Em banda desenhada, tão depressa
treparam à colina onde corria
um bando de crianças à gandaia
em redor duma casa arruïnada,
tão depressa, em banda de surpresa,
que ganharam tal mêdo na subida
lentamente assombrados por medida
de Deus, que mede os sustos sem ter
/pressa
Depressa, mais depressa: segredava
a rapariga atlética ao poeta
no balão da legenda: as crianças,
aos gritos, entretanto, param a corrida:
emudecem ao ver o som e as dansas
do casamento alquímico das sombras
De Raspar o fundo da gaveta e Enfunar uma gávea (Averno 2011, pg. 108). Nota: foi respeitada a ortografia pessoal do autor, considerando "que o rigor do pensamento tem relação efectiva com a ortografia" (Rosa Maria Martelo, "Procrustes e a ortografia", in Cão Celeste # 1).
30 de maio de 2012
"Estudo para banda desenhada", poema de António Barahona
Publicada por Pedro Moura à(s) 8:41 da manhã
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