22 de setembro de 2017

The Lisbon Studio = Filhos do Manguito


Ficam todos os leitores convidados a estarem presentes na vernissage da exposição Filhos do Manguito, uma acção do The Lisbon Studio, na próxima Sexta-Feira, dia 29 de Setembro, pelas 19h00, no Museu Bordalo Pinheiro, ao Campo Grande, Lisboa.

Trata-se de uma mostra em que os artistas residentes desse estúdio prestam homenagem ao Pai-de-Todos Bordallo, com versões contemporâneas do Zé Povinho, novos trabalhos de cartoons políticos acesos à hora, e respostas gráficas aos tantos gestos desse grande autor, sobretudo aquele gesto mais resistente que se cumpre com os braços cruzados.

Será lançado igualmente o livro-companheiro deste projecto, com a presença dos artistas.

Vinde, compradres!

21 de setembro de 2017

Desenhar em cima da conserva. AAVV (Arranha-Céus)


Este pequeno livrinho, oblongo e fino, nasceu de um projecto que envolveu os artistas e a Conserveira de Lisboa, numa lógica de exposição/decoração temporária da fachada do seu estabelecimento. Isso daria origem a uma colaboração directa entre os autores para que fabricassem uma narrativa curiosa nos seus contornos estruturais. Este é o resultado.

20 de setembro de 2017

Mutations. João Fazenda (auto-edição)

Depois de Trama e Songs (e outras produções anteriores), João Fazenda retorna a esta espécie de balanço ou caderno de apontamentos anual com uma pequena colecção de desenhos. Faz todo o sentido que um desenhador da craveira de Fazenda procure, para além dos trabalhos mais articulados com propósitos específicos, projectos que nascem tão-somente de uma vontade de desenhar, unindo-o a grandes nomes do desenho em si, como Stuart de Carvalhais, Saul Steinberg, Paul Hogarth ou Topor, entre tantos outros, e os maravilhosos opúsculos, livros, livrinhos, tomos, colecções que deixaram para trás. E que não pareça uma hipérbole tamanha comparação, pois é com efeito o prazer e a verve do próprio desenho, da pesquisa e do encontro que dele nasce, que Mutations dá conta. (Mais)

19 de setembro de 2017

Onírico. Fabio Q (auto-edição)

Este pequeno fascículo de uma vintena de páginas pode ser lido como se se tratasse de um breve opúsculo de poesia. Tão-somente essa poesia emerge não apenas nas frases escritas à mão em curtíssimos parágrafos a cada página, mas na sua integração com as composições gráficas que carregam. Há uma voz na primeira pessoa, mas que se expressa por verbos conjugados, elidindo os traços de um pronome assertivo. As frases descrevem uma casa, as suas divisões, os espaços atravessados, as imagens revelam pequenos objectos que lhe pertencem: uma porta, uma chave, uma cadeira, alguns objectos naturais como troncos de árvore e montanhas, e peças de xadrez, que emerge como uma metáfora secundária desta travessia. (Mais)

Colaboração com Mattia Denisse. Marginália da Mesa J de "Duplo Vê".

Não deixando de ser uma extensão do trabalho tentado neste espaço, o nosso contributo para as "marginália" do projecto artístico de Mattia Denisse, Duplo Vê, que muito rapidamente se poderá descrever como uma instalação/espaço de várias linhas narrativas criadas por séries de desenhos, que se cruzam e contaminam mutuamente, está disponível no site do artista. Já havendo discutido alguns projectos de Denisse no passado, tendo sido o último o Compêndio de geometria clitoridiana, existem aqui toda uma série de elementos tipificados de uma exponenciação, com efeito, geométrica, da "narrativa gráfica". A sua "leitura" exige uma dedicação aturada, e por vezes uma compreensão precisa de assuntos que nos escapam, é certo, mas há nele intensidades que nos asseguram estar ali presente uma noção que perseguimos noutros objectos.

Poderão consultar directamente aqui.

8 de setembro de 2017

Colaboração no du9: Le collectionneur de Briques. Pedro Burgos

Foi hoje publicado no site du9.org a nossa resenha crítica a Le collectionneur de briques, de Pedro Burgos, pequena novela que estende, tematiza e narrativiza de uma forma mais convencional muita da matéria que havia explorado em Crónicas da Arquitectura. Este livro foi publicado em língua francesa e, até ao momento, não se adivinha edição portuguesa. 

Existindo uma oferta cada vez mais intensa de banda desenhada contemporânea de autores portugueses que se expressam em abordagens mais genéricas, convencionais e de grande público, o que é um passo importantíssimo em termos de circulação e diálogo, é importante não perder de vista, todavia, a possibilidade de dar continuidade a vozes cuja maturidade se vira para dimensões políticas e sociais que raramente são exploradas nesta linguagem. Afinal de contas, podemos ler O coleccionador de tijolos também como um retrato da sociedade portuguesa durante os anos da crise financeira, cujas repercussões se fizeram sentir em aspectos bem mais profundos do que se poderia imaginar à partida. O livro é, assim, apesar da sua superfície narrativa, uma espécie de mapa concentrado dos traumas das transformações operadas na cidade. E, dessa forma, Burgos entra em diálogo com uma tendência nestes discursos, assegurados por autores como Marco Mendes, Nuno Sousa, Pepedelrey, Joana Figueiredo e uns poucos outros.

O texto da crítica, em francês, encontra-se aqui, existindo uma versão inglesa, disponível no Yellow Fast & Crumble.

Nota final: agradecimentos ao autor, pela oferta do livro, e a Benoît Crucifix, pela tradução francesa.