Serve o presente post, tal como ocorreu nos dois anos anteriores, para informar todos os interessados que estão abertas as inscrições para os cursos de Verão na Nextart, entre os quais se encontra um curso breve de introdução à linguagem, estruturas e criação de banda desenhada, ministrado por este vosso criado. A primeira fornada ainda tem algumas vagas.
Caso estejam interessados, as portas estão abertas. Ou passem palavra.
Mais informações directas aqui.
Nota: imagem de Sérgio Sequeira (estudos para projecto em curso)
27 de junho de 2018
Ler BD: Curso de banda desenhada na Nextart.
Publicada por Pedro Moura à(s) 3:47 da tarde 0 comentários
Etiquetas: Ensino
25 de junho de 2018
L’Orso Borotalco e la Bambola Nuda Italiana. Maria João Worm (Quarto de Jade)
Quase toda
a história humana é pautada pelo fascínio da animação, no
sentido da condição de algo estar vivo, mover-se, actuar,
talvez mesmo pensar e comunicar. É talvez esse sentimento que nos
tenha feito criar deuses, desenhar nas paredes, esculpir formas. É
esse sentimento que, ao longo da cultura humana, nos fez criar
histórias em que os objectos ganhavam poderes extraordinários,
guardavam resquícios das almas dos seus antigos possuidores,
enclausuravam seres vivos ou ganhavam eles mesmos uma espécie
qualquer de vida. Um fascínio que mistura idolatria a receios,
terrores a desejos, algo que pode tanto oscilar entre o sonho de
Pigmalião e Geppetto, como o horror do Mickey em Fantasia ou
dos pais do Pequeno Otik/Otesánek, de Svankmajer. Com o
advento do cinema, de facto, rapidamente os criadores puseram à
prova esse fascínio e são os brinquedos uma classe de objectos
preferencial dessa “vida”, sobretudo graças à técnica da
animação de volumes: desde o perdido The Humpty Dumpty Circus,
de Blackton e Smith (de 1898) ao sobrevivente Dreams of Toyland de
Arthur Melbourne Cooper, que data de 1908, mas a cuja tradição
temática pertencerá igualmente a série contemporânea da Doutora
Brinquedos, o já clássico Toy Story e
igualmente o assassino Chucky. (Mais)
Publicada por Pedro Moura à(s) 3:02 da tarde 0 comentários
Etiquetas: Portugal, Territórios contíguos
22 de junho de 2018
"Magma", colaboração na Strapazin no. 130
No último Abril, o Festival Internacional de Banda Desenhada Fumetto, em Lucerna, Suíça, apresentou como exposição central o projecto "Magma". Trata-se de uma colaboração à distância entre um grupo de autores suíços , que conta, por um lado, com Fanny Vaucher, Corinne Odermatt, o colectivo Ampel, e a artista Anete Melece, da Lituânia, e por outro com uma "embaixada do Brasil", agregando Fábio Zimbres, Diego Gerlach, Rafael Coutinho e a artista visual Talita Hoffman. Ainda que nenhum destes grupos participasse como um "bloco nacional", mas bem pelo contrário como artistas altamente idiossincráticos, inclusive no seu entendimento formal e estético do que pode ser entendido como "quadrinhos", o projecto foi elaborado através de um contacto directo.
Os artistas trocaram uma série de impressões, ideias e imagens ("trocar cromos" é um pensamento que nos ocorreu de imediato), que serviria para que houvesse uma rede de comunicação e possível influência mútua. Através desse trabalho de bastidores, os artistas desenvolveram trabalhos originais, alguns mais próximos do material trocado do que outros, uns investigando mais profundamente questões de identidade ou de potencialidades artísticas do que outros mas sem dúvida que em resposta a esse contacto. Esta é uma das dimensões interessantes do Fumetto, que como que encomenda trabalhos originais e imediatamente associadas a essa mesma circunstância.
