surface. Kellie Strøm/Nicolas André (Nobrow Press)

Nem por acaso, havíamos falado de dois volumes “em biombo” que dois títulos da colecção Leporello da NoBrow nos chegaram às mãos. Um dos livros “colecciona” ataques de criaturas monstruosas nos altos mares, mostrando desde criaturas mais ou menos generalistas, como dragões, narvais e lulas gigantes, a figuras possivelmente específicas, como Cila, a tartaruga Zaratan ou o pássaro Gandaberunda, e mostrando navios de vários momentos da história, de gregos a vikings, de barcos mercantis holandeses a hidroaviões franceses, de paddle steamers a juncos chineses. O outro sobe uma montanha, de faces coberta de neve, do sopé ao pico, e desce pelo interior da terra, escavando um buraco até ao momento em que se encontram as profundezas do oceano. (Mais) 

8 de dezembro de 2015

Partida/Outono. André Letria (Pato Lógico).


Estes dois livros fazem parte de uma série, ou colecção, que Letria tem explorado na sua editora. Chamada Desconcertina, até à data os seus títulos partilham os mesmos princípios formais mas, mais importante, um mesmo espírito, que eleva estes livros de meros objectos de entretenimento infantil a instrumentos ideais para pensar. (Mais)

7 de dezembro de 2015

Private Eye. Brian K. Vaughan e Marcos Martín (Panel Syndicate/Image)

Em termos de género (literário), a descrição desta banda desenhada é bastante simples e, por essa mesma razão, não se está a ser redutor (a menos que partamos da ideia, não totalmente errada, de que a própria categorização é redutora, e levanta problemas em si mesma). Private Eye é uma novela (aqui, no preciso sentido da palavra, de concisão narrativa e concentração actancial) de ambiente de ficção científica de intriga policial. Até à data, surgiram dois volumes (digitais) perfazendo uma história. (Mais) 

5 de dezembro de 2015

Pacote da Big Planet/Retrofit Comics.

Se bem que a grande revolução da banda desenhada alternativa dos anos 1990 já tenha tido o seu momento de maior glória, não apenas no que diz respeito à própria produção, mas circulação, distribuição, apreciação crítica, mas de certa forma também no que diz respeito à criação dos textos em si, isso não significa que não existam momentos de quando em vez de maiores picos de novos agentes.  É provavelmente a distância e a idade que faz com que os entusiasmos se transformem em relação a novos títulos, autores e estilos, porque as coisas são vistas numa perspectiva mais alargada do que se se estivesse “inscrito” no momento (como se passou precisamente na década de 1990 para nós). Mesmo assim, é saudável tentar compreender algumas coisas mesmo que de uma forma necessariamente aproximativa e geral. É o que se passa com os livros produzidos pelas lojas Big Planet em parceria com a pequena editora Retrofit. (Mais) 

4 de dezembro de 2015

Las Meninas. Santiago García e Javier Olivares (Astiberri)

Poderíamos começar este texto da mesma forma que o anterior, já que também Javier Olivares foi alvo da nossa atenção há quase uma década, e que são apenas circunstâncias algo superficiais que nos colocam de novo frente a um seu trabalho. Por outro lado, este volume estabelece algumas linhas de relação com o de Auladell, menos por características comuns de pertença social do que pela forma como ambos entram em diálogo com a pintura ocidental. Auladell numa óptica de re-utilização dramática, Olivares e García numa de pesquisa. (Mais) 

3 de dezembro de 2015

El paraíso perdido de John Milton. Pablo Auladell (Sexto Piso)

Como é natural, acompanhar todos e quaisquer livros produzidos nos últimos anos de vários quadrantes geográficos e estilísticos não é possível, mesmo que haja razões para, ao nos interessarmos por um determinado autor, ser desejável acompanhar de maneira sustentada o seu percurso. Há quase dez anos, faláramos de La Torre Blanca, de Pablo Auladell. E apesar de nos cruzarmos aqui e ali com o seu trabalho de ilustrador e de autor de bandas desenhadas, foi preciso atravessar um deserto para ter a oportunidade de desembocar num projecto de grande fôlego. Este volume com mais de 300 páginas é uma adaptação livre do famoso poema de John Milton. Tendo começado num momento que se veria interrompido, e fruto de transformações internas, esta é a sua forma final. Desta feita então, Auladell empresta as suas figuras quasi-andróginas, pequenos títeres de grafite, para dar corpo a uma encenação que ronda a vontade e autonomia, o amor e a entrega, a glória e a solidão, a distribuição de poder e o sonho, ou até mesmo a mais profunda natureza humana, levada a cabo por seres que, em princípio, estariam longe das suas paixões. (Mais)