Com alguns problemas técnicos que não nos largam, como a sarna, pelo menos o episódio veio mais rápido que o costume. Por isso, apesar de problemas de som, ligações entre os carecas, cortes, etc., tentámos navegar pelo tema, mas mais uma vez sem grande linearidade. E o tema era a culinária, a cozinha, a comida, os alimentos, os menus, a degustação, o gosto, a memória, o ritual, tudo o que for à volta desse universo, contado aos quadradinhos... Esperamos ter lançado pistas para pôr os pontos nos garfos e os pratos em limpo.
28 de setembro de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 73 - CULINÁRIA
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12 de setembro de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 72 - RUBEN ÖSTLUND
Após um hiato de alguns meses, tal como hiatos anteriores, eis-nos a relançar e re-tentar a nossa terapia de dia. O encontro de hoje foi dedicado ao realizador sueco Ruben Östlund, o qual tinha surgido nas nossas conversas. Houve alguma ordem na discussão, e suficientes excursos, como sempre. A programação regressa, e conta convosco.
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24 de agosto de 2023
Entrevista na Fábrica do Terror.
Serve o presente post para dar conta de uma entrevista que nos foi gentilmente feita pela Sandra Henriques para a plataforma Fábrica do Terror. A conversa incidiu sobretudo sobre o último livro, Como flutuam as pedras, com João Sequeira, mas também a curta "As brasas e a lenha", com Marco Gomes, na Umbra no. 4, dado que ambas, de uma forma ou outra, tocam os temas centrais do interesse daquele site e hub de informação. Mas isso permitiu pensar algumas questões mais abrangentes. Espero que seja do vosso agrado.
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23 de agosto de 2023
Terror na Montanha. Jumpei Azumi et al. (Sendai)
Há uma excelente colecção da British Library dedicada a contos e novelas de temáticas aparentadas como o horror, o terror, o fantástico, o estranho, o insólito, etc., intitulada “Tales of the Weird”. Para além do aspecto visual e material, e o exímio trabalho editorial dos autores antologiados, a maioria dos quais britânicos, o que me fascina mais é a possibilidade de, dada a fonte imensa de material literário, poderem compor cada volume sob a égide de um tema, que tanto pode revelar de um ambiente comum nas histórias – o castelo, a floresta, jardins, as vilas piscatórias, o alto mar, –, como de uma época específica do ano – o Natal ou o Halloween - , como ainda géneros determinados por personagens, estruturas, ou objectos – a novela detectivesca, a ciência amaldiçoada, os vampiros, histórias passadas no metro, meios de comunicação assombrados, envolvendo tatuagens. Isto cria quase uma espécie de guia extremamente estimulante para pensar na criação literária, aberta aos mais díspares cruzamentos. Todavia, logo à partida, reconheceremos que a história em si revelar-se-á tanto mais eficiente quanto não apenas a sua intriga central, a sua premissa de fantasia e surpresa, como a compreensão e verossimilhança que emanar do contexto proposto.
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15 de agosto de 2023
Cartas inglesas. Francisco Sousa Lobo (Chili Com Carne)
Tal qual em Deserto/Nuvem, mas também o poderíamos dizer de alguns outros projectos do autor, as circunstâncias do fabrico deste pequeno volume são expostas de forma clara na sua própria textualidade, tornando-se tópico, matéria e enquadramento do que ele oferta ao leitor. Fruto de uma residência associada ao legado literário de Eça de Queiroz, o título Cartas Inglesas difunde desde logo um elo intertextual que se pretende o mais transparente possível. Diria que de tão transparente que a rima estrutural – Eça escreveu uma meia-dúzia de crónicas para o jornal A Actualidade, do Porto, em 1877, sobre a vida social, cultural, política e relações diplomáticas de Inglaterra enquanto foi membro do consulado português naquele país, Lobo providencia-nos como um número similar de ensaios a partir da sua posição também enquanto emigrante no Reino Unido – desvanece-se de imediato pelas atitudes distintas. O território de Lobo não é o da pequena observação mundana pautada pela ironia, que tenta corrigir um mar de ignorância através de descobertas inesperadas para os seus leitores, mas bem pelo contrário remolda todo um rol de sentidos de familiaridade variada para criar reflexões incisivas.
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7 de agosto de 2023
O novo preço da desonra, e outros títulos. Hiroshi Hirata (Pipoca & Nanquim)
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30 de julho de 2023
O mangusto. Joana Mosi (Comic Heart/A Seita)
Por mais que Júlia, a protagonista deste livro, insista e google, o mangusto não é um mamífero da família dos herpestidae, ordem dos carnívoros, cujo habitat se espalha por várias zonas temperadas e tropicais do planeta, e que em particular na Península Ibérica podem representar uma peste e dor-de-cabeça para criadores de galináceos ou pequenos agricultores. Os mais populares “saca-rabos” têm uma vida perene e consequente em Portugal, fora das zonas mais urbanas, mas o mangusto é de uma outra ordem de existência na vida de Júlia. Não é que ela não o saiba. Mas Júlia move-se numa proverbial “fuga para a frente” para que essa mesma consciência não a alcance.
