Provavelmente será o proverbial “fugir com o rabo à seringa”, mas uma vez que havia discutido este título anteriormente, sob forma de série, sinto-me perfeitamente no direito de me abster de considerações mais alargadas sobre o “conteúdo” deste volume. Falámos de Madoka Machina mal foi lançada no final de 2015, alertando sobretudo para os modos formais e heteróclitos com que se propunha contar a história, e depois no seutérmino, em 2018, já nos abalizando das formas como aborda assuntos das relações entre labor e capitalismo, a (falsa) desmaterialização dos meios digitais e a sacralização/tribalização da sociedade pelas suas inscrições sociais. Este volume, intitulado The End of Madoka Machina, colige todos os seis números originais dos comics, então publicados pela Polvo, com algumas alterações cosméticas, textuais e de menor monta sobre o material édito, e agrega-lhe a curta que havia saído na colectiva All Watched Over By Machines of Loving Grace, sobre a qual conduzimos uma entrevista com os editores, e ainda mais umas 30 e tal páginas inéditas, intercaladas ao longo da narrativa. E ainda contém um largo posfácio do autor, que se reveste de uma importância crítica substancial, já que tem laivos de ensaio e reflexão sobre a própria matéria abordada no livro. Nesse texto, explicam-se raízes, influências, contextos, escolhas, progressos e retrocessos.
24 de janeiro de 2023
The End of Madoka Machina. André Pereira (Massacre)
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21 de janeiro de 2023
Ex-Votos para o século XXI. Miguel Carneiro (Matrijarsija)

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19 de janeiro de 2023
Fazer Isto & Assignar. Banda desenhada, autografia e memória gráfica em Rafael Bordalo Pinheiro.
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18 de janeiro de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 67 - Biografias
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4 de janeiro de 2023
Espelho da água. João Sequeira (Polvo)
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1 de janeiro de 2023
A Rainha dos Canibais. Miguel Rocha (A Seita)
Vivemos num tempo em que a sofreguidão da oferta e a imediatez do acesso acabam por dissipar a compreensão do esforço que a produção de uma banda desenhada implica, sobretudo num contexto em que a sua recompensa é quase nula, seja sob a forma mais baixamente material de benesse financeira, fama mediática, novas oportunidades, conquista de públicos, menos que alargados, adequados, e outros aspectos, seja sob a forma da sua recepção balizada e ancorada numa avaliação informada. Isso muitas vezes repercute-se pela dificuldade em que autores, de fartos currículos e competências artísticas e/ou literárias comprovadas, têm em encontrar vazão para darem uma maior continuidade ou celeridade a este território criativo. Por isso, sempre que um autor se ausente das prateleiras com novidades por um período igual ou maior que, digamos, três, quatro anos, subitamente parece ter-se “eclipsado”, e no momento em que surja algo novo, se fale de “regresso”. Miguel Rocha, um dos mais significativos auteurs da cena nacional (não apenas nas décadas em que esteve activo, arriscar-me-ia a destacá-lo em toda a história do meio) jamais se “eclipsou” da cena, e este não é um seu “regresso”. Pura e simplesmente não tínhamos um seu livro há mais de dez anos, e agora temos a oportunidade de ler cerca de 200 páginas de uma espécie de devaneio por um seu imaginário fantasmático, falsamente nostálgico e febril, alimentado pelas leituras de uma infância sedenta em aventuras.
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30 de dezembro de 2022
3 Graus de Carequice - Episódio 66 - Balanço de 2022 e desejos para 2023
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Risca Faca. André Kitagawa (Monstra)
Este livro faz precisamente um ano que foi publicado, mas infelizmente o acesso das edições brasileiras em Portugal – e a inércia de quem escreve estas linhas – leva a que a sua recepção seja tardia. Porém, esperemos, jamais desatempada. E quando se trata de obras que almejam uma certa atemporalidade, qualquer momento para a sua descoberta é o momento certo e recompensador.
Recordar-se-ão alguns dos leitores e visitantes deste espaço que a obra de André Kitagawa esteve presente em Portugal integrada na exposição “Seisesquinas de inquietação”, integrada no Festival da Amadora de 2013, comissariada por mim mesmo. A minha capacidade de acompanhamento da obra deste autor não foi pautada pela maior das proximidades – apesar de termos salientado a sua peça num dosprojectos da Graphic MSP – mas isso dever-se-á igualmente à própria produção do autor ser mais esparsa do que outros seus companheiros em termos de temática, atenção política e sensibilidade social, como Marcelo D'Salete, Wagner Willian, André Diniz ou Rafael Sica. Mesmo este volume é relativamente curto: 120 páginas com 3 histórias individuais, e muitos textos/blurbs de terceiros e outros complementos. A sua concisão, porém, é precisamente a da lâmina, célere, certeira e que, num clarão, nos fere.
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24 de dezembro de 2022
18 de dezembro de 2022
Slight. Simão Simões (Can Can Press)
Uma das constantes na apreciação crítica de uma determinada forma de arte é quando esta esbarra num dos supostos limites, ou periferias, de todo um território que é apenas compreendido como tal no momento da sua crise. Não há qualquer resistência enquanto os textos e exemplos de uma determinada arte, no caso, a “banda desenhada”, seguem aquilo que é a percepção média, indiscutida, da sua prestação usual. Narrativo, representacional, subsumido a convenções simbólicas e de géneros literários, associados a gestos individuais de esforço artístico e vontade autoral, etc. Mas quando se apresentam recusas desses mesmos papéis – banda desenhada não-representacional, não-narrativa, sem agência humana de um modo clássico (a hodierna discussão em torno do uso de imagens geradas através de programas de prompts de I.A.) - lá caem os proverbiais Carmo e a Trindade.
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