12 de agosto de 2008

Hägar, o Horrendo. Dik Browne (Librimpress)

Este será um post brevíssimo, pois é mais fácil e pertinente procurar e falar o positivo que montar um discurso daquilo que não se aproxima de nós.
As leituras esparsas das tiras cómicas de Dik Browne, nas mais diversas plataformas, levaram sempre a uma impressão, vaga, de que as forças possíveis de criar nesse espaço estavam lá, em Hägar, mas jamais se desenvolviam magistralmente, fosse para dentro (como em Peanuts ou Calvin & Hobbes) fosse para fora (Mafalda ou Pogo), fosse ainda noutras direcções mais singulares (Red Meat ou The Perry Bible Fellowship). A sua edição organizada cronologicamente é um bom gesto, editorialmente falando, mas não redime essa impressão, afinal. Não a torna compreensão e distância, dois elementos necessários à crítica.
Limitar-me-ei a deixar duas imagens, uma literária e uma mais chã. Comecemos pela segunda. Uma antologia de tiras é como uma caixa de chocolates. Tal como a tira diária seria um pequeno “mimo”, tomada isoladamente, estas colecções são como caixas luxuosas, ofertadas ao degustar de uma só vez. Mas tal como existe uma diversidade assombrosa no tipo de cobertura, de recheio, de formas, de sofisticação de chocolates, ora encontramos as mais acabadas delícias, como Peanuts, ora nos deparamos as mais das vezes com coisas medíocres, isto é médias, como Hägar. Por vezes, podem calhar exemplos menos agradáveis mesmo (Cathy, Dilbert, Gardfield). Dik Browne não preenche, a meu ver, os grandes requisitos... sim, há o desvio pelos vikings, no que diz respeito a “ambiente”, e o estilo gráfico estar colado ao de Mort Walker pode não ser grave, já que a cultura é mesmo feita de diferenças e repetições, e é natural que o tipo de humor tente abarcar toda e quaisquer das suas espécies: humor de situação, de costumes, trocadilhos linguísticos, visuais, etc. Mas...
Quanto à imagem literária, vem de J. L. Borges (como escreve no prólogo a Os Conjurados, editado entre nos pela Difel): “Não há poeta, por medíocre que seja, que não tenha escrito o melhor verso da literatura, mas também os mais infelizes. A beleza não é privilégio de uns quantos nomes ilustres”.
Procurámos, a nosso ver, o “melhor verso” ou o “melhor chocolate”, pelo menos no que diz respeito ao ano de 1973, o primeiro ano de vida da tira de Browne. Pela sua gestão do tempo, a estruturação da acção, e a patetice, ei-la.
(Nota: agradecimento a Manuel Caldas, pelo envio do livro)

5 comentários:

MMMNNNRRRG disse...

finalmente humor neste blogue!!!
como te devolvo os DVD's?
abraços
M

Pedro Moura disse...

Queres humor? Queres humor?
Ok, aqui vai a anedota contada pelo agente Handratty em "Catch me if you can":
- Knock, knock.
- Who's there?
- Go fuck yourselves!

Pronto!
;)

Anónimo disse...

you idiot fuck you !!!!!!!!!

Anónimo disse...

you idiot fuck you !!!!!!!!!

Pedro Moura disse...

Handratty? How's things?
See you in the line.
Pedro