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28 de julho de 2023
Sonhonauta. Shun Izumi (Conrad)
Este é um projecto narrativa, temática e simbolicamente ambicioso. Com mais de 300 páginas, com uma trama densa, Sonhonauta recupera um tema antigo da literatura ocidental (e outras), com novas roupagens gráficas, para nos ofertar uma obra que revela mais do seu autor do que de uma centralidade da própria história. Originalment
e publicada online, cuja estrutura episódica se mantém visível em mais que um nível, a sua publicação em papel vem confirmar uma ideia constante – a de que muitos ditos “webcomics” necessitam ainda da cultura do impresso para uma mais longa e substanciada sobrevivência –, além de que uma leitura completa pode insuflar uma dinâmica distinta daquela que os leitores de então experimentaram.
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26 de julho de 2023
Porra... voltei! Álvaro (Insonia)
A fantasia central não é nova. Jesus Cristo, que os cristãos acreditam ser o Messias, Filho de Deus, e sacrifício pelos nossos pecados, não está morto, pois ressuscitou, mas na Ascensão deixou de pertencer ao plano terreno e o seu regresso fica prometido, no momento de maior justiça sobre a Terra. Mas são aqueles outros, menos crentes e fiéis de igrejas em particular, inclusive ateus, que testemunhando a iniquidade das próprias instituições religiosas, nutrem os sonhos, de tantas variações, de que, regressasse o Cristo, ele voltaria a expulsar os vendilhões do Templo, e descobrir-se-ia então que eram as próprias igrejas os saduceus a serem castigados. No fundo, são como os antigos “Tementes a Deus”, os quais, não participando dos rituais ou de certas pertenças comportamentais-culturais daqueles inscritos formalmente na religião, sentiam um profundo apreço e interesse pelo entendimento de que os ensinamentos de Cristo, e o amor paternal de Deus, poderiam ser distribuídos livre, universal e desinteressadamente.
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14 de julho de 2023
Louca-A-Deus. Miguel Carneiro (Oficina Arara/Gabinete Paratextual)
Depois de termos falado dos ex-votos de Miguel Carneiro numa ocasião anterior, eis que nos chega às mãos uma colecção de outros tantos contributos a essa tipologia imagética, pelo mesmo autor, numa estratégia diferente. Este é um conjunto do que poderemos chamar de oito “postais”, os quais imaginaremos poderiam ser colocados num lugar propício e dedicado nas nossas casas, junto à estatueta do Santo Padre Cruz, um crucifixo de plástico ou num plinto decorado com uma renda macramé com o cálice ou a hóstia sacramental. Para além do formato da impressão, a diferença está na feitura das imagens, que utiliza a colagem, relativamente simples, no sentido em procurar menos um efeito de ilusão realista do que uma forte impressão gráfica de sobreposição simbolicamente verosímil, para as quais as cores, por vezes berrantes, e a qualidade de impressão, granulosa, contribui sobremaneira.
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Rui Cardoso Martins sobre "Como flutuam as pedras", de Pedro Moura e Joã...
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31 de maio de 2023
Artigo em "Identity and History in Non-Anglophone Comics"
Serve este outro post para vos informar que tenho um novo texto académico publicado na antologia Identity and History in Non-Anglophone Comics, editada por Harriett E. H. Earle e Martin Lund, acabadinha de ser publicada pela Routledge.
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Prémio "Melhor BD Curta editada em Antologia" do Bandas Desenhadas
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19 de maio de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 71 - SENDAI
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13 de maio de 2023
Como flutuam as pedras - Pedro Moura & João Sequeira
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8 de maio de 2023
Estátuas vivas. Samuel Jarimba e Magda Pereira (Cadmus)
Fruto de uma encomenda da parte do festival Madeira Street Arts, cuja primeira edição foi dedicada à prática de “estátuas vivas” (pessoas imobilizadas durante um determinado período e incorporando elementos que as transformam em personagens teatrais), este pequeno livro de 23-25 pranchas de banda desenhada, mais material extra, é um ponto de encontro entre a banda desenhada enquanto estrutura comunicativa, passível de ser empregue em relações pedagógicas, de divulgação, de publicitação até, e palco próprio de transformações poéticas e expressivas. Samuel Jarimba, com o apoio de Magda Pereira na parte conceptual e da lavra das palavras, parte de uma situação real – um “retrato” do festival e dos seus intervenientes – para criar uma espécie de poema gráfico sobre a convergência de mundos narrativos paralelos, os quais espelham os intervenientes.
