Serve este post para (também) indicar, em primeiro lugar, que será lançado [hoje] no FIBDA o
terceiro volume desta série, num painel com os autores e moderado
por este vosso criado. Tem lugar no Fórum Luís de Camões, dia 25
de Outubro, pelas 16 horas. (Mais)
Não tendo dado conta
quando da saída do 2º volume, limitar-nos-emos porém, com a saída
do 3º, a uma mera nota, e não tanto a uma leitura pormenorizada.
Pela razão já exposta a propósito de histórias serializadas, que
poderão implicar à repetição de ideias. Além do mais, a escrita
fragmentária e episódica convida a um tipo de leitura (e a um
prazer específico) que poderá colocar em perigo certas noções,
uma vez que elas se apresentarão mais como prognósticos, os quais
não devem jamais ter lugar na análise e crítica, salvo formas
muito cuidadas.
A saga a que Will se propôs, de acertar os pontos deixados em aberto na sua vida,
prossegue, e aos poucos vamos conhecendo algumas das pessoas que
pautaram a sua vida, ao mesmo tempo que o passado se vai revelando de
um modo mais moldado. A imagem completa ainda não nos é acessível,
e continuamos a interrogar-nos que tipo de relação é que terá
estabelecido com Judith, e se terá sido assim tão feliz quanto o
velho nos quer dar a entender? Projecção fantasiosa que apenas a
solidão permite? Forma de esconder algum segredo? Seja como for, os
seus pecados vão sendo expostos e mesmo que nem todos sejam
redimidos, é o seu enfrentamento que servem de mecânica para o
avanço do protagonista.
Outras linhas de acção e
da narrativa vão sendo desvendadas, como aquela que envolverá a
apresentadora de televisão Betty Bristow, mas ainda é cedo para
compreender como é que ela se entrosará com a de Will, se bem que o
final do 3º volume se abra surpreendentemente para géneros, ou pelo
menos acções, inesperadas no que parecia ser uma narrativa do
mundano.
A escrita de André
Oliveira, aqui rendida à língua inglesa, espraia-se tanto entre os
diálogos banais de todos os dias e as frases que as personagens vão
revelando e que tocam os fundos de verdades mais cruéis. Se alguns
momentos têm ligeiros laivos de sobreexposição, e certos episódios
cujas ligações elípticas tornam algo obscuras a fluidez das
acções, o interesse dos autores é assegurar as conexões humanas
que se mantêm entre as personagens, e os ecos que elas, da
perspectiva de Will, ainda permitem no presente.
O desenho de Joana Afonso
ganha nalgumas cenas uma sumarização quase caligráfica, mas cuja
coerência jamais de desfaz, e as suas opções de composição,
focalização e distância têm ganho cada vez mais textura para as
significações expressivas das personagens. Além disso, a flutuação
das cores, que poderão ter alguns significados mais ou menos
constantes de acordo com uma simbologia privada, apenas no cômputo
final ganharão o seu pleno sentido, pelo que há que seguir,
pacientemente, mas com vivo interesse, a saga até ao seu término.
Amanhã, estas e outras
questões serão colocadas aos autores, assim como aquelas do público
presente.
Nota final: agradecimentos
ao autor-editor, pela oferta dos exemplares.
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