A selecção dos artistas foi coordenada entre a directora do Festival, Jana Jakoubek, o artista brasileiro Nik Neves, e os resultados seriam publicados no número 130 da revista Strapazin.
Tivemos o grato prazer de sermos convidados a observar o trabalho de troca de comunicações entre os artistas e a génese e desenvolvimento de alguns trabalhos, com o intuito de escrevermos um ensaio associado à acção. Os resultados podem ser vistos e lidos em alemão e português (o nosso texto foi escrito sob a norma do Brasil), aqui.
Nota final: agradecimentos à Jana e ao Nik, pela amizade instantânea e confiança, assim como a Talaya Schmid, editora da Strapazin.
Os artistas trocaram uma série de impressões, ideias e imagens ("trocar cromos" é um pensamento que nos ocorreu de imediato), que serviria para que houvesse uma rede de comunicação e possível influência mútua. Através desse trabalho de bastidores, os artistas desenvolveram trabalhos originais, alguns mais próximos do material trocado do que outros, uns investigando mais profundamente questões de identidade ou de potencialidades artísticas do que outros mas sem dúvida que em resposta a esse contacto. Esta é uma das dimensões interessantes do Fumetto, que como que encomenda trabalhos originais e imediatamente associadas a essa mesma circunstância.
A selecção dos artistas foi coordenada entre a directora do Festival, Jana Jakoubek, o artista brasileiro Nik Neves, e os resultados seriam publicados no número 130 da revista Strapazin.
Tivemos o grato prazer de sermos convidados a observar o trabalho de troca de comunicações entre os artistas e a génese e desenvolvimento de alguns trabalhos, com o intuito de escrevermos um ensaio associado à acção. Os resultados podem ser vistos e lidos em alemão e português (o nosso texto foi escrito sob a norma do Brasil), aqui.
Nota final: agradecimentos à Jana e ao Nik, pela amizade instantânea e confiança, assim como a Talaya Schmid, editora da Strapazin.
Publicada por Pedro Moura à(s) 10:38 da manhã 0 comentários
Etiquetas: Brasil, Colaborações, Outros países
18 de junho de 2018
LEBD: Zines e blogs de workshops.
Divirtam-se.
Publicada por Pedro Moura à(s) 11:56 da manhã 0 comentários
Etiquetas: Colaborações
8 de junho de 2018
Pequena Bedeteca do Saber, dois títulos (Gradiva)
A Gradiva
dá início a esta colecção em português, mas numa ordem diferente
da original. O mesmo ocorreu, por exemplo, com a Biblioteca de Babel,
a famosa colecção organizada por Franco Maria Ricci e Jorge Luís
Borges para a italiana FMR e a espanhola Siruela, e publicada entre
nós pela Vega. Aproveitando o projecto editorial original da
Lombard, coordenado e pensado na sua génese por David Vandermeulen,
autor do magistral Fritz Haber, e contribuindo dessa maneira
para a criação de materiais originais e conduzidos por uma ideia
central – no caso, a veiculação de conteúdos complexos sobre os
mais diversos assuntos científicos, sociais, históricos e culturais
da humanidade através de pequenas súmulas em banda desenhada
ensaísta (voltaremos a este termo) –, a Gradiva lança mãos de
dois temas mais centrais e, sem dúvida, mais caros ao seu próprio
catálogo de primeira água. Esperemos, todavia, que não apenas haja
uma continuidade deste projecto, pois existem alguns volumes
excelentes em termos formais (volumes com os desenhos de Fabrice
Neaud, de Alfred, de Jean Solé), tal como temas – organizados
em sete categorias –
fascinantes e
tratados de maneira holística (a história da tatuagem, da
prostituição, do conflito israelo-palestiniano, da génese dos
escritos bíblicos), como não haja um desvirtuamento ou
aproveitamento “local” de criar intervenções na colecção
(como ocorreu na Biblioteca de Babel portuguesa). (Mais)
Publicada por Pedro Moura à(s) 2:13 da tarde 0 comentários
Etiquetas: França-Bélgica
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