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29 de abril de 2023
Anguesângue. Daniel Lima (Chili Com Carne)
Vou fazer três coisas durante esta apresentação.*
A primeira é irritante, que é falar da minha própria tarefa, mais do que do livro em si. Só aos poucos nos aproximaremos da sombra de Anguesângue. Não subiremos ao seu cume, pois estou preso nas lamas cá em baixo. Para isso, terão de ter paciência, talvez recompense.
A segunda é estranha, que é chamar o Daniel Lima de alpinista, e um alpinista ao avesso. Para isso, terão de calçar botas de montanha.
A terceira é chamar-vos a atenção de que Anguesângue pode ser antes, não um livro, mas um espelho, e um espelho que devolve algo que possivelmente preferíamos não ver devolvido. Para isso, serão temerários.
Isto não é uma parábola, mas desenharemos uma curva parabólica.
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12 de abril de 2023
Mar Negro. Ana Pessoa e Bernardo Carvalho (Planeta Tangerina)
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29 de março de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 70 - ÓSCARES 2023
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28 de fevereiro de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 69 - PET PEEVES
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2 de fevereiro de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 68 - DECISÃO DE PARTIR
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24 de janeiro de 2023
The End of Madoka Machina. André Pereira (Massacre)
Provavelmente será o proverbial “fugir com o rabo à seringa”, mas uma vez que havia discutido este título anteriormente, sob forma de série, sinto-me perfeitamente no direito de me abster de considerações mais alargadas sobre o “conteúdo” deste volume. Falámos de Madoka Machina mal foi lançada no final de 2015, alertando sobretudo para os modos formais e heteróclitos com que se propunha contar a história, e depois no seutérmino, em 2018, já nos abalizando das formas como aborda assuntos das relações entre labor e capitalismo, a (falsa) desmaterialização dos meios digitais e a sacralização/tribalização da sociedade pelas suas inscrições sociais. Este volume, intitulado The End of Madoka Machina, colige todos os seis números originais dos comics, então publicados pela Polvo, com algumas alterações cosméticas, textuais e de menor monta sobre o material édito, e agrega-lhe a curta que havia saído na colectiva All Watched Over By Machines of Loving Grace, sobre a qual conduzimos uma entrevista com os editores, e ainda mais umas 30 e tal páginas inéditas, intercaladas ao longo da narrativa. E ainda contém um largo posfácio do autor, que se reveste de uma importância crítica substancial, já que tem laivos de ensaio e reflexão sobre a própria matéria abordada no livro. Nesse texto, explicam-se raízes, influências, contextos, escolhas, progressos e retrocessos.
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21 de janeiro de 2023
Ex-Votos para o século XXI. Miguel Carneiro (Matrijarsija)

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19 de janeiro de 2023
Fazer Isto & Assignar. Banda desenhada, autografia e memória gráfica em Rafael Bordalo Pinheiro.
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18 de janeiro de 2023
3 Graus de Carequice - Episódio 67 - Biografias
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4 de janeiro de 2023
Espelho da água. João Sequeira (Polvo)
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1 de janeiro de 2023
A Rainha dos Canibais. Miguel Rocha (A Seita)
Vivemos num tempo em que a sofreguidão da oferta e a imediatez do acesso acabam por dissipar a compreensão do esforço que a produção de uma banda desenhada implica, sobretudo num contexto em que a sua recompensa é quase nula, seja sob a forma mais baixamente material de benesse financeira, fama mediática, novas oportunidades, conquista de públicos, menos que alargados, adequados, e outros aspectos, seja sob a forma da sua recepção balizada e ancorada numa avaliação informada. Isso muitas vezes repercute-se pela dificuldade em que autores, de fartos currículos e competências artísticas e/ou literárias comprovadas, têm em encontrar vazão para darem uma maior continuidade ou celeridade a este território criativo. Por isso, sempre que um autor se ausente das prateleiras com novidades por um período igual ou maior que, digamos, três, quatro anos, subitamente parece ter-se “eclipsado”, e no momento em que surja algo novo, se fale de “regresso”. Miguel Rocha, um dos mais significativos auteurs da cena nacional (não apenas nas décadas em que esteve activo, arriscar-me-ia a destacá-lo em toda a história do meio) jamais se “eclipsou” da cena, e este não é um seu “regresso”. Pura e simplesmente não tínhamos um seu livro há mais de dez anos, e agora temos a oportunidade de ler cerca de 200 páginas de uma espécie de devaneio por um seu imaginário fantasmático, falsamente nostálgico e febril, alimentado pelas leituras de uma infância sedenta em aventuras